CDBs do Banco Master rendem acima de 20% ao ano no mercado secundário de renda fixa
Taxas oferecidas pelos investimentos do Banco Master disparam após sua venda ao BBR ser negada pelo Banco Central.
Os investimentos em renda fixa emitidos pelo Banco Master também reagiram com força nesta quinta-feira (4) à notícia de que a venda da instituição financeira privada à estatal Banco de Brasília — BRB (BSLI4) foi impedida pelo Banco Central.
As taxas oferecidas pelos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) emitidos pelo Banco Master dispararam no mercado secundário de renda fixa, ou seja, no ambiente em que um investidor resgata antecipadamente o dinheiro aplicado em CDB e, na sequência, a corretora de valores recoloca o investimento na prateleira pagando um rendimento maior na esperança de atrair um segundo investidor.
Normalmente, as melhores oportunidades no mercado secundário de renda fixa aparecem logo após a abertura do mercado, no início da manhã, momento em que as corretoras de valores ofertam esses CDBs devolvidos por um primeiro investidor.
Conforme apuração do Investidor10, as taxas dos CDBs do Banco Master chegaram a saltar de 17,00% ao ano, em abril de 2025, para o patamar atual de 20,50% ao ano, diante da preocupação do mercado para com a saúde financeira do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), mecanismo que cobre as aplicações da renda fixa bancária.
Havia CDBs prefixados do Banco Master, distribuídos na XP Investimentos, oferecendo taxas de 20,50% ao ano, com vencimentos em 2028 e 2032. Em contrapartida, o Banco Master tinha CDBs prefixados pagando 17,30% ao ano, encontrados no BTG Pactual durante abril de 2025.
Leia mais: O que acontece com o Banco Master após BC barrar acordo com BRB (BSLI4)?
Quanto os CDBs prefixados pagam hoje?
A ferramenta do Investidor10, que monitora os investimentos em renda fixa, mostra que os CDBs prefixados com prazos de vencimento em 2032 oferecem neste início de setembro 2025 taxas bem mais modestas que o Banco Master no mercado secundário, caso do CDB Banco Fibra Pré-Fixado 15,15% ao ano.
O Banco Fibra, que, até o momento, não ameaça a saúde financeira do FGC e ostenta um risco de calote baixo, é capaz de rentabilizar uma aplicação inicial de R$ 10 mil no montante de R$ 23.787,22, já descontado o imposto de renda passados 79 meses. A simulação também aponta que um CDB pagando 100% do CDI retornaria R$ 21.022,95 nas mesmas condições.
Vale mencionar que emprestar dinheiro ao governo brasileiro no Tesouro Direto hoje também está bem distante de render os 20,50% ao ano que os CDBs prefixados do Banco Master estão pintando.
Por exemplo, o Tesouro Prefixado 2032 oferece rentabilidade de 13,89% ao ano e que ainda está sujeita à cobrança de imposto de renda. A própria plataforma do governo simula que um aporte de R$ 10 mil no título público se transformaria em R$ 20.595,30, carregando até a data de vencimento.
A Calculadora de Juros Compostos do Investidor10 simula que o CDB do Banco Master, pagando taxa prefixada de 20,50% ao ano, possa rentabilizar um aporte de R$ 10 mil no saldo bruto de R$ 36.890,06 até 2032.
BSLI4
BRBR$ 7,48
-10,67 %
6,56 %
6.07%
5,65
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