Taxa Selic a 15% ao ano turbina dívida pública a R$ 7,7 trilhões, diz Tesouro Nacional
Altos rendimentos pagos pela renda fixa do governo aumentam o nível de endividamento do Brasil e por prazo de tempo cada vez maior.

Se, do lado dos investidores de renda fixa, uma taxa Selic a 15% ao ano garante bons rendimentos, na outra ponta, a dívida pública brasileira se aproxima de R$ 7,7 trilhões, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (27). Isso porque o saldo devedor passou de R$ 7,61 trilhões em abril para R$ 7,67 trilhões no mês passado, com o prazo médio subindo de 4,17 anos para 4,20 anos.
Isso porque quase metade da dívida pública do país foi feita em Tesouro Selic, um título público com liquidez diária que justamente paga juros compostos maiores aos investidores quando a taxa básica de juros sobe, sendo que o atual patamar de 15% ao ano é o maior desde 2006.
Fora que a parcela do endividamento alocado em Tesouro Selic saltou de 47,3% em abril para 48,25% em maio, refletindo a procura dos investidores pela renda fixa pós-fixada. O Tesouro Nacional prevê que o indicador feche 2025 entre 48% e 52%.
Vale destacar ainda que, após uma alta em abril, o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) voltou a cair em maio. Essa reserva passou de R$ 904 bilhões em abril para R$ 861 bilhões no mês passado, chegando ao maior nível desde agosto.
O principal motivo, segundo o Tesouro Nacional, foi o resgate líquido (resgates menos emissões) no mês passado. Atualmente, o colchão cobre 8,77 meses de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,229 trilhão em títulos federais.
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Tesouro Prefixado e IPCA+ na conta
Já a participação do Tesouro Prefixado no endividamento público subiu de 20,23% em abril para 21,1% em maio, sendo esperado que o indicador feche 2025 entre 19% e 23%. Por sua vez, o Tesouro IPCA+ responde por 26,64% do saldo devedor do governo, sendo o único indexador de renda fixa que viu a sua parcela diminuir de 28,46% em abril.
Normalmente, os papéis prefixados indicam mais previsibilidade para a dívida pública, porque as taxas são definidas com antecedência. No entanto, em momentos de instabilidade no mercado financeiro, as emissões caem porque os investidores pedem juros muito altos, que comprometeriam a administração da dívida do governo.
Composto por antigos títulos da dívida interna corrigidos em dólar e pela dívida externa, o peso do câmbio na dívida pública oscilou de 4,01% para 4,02%. A dívida pública vinculada ao câmbio está dentro dos limites estabelecidos para o fim de 2025, entre 3% e 7%.
A dívida pública federal externa subiu 0,99%, passando de R$ 306,13 bilhões em abril para R$ 309,17 bilhões em maio. O principal fator foi a alta de quase 1% do dólar no mês passado.
Mesmo com a instabilidade no mercado externo, a participação dos investidores estrangeiros subiu de 9,7% em abril para 9,9% em maio. Em novembro do ano passado, o percentual estava em 11,2% e tinha atingido o maior nível desde abril de 2018, quando a fatia dos estrangeiros na dívida pública também estava em 11,2%.

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