Agentes Econômicos: quem são e como eles atuam na economia?

Antes de mais nada, vamos entender o conceito mais básico da Economia.
Dessa forma, poderemos entender melhor os agentes econômicos.
No estudo da Economia os fatores de produção representam o conjunto de elementos necessários no processo produtivo.
Importante notarmos que a definição dos fatores de produção não é homogênea entre os autores.
Assim, no Intelligent Economist, em vez de 6 elementos, temos apenas 4:
- Terra ou Recursos Naturais;
- Trabalho;
- Capital;
- Empreendedorismo, também chamada de capacidade empresarial.
Em todos os casos, podemos dividir apenas duas categorias:
- Capital: fatores de produção de riqueza, como a terra para cultivo, tecnologias, máquinas e equipamentos;
- Trabalho: a contribuição das pessoas na produção.
Entendermos esses fatores será importante para conseguirmos avaliar o desempenho das empresas e sua função na economia.
Tipos de agentes econômicos
São 3 tipos de agentes econômicos: famílias, empresas e governo.
De acordo com o professor Tebchirani (2012), o sistema de mercado é composto por:
- Famílias: consumidores de bens e serviços;
- Empresas: unidades que produzem bens e serviços, e geram renda (salário, lucros, juros e aluguéis);
- Governo: intervém no sistema visando minimizar falhas (informações assimétricas e poder de monopólio) e reduzir instabilidade por meio de políticas econômicas.
Entender como cada uma atua nos ajuda a entender melhor nossos investimentos e tomar melhores decisões.
Se você segue as filosofias de Value Investing ou Buy and Hold, é fundamental entender esses conceitos.
Afinal, quando uma ação cai por motivos sem justificativas econômicas, pode representar uma grande oportunidade de comprar boas ações com desconto.
1. Famílias

As unidades consumidoras são as famílias.
Elas possuem o objetivo de maximizar seu bem-estar por meio do consumo de bens e serviços e são detentoras de rendimento (como os salários).
Aliás, importante destacar que as famílias também podem ser as proprietárias de fatores de produção, como terra, capital e trabalho.
Fatores esses que as empresas necessitam para a produção de bens e serviços.
De tal modo, as famílias são os agentes econômicos mais básicos na sociedade.
Bem como são quem vende fatores de produção e consome os bens e serviços criados pelas empresas.
Para entendermos como elas atuam em uma economia, temos que conhecer alguns conceitos:
- Trade-offs: a economia trata do problema fundamental da escassez de recursos tangíveis. Por essa escassez, nós temos a inevitabilidade de escolhas. Ou seja, como será usado seu salário? Como seu tempo será gasto?
- Custo de oportunidade: em cada escolha existe um custo oculto (de oportunidade). Esse custo representa o que você está abrindo mão ao optar por uma escolha e não outra.
Quanto ao custo de oportunidade, podemos entender isso em nossas decisões com o dinheiro.
Por exemplo, investir em uma faculdade precisa trazer um retorno que seja superior a opção de você usar o mesmo tempo e dinheiro em uma atividade produtiva.
2. Empresas

As unidades produtoras, ou empresas, são os agentes econômicos que tem por objetivo a geração de lucros através da produção de bens e serviços.
Para tanto, se fazem da combinação de capital e trabalho para a geração de riqueza. A relação entre empresas e famílias é o que faz a economia realmente “girar”.
Se tirarmos da equação as empresas ou as famílias, não temos uma economia.
De tal modo, as empresas empregam os fatores de produção para maximizar seus lucros.
Aqui acho interessante darmos destaque para o fator empreendedorismo ou capacidade empresarial.
Isto é, a capacidade de combinar capital e trabalho de maneiras eficientes.
Nesse sentido, quando estamos buscando investir em uma empresa, precisamos sempre observar sua gestão.
Assim, nos questionando se a administração do negócio está sabendo utilizar seus recursos e mão de obra eficiente.
Dessa forma, podemos nos valer de diversos indicadores econômicos e financeiros.
Como a taxa de vacância em um Fundo Imobiliário ou taxa de uso da capacidade de produtividade no setor industrial.
Enfim, há diversos fatores econômico-financeiros que podemos observar nas empresas para avaliarmos o impacto e sua resposta nas oscilações de mercado.
3. Governos

As entidades e órgãos estatais são vistos como um agente de intervenção no sistema econômico.
Isto é, ele irá impactar diretamente na forma que indivíduos e empresas interagem.
Essas ações terão a premissa de atenuar as chamadas falhas de mercados, como:
- Distribuição de renda;
- Manutenção da estabilidade da produção e emprego;
- Redução de externalidades (como impacto da poluição causada pelas indústrias);
- Prevenção de manipulação de preços;
De tal modo, autores como Tebchirani (2012) defendem que os governos, em certas circunstâncias, podem melhorar os resultados do mercado.
De tal modo, enquanto as famílias buscam maximizar seu bem-estar próprio, o Estado é posto como agente econômico que possui objetivo de maximizar o bem-estar geral.
A atuação do governo na economia pode ser divididas em duas categorias:
- Políticas fiscais: aumento ou redução de impostos e gastos governamentais;
- Políticas monetárias: controle da taxa de juros básica, aumento/redução do crédito.
Portanto, como investidor, devemos ficar atentos às ações governamentais. Por exemplo:
- Aumento de juros: o capital investido tende a se concentrar em títulos de renda fixa, haja vista que com maior juros, maior o risco de empreender ou no mercado de ações.
- Desvalorização da moeda: negócios que possuam receitas dolarizadas, por exemplo as mineradoras e exportadoras, costumam ter ótimos desempenhos durante períodos de dólar alto, como vivemos atualmente;
- Redução dos juros: na taxa SELIC a 2% que temos hoje manter o dinheiro na poupança ou no Tesouro Direto é, na verdade, perder poder de compra para a inflação. Assim, torna-se mais atrativo empreender (pois o crédito está barato) ou investir em renda variável, como na bolsa de valores — justificando os recordes que a B3 vem atingindo.
Por que todo investidor deve entender sobre os agentes econômicos?
Os estudos sobre economia e seus agentes econômicos são fundamentais para todo investidor.
Afinal, compreendendo os conceitos e as teorias, conseguimos formular estratégias e compreender as oscilações.
Contudo, encorajo que você, investidor, busque diversas fontes quando se trata de economia.
Isso porque cada autor terá uma visão diferente, pois estamos falando de uma ciência social aplicada.
Nesse sentido, compreender os diversos argumentos irá te fornecer um repertório muito mais rico que poderá ser o diferencial para ter sucesso em investimentos.
Para tanto, não tenha preguiça e preconceito de ler os diferentes autores.
Nisso, é importante que, independente de sua opinião, leia as diferentes teorias apresentadas, seja por:
- Karl Marx;
- Daniel Kahneman (autor de “Rápido e Devagar”);
- Mises;
- Keynes;
- Adam Smith;
- David Ricardo; e tantos outros.
Todo esse conhecimento lhe servirá para entender as oscilações de mercado.
Como eu disse, se você entende os fundamentos de uma ação e o preço descola dele, podemos estar de frente para uma ótima oportunidade de compra ou mesmo de venda.
Nesse sentido, só teremos essa percepção quando sabemos identificar os fundamentos econômicos e financeiros das empresas.
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