Braskem na mira: Tanure costura acordo com Novonor e mira apoio da Petrobras

Após apresentar uma proposta em parceria com a Novonor, ele agora busca apoio dos principais bancos credores da companhia.

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Publicado em 10/06/2025 às 19:00h - Atualizado 14 horas atrás Publicado em 10/06/2025 às 19:00h Atualizado 14 horas atrás por Matheus Silva
A proposta prevê que a Novonor reduza sua participação dos atuais 38,3 para cerca de 3,5% (Imagem: Shutterstock)
A proposta prevê que a Novonor reduza sua participação dos atuais 38,3 para cerca de 3,5% (Imagem: Shutterstock)

🚨 O empresário Nelson Tanure está intensificando os bastidores de sua oferta surpreendente pela Braskem (BRKM5).

Após apresentar uma proposta em parceria com a Novonor, antiga Odebrecht, ele agora busca apoio dos principais bancos credores da companhia para viabilizar a operação ainda neste ano.

Em entrevista à Reuters, Tanure declarou que já iniciou conversas com instituições financeiras, incluindo o BNDES, que possuem papéis centrais na estrutura acionária da petroquímica por meio de alienações fiduciárias das ações da Novonor.

Oferta prevê permanência da Novonor como sócia minoritária

A proposta de Tanure prevê que a Novonor reduza sua participação dos atuais 38,3% (e 50,1% do capital votante) para cerca de 3,5%, mas permaneça no capital, o que ele considera essencial para o sucesso da transação.

Segundo o empresário, esse desenho foi articulado após o colapso das negociações entre a Novonor e a estatal Adnoc, de Abu Dhabi, que desistiu do negócio em 2023.

“Eu não faria um acordo se eles não permanecessem envolvidos”, afirmou Tanure, reforçando que a negociação com a Novonor começou em sigilo total, há mais de um ano.

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Credores reagem com ceticismo

Apesar da aproximação com a Novonor, os principais credores da holding, que incluem bancos públicos como o BNDES, ainda veem a oferta com reservas.

Fontes próximas às instituições afirmam que a preferência é por seguir com o plano de reestruturação independente, o que poderia gerar maior recuperação do crédito.

Durante a operação Lava Jato, a antiga Odebrecht utilizou sua fatia na Braskem para garantir R$ 15 bilhões em empréstimos. Hoje, a participação tem valor de mercado bem inferior ao da dívida, o que dificulta a liberação dos ativos.

Tanure reconhece essa complexidade: “O sucesso da operação passa necessariamente por um alinhamento com eles, que são os principais credores”.

Ainda assim, ele contesta a visão de que os bancos controlam efetivamente a Braskem. “As ações são detidas pelo grupo Novonor. Apenas estão em alienação fiduciária para os bancos”, pontuou.

Petrobras pode ganhar protagonismo na nova fase da Braskem

Com 47% do capital votante e cláusula de direito de preferência, a Petrobras (PETR4) tem papel estratégico no processo.

A atual CEO da estatal, Magda Chambriard, afirmou na semana passada que deseja ter mais influência na gestão da Braskem, indicando possível abertura a um novo arranjo societário.

Tanure apoia esse movimento. Segundo ele, a Petrobras tem expertise global no setor de energia e deveria exercer um papel mais ativo na condução da companhia. “A presença da Petrobras é pequena na operação. Ela deve ser ampliada”, afirmou.

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Camaçari como polo de inovação verde

O plano de Tanure para a Braskem também contempla um reposicionamento estratégico do polo de Camaçari (BA) como centro de inovação sustentável na indústria petroquímica.

O empresário enxerga na Bahia um ambiente ideal para o desenvolvimento da chamada “petroquímica verde”.

“O Brasil tem o maior potencial global para uma indústria verde. E a Bahia está especialmente posicionada para liderar esse movimento”, disse.

Histórico de reestruturações

Tanure é conhecido no mercado por entrar em empresas em dificuldades e assumir protagonismo em processos de recuperação e reposicionamento.

📊 Hoje, ele é acionista relevante da Light (LIGT3) e da Prio (PRIO3), além de já ter tido passagens por companhias como Docas, Brasil Telecom e Oi (OIBR3).

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