Americanas (AMER3): Diretores cogitaram venda da empresa antes da fraude

Outras possibilidades em consideração incluíam a busca por um parceiro estratégico.

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Publicado em 02/10/2024 às 15:00h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 02/10/2024 às 15:00h Atualizado 1 mês atrás por Elanny Vlaxio
A crise da Americanas teve seu ápice em 11 de janeiro de 2023 (Imagem: Shutterstock)
A crise da Americanas teve seu ápice em 11 de janeiro de 2023 (Imagem: Shutterstock)

Um relatório de investigação independente da Americanas (AMER3) revelou que, antes da descoberta do rombo contábil, a empresa considerou a possibilidade de encerrar seu capital ou alienar seus ativos. A informação foi divulgada pelo jornal "Valor Econômico".

👨 Fabio Abrate, diretor financeiro da companhia, teria analisado diversas alternativas estratégicas para mitigar os impactos da crise da empresa em setembro de 2022, quatro meses antes da divulgação do esquema fraudulento. 

Além da alienação da Americanas ou do encerramento de seu capital, outras possibilidades em consideração incluíam a busca por um parceiro estratégico para conversão de dívida em ações ou a fusão com um competidor global.

O relatório indica que, em novembro de 2022, o ex-diretor financeiro da empresa demonstrou conhecimento da gravidade da situação, expressando preocupação com a possibilidade de responsabilização criminal tanto para si quanto para outros membros da diretoria. 

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📃 Em comunicação, o executivo indagou sobre a natureza pública do contrato de seguro de responsabilidade civil dos executivos e diretores, solicitando a verificação da cobertura prevista.

A investigação conduzida pelo comitê independente revelou que a prática de manipulação dos balanços contábeis persistiu até pouco antes da divulgação do escândalo, em janeiro de 2023. É notável a ausência do termo "fraude" nas 266 páginas do relatório.

A investigação também apontou que as irregularidades identificadas estão diretamente ligadas à alta gestão da empresa, ou seja, aos ex-diretores. No entanto, o relatório não encontrou evidências da participação de membros dos conselhos de administração, fiscal ou dos comitês de auditoria e financeiro das Lojas Americanas, da B2W e da Americanas resultante da fusão.

Um pouco sobre o caso

A crise da Americanas teve seu ápice em 11 de janeiro de 2023, com a revelação de um rombo bilionário em suas demonstrações financeiras. Diante da gravidade da situação, o então recém-contratado CEO, Sérgio Rial, e o CFO, André Covre, renunciaram aos seus cargos. 

💻 Em decorrência do anúncio, as ações da empresa sofreram uma queda acentuada de quase 80% em um único dia, resultando em uma perda de mais de R$ 8 bilhões em valor de mercado.

As investigações conduzidas pela Polícia Federal  no mesmo ano revelaram que a fraude na Americanas tinha como objetivo principal a manipulação dos resultados financeiros da empresa, inflando artificialmente o caixa e, consequentemente, elevando o valor de mercado das ações. 

Segundo a Polícia Federal, o ex-presidente da Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, a ex-diretora Anna Saicali e outros executivos da empresa venderam um total de R$ 287 milhões em ações da companhia. Essas vendas ocorreram no período anterior à divulgação do rombo de R$ 25,3 bilhões no balanço da empresa, em janeiro de 2023. 

A investigação, que faz parte da Operação Disclosure, levanta suspeitas de que os executivos em questão agiram com informação privilegiada. Ou seja, teriam conhecimento da situação financeira real da Americanas antes do público em geral e se aproveitado disso para vender suas ações e evitar perdas.

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