Argentina reafirma saída da OMS e anuncia revisão sobre vacinas

Os anúncios foram feitos na última segunda-feira (26).

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Publicado em 28/05/2025 às 09:15h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 28/05/2025 às 09:15h Atualizado 1 dia atrás por Elanny Vlaxio
A administração de Milei acredita que as decisões da OMS são motivadas por interesses políticos (Imagem: Shutterstock)
A administração de Milei acredita que as decisões da OMS são motivadas por interesses políticos (Imagem: Shutterstock)

💉 Na última segunda-feira (26), o Ministério da Saúde da Argentina anunciou que irá revisar suas políticas de saúde pública. A informação foi divulgada após reunião entre o ministro da Saúde do país, Mario Lugones, e do Secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr.

Segundo o governo, a decisão tem como objetivo "passar de um modelo sanitário centrado em reparar a doença para um focado em cuidar da saúde com base em evidência científica". Além de "ordenar, atualizar e tornar mais transparentes estruturas e processos que, por anos, funcionaram com sobreposições, normas obsoletas e escassa supervisão". 

O governo argentino vai promover que as vacinas, como padrão mínimo, passem por ensaios clínicos com grupo placebo, algo já "exigido para outros produtos médicos". "Um exemplo claro dessa necessidade é a vacina contra a Covid-19, administrada sem grupo de controle e sob condições excepcionais de aprovação", diz o anúncio.

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O Ministério da Saúde também vai propor um debate sobre o uso de autorizações rápidas para medicamentos de altíssimo custo, especialmente aqueles para crianças e doenças raras. Além disso, será iniciada "uma agenda abrangente para revisar e restringir o uso de aditivos sintéticos potencialmente perigosos em produtos alimentícios". 

🗣️ "A iniciativa também questiona o papel de certos ingredientes utilizados pela indústria alimentícia e seu possível vínculo com o aumento de doenças crônicas", diz o comunicado. Ainda em nota, o país diz que vai focar nos processos de fabricação e supervisão das vacinas. "Um exemplo claro dessa necessidade é a vacina contra a Covid-19, aplicada sem grupo de controle e sob condições de aprovação excepcionais", justificam. 

Argentina reafirma saída da OMS

Além disso, a Argentina também reafirmou sua saída da OMS (Organização Mundial da Saúde). A administração de Javier Milei criticou a OMS, afirmando que suas decisões são motivadas por interesses políticos e não por fundamentos científicos. 

"Hoje, a evidência indica que as receitas da OMS não funcionam, porque não estão baseadas em ciência, mas em interesses políticos e estruturas burocráticas que resistem a revisar seus próprios erros", diz o comunicado. A Argentina informou que deixaria a OMS em fevereiro deste ano, logo após a decisão de Donald Trump de retirar os EUA do órgão. 

Na época, Trump disse que a organização exigia "pagamentos injustamente onerosos" dos EUA. Já Milei, instruiu o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, a retirar a Argentina da OMS devido a “diferenças sobre a gestão sanitária”, particularmente durante a pandemia de Covid-19. 

💬 Segundo Manuel Adorni, porta-voz da presidência da Argentina, a OMS e o ex-presidente, Alberto Fernández, conduziram o país ao "maior confinamento da história da humanidade e à falta de independência da influência política de alguns estados”.

Adorni, na época, declarou que a Argentina não aceitará que uma organização internacional interfira em sua soberania, incluindo a área da saúde. Ele ainda pontuou que o governo não depende de apoio financeiro da OMS para a saúde.

“Pelo contrário, dá ao país maior flexibilidade para implementar políticas adaptadas ao contexto e aos interesses exigidos pela Argentina, bem como maior disponibilidade de recursos, reafirmando nosso caminho em direção a um país com soberania também em questões de saúde”, afirmou.