Petrobras (PETR4): O que a empresa quer com a Braskem (BRKM5)?

Com a conclusão do acordo com a Novonor, a IG4 Capital passará a concentrar 50,111% das ações.

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Publicado em 16/12/2025 às 09:03h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 16/12/2025 às 09:03h Atualizado 1 minuto atrás por Elanny Vlaxio
A estatal irá analisar os termos e condições da eventual operação (Imagem: Shutterstock)
A estatal irá analisar os termos e condições da eventual operação (Imagem: Shutterstock)
👀 A Petrobras (PETR4) acompanha de perto os desdobramentos envolvendo a Braskem (BRKM5) e não esconde a intenção de ampliar sua influência sobre a petroquímica, da qual é a segunda maior acionista. Em meio às negociações para a venda da participação da Novonor, a estatal avalia cenários e reforça o discurso de maior integração operacional.
Na segunda-feira (15), a Braskem informou ao mercado que a Novonor firmou um acordo de exclusividade com o FIDC (Shine I Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), assessorado pela IG4 Capital, para negociar a transferência de sua participação acionária. 
O acordo concede ao fundo um prazo de 60 dias para avançar nas tratativas de uma potencial transação, que envolve tanto as ações da Braskem detidas pela NSP Investimentos quanto créditos de instituições financeiras garantidos por esses papéis.
A Petrobras, por sua vez, informou que foi oficialmente notificada sobre o acordo e ressaltou que, conforme previsto no acordo de acionistas vigente, possui direitos de preferência e de tag along (mecanismo de proteção) em determinadas hipóteses de transferência das ações atualmente detidas pela Novonor. 
A estatal afirmou que acompanha o processo e irá analisar os termos e condições da eventual operação para decidir, no momento oportuno, sobre o exercício desses direitos, além de avaliar a celebração de um novo acordo de acionistas.

O que diz a CEO da Petrobras?

🗣️ Paralelamente às discussões societárias, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, deixou claro que a companhia quer ter um papel mais ativo na condução da Braskem.
Em entrevista ao videocast do jornal Folha de S.Paulo, a executiva afirmou: “A gente tem que aproveitar e exacerbar todas as sinergias possíveis [entre a Petrobras e a Braskem]. É isso que a Petrobras se propõe a fazer. A Petrobras quer mais poder sobre a operação dessa companhia”.
Segundo Chambriard, a Braskem é um ativo estratégico para o sistema Petrobras. “A Braskem é uma petroquímica brasileira que hoje é a 6ª maior do mundo. Tem tudo a ver com a Petrobras. A administração recente da Braskem, segundo nosso ponto de vista, não exacerbou como poderia as sinergias com o sistema Petrobras”, afirmou.
Com a conclusão do acordo com a Novonor, a IG4 Capital passará a concentrar 50,111% das ações com direito a voto da Braskem, o equivalente ao capital volante, e 34,323% do capital total da empresa. A Petrobras seguirá com 36% do capital total da petroquímica e 47% das ações com direito a voto, mantendo posição relevante na estrutura societária.
💭 Questionada sobre a possibilidade de essa ampliação de poder estar formalizada no novo acordo de acionistas, Chambriard adotou cautela. “Será necessário ‘aguardar os resultados dos próximos capítulos’”, disse, acrescentando que o acordo ainda está sendo desenhado.
Além da discussão societária, a presidente da Petrobras voltou a reforçar o compromisso da companhia com a transição para energias limpas, alinhado à meta do governo brasileiro de alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Segundo ela, no entanto, esse processo será gradual, respeitando as condições econômicas e a realidade do país.