Raízen (RAIZ4): Vendas somam R$ 2,9 bi, mas ainda há muito a ajustar, diz BTG
Segundo o banco, a moagem de cana totalizou 24,5 milhões de toneladas, volume 21% menor que no mesmo período da safra anterior.

🚨 A Raízen (RAIZ4) divulgou na última quinta-feira (24), sua prévia operacional referente ao primeiro trimestre da safra 2025/2026 (1T26).
Os dados foram avaliados pelo BTG Pactual (BPAC11), que reconheceu avanços relevantes na reestruturação da companhia, mas ponderou que os resultados ainda estão aquém do necessário para uma recuperação mais sólida.
Segundo o banco, a moagem de cana totalizou 24,5 milhões de toneladas, volume 21% menor que no mesmo período da safra anterior e 8% abaixo da projeção esperada.
A equipe de análise, composta por Thiago Duarte e Guilherme Guttilla, aponta que o desempenho fraco no início da safra, somado à venda da usina Santa Elisa, deve limitar a empresa ao piso do guidance de moagem, estimado entre 72 e 75 milhões de toneladas.
“O ritmo mais lento de moagem pode dificultar a diluição dos custos fixos, impactando negativamente as margens”, afirmam os analistas.
Açúcar avança, etanol decepciona e combustíveis estabilizam
No segmento comercial, a venda própria de açúcar cresceu 30% em relação ao ano anterior, superando em 5% as estimativas do BTG.
Já o etanol teve desempenho abaixo do esperado: queda de 26% no comparativo anual, com volume 31% inferior às projeções do banco, resultado do aumento dos estoques no período.
Em combustíveis, os dados vieram em linha com os números divulgados por órgãos reguladores, com destaque para a estabilização da participação de mercado da Raízen, que vinha em queda nos últimos anos.
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Reestruturação avança, mas é lenta por natureza do setor
Apesar dos desafios, o BTG reconhece avanços importantes na estratégia da companhia.
A Raízen levantou R$ 2,9 bilhões com venda de ativos nos últimos doze meses, promoveu uma reformulação da liderança, reduziu a exposição a riscos e avançou no plano de corte de custos em R$ 500 milhões.
“O movimento está na direção certa”, destacou o relatório, ao comentar a recente venda de 55 usinas de geração distribuída, que rendeu R$ 600 milhões à empresa. No entanto, o valor ainda representa apenas 7% a 8% da dívida líquida, que ultrapassa R$ 40 bilhões.
Para os analistas, os resultados dessas mudanças devem demorar a aparecer, especialmente devido ao ciclo longo da cadeia produtiva da cana-de-açúcar.
“Mesmo mudanças profundas podem demorar a impactar os resultados financeiros”, aponta o banco. Já o segmento de combustíveis, com giro mais rápido, pode apresentar sinais positivos mais cedo.
📈 Apesar das ressalvas, o BTG mantém recomendação de compra para RAIZ4, com preço-alvo de R$ 3,50, o que indica um potencial de valorização de 133% frente ao último fechamento. A expectativa é que qualquer melhora no fluxo de caixa livre possa destravar valor relevante nas ações.

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