Selic fica em 15% até quando? Copom se reúne para definir o rumo dos juros
Copom deve manter os juros em 15%, mas pode dar sinais sobre o que esperar de 2026.
O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne nesta terça (9) e quarta-feira (10) para definir o rumo da taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa Selic.
💲 A manutenção da Selic em 15% é dada como certa pelo mercado. Afinal, a inflação e as expectativas de inflação cederam, mas ainda não estão no centro da meta como deseja o presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo.
Galípolo disse na semana passada que o processo de convergência da inflação à meta está sendo "lento". E lembrou que o mercado de trabalho ainda permanece aquecido. Por isso, defendeu que o BC mantenha uma postura conservadora.
Ele ainda falou que o Banco Central não tem a obrigação de criar algum tipo de "código na comunicação que vá telegrafar quando o BC vai fazer algo".
Diante disso, o mercado não espera uma mudança nos juros nesta semana e também tem dúvidas se o comunicado do Copom será suficiente para definir quando exatamente a taxa básica de juros começará a cair no Brasil -hoje, as apostas se dividem entre janeiro e março de 2026.
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O que dizem os analistas?
"Para os próximos passos, a sinalização deve permanecer flexível, sem compromisso explícito com o início do ciclo de cortes, mas reconhecendo que ajustes poderão ser feitos conforme o cenário evolua", disse o Itaú BBA.
A expectativa do BBA é de que o Copom reconheça que os juros altos têm ajudado a conter a inflação, mas volte a dizer que o cenário demanda "paciência e serenidade" e reforce que as próximas decisões de política monetária vão depender da evolução dos dados de atividade e inflação.
🧾 O BTG Pactual concorda que, "como ainda serão divulgados diversos dados relevantes até a reunião de janeiro, que ocorre no fim do mês, o BC deve preservar flexibilidade e evitar qualquer compromisso antecipado". Por isso, espera apenas "ajustes marginais" no comunicado desta semana do Copom.
Para o BTG, a postura do BC é "consistente com um ambiente de elevada incerteza, expectativas ainda desancoradas e desaceleração da economia lenta e gradual, em que alguns segmentos do mercado de trabalho continuam mais resilientes do que se imaginava".
"Nessa situação, o custo de se 'amarrar' a um sinal forte hoje e ter de reverter depois é alto; faz mais sentido comunicar a função de reação e manter a flexibilidade para decidir apenas depois de avaliar o conjunto de dados e informações que o BC terá disponível até a próxima reunião", argumentou.
Cortes começam em janeiro ou março de 2026?
📅 Apesar desse tom de cautela, BTG e Itaú BBA esperam que o Copom já comece a cortar os juros na primeira reunião de 2026.
Um corte de 0,25 ponto percentual é projetado para janeiro de 2026 por causa do recuo da inflação, de sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e, sobretudo, da atividade econômica brasileira, como evidenciou a alta de apenas 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre.
A XP, por sua vez, vê os juros começando a cair só em março de 2026. A casa argumenta que uma política fiscal expansionista poderia pressionar a inflação no próximo ano. Por isso, vê razões para o Copom permanecer conservador por mais algum tempo.
"Sob uma abordagem de balanço de riscos, parece prudente que o Copom espere mais antes de iniciar um ciclo de flexibilização monetária, contribuindo para consolidar o processo de desinflação", diz.
A XP espera, por sua vez, que os cortes já comecem em 0,50 ponto percentual. Por isso, acredita que a Selic cairá para 12% até o final de 2026. Já o Itaú BBA só vê a taxa caindo até 12,75% no próximo ano.
Na dúvida sobre o timing e o ritmo dos cortes de juros, o mercado elevou a projeção para a Selic do final de 2026 de 12% para 12,25% no Boletim Focus desta semana. Veja aqui as projeções do mercado para a economia brasileira, segundo o Focus.
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