Oncoclínicas (ONCO3) vende hospital e busca aliviar dívida bilionária; ação reage
A Oncoclínicas anunciou a venda de 84% de sua participação no UMC, hospital de alta complexidade em Uberlândia (MG).
🚨 As ações da Oncoclínicas (ONCO3) viveram um pregão de forte volatilidade nesta quarta-feira (27). Logo após o anúncio de mais um desinvestimento — a venda de participação no Complexo Hospitalar Uberlândia (UMC) — os papéis chegaram a saltar 11,46%, cotados a R$ 3,21.
Mas, ao longo do dia, os ganhos se dissiparam, e o ativo encerrou a sessão com modesta alta de 0,69%, a R$ 2,90.
O movimento segue a estratégia da companhia de reduzir alavancagem e focar em seu negócio principal: a plataforma integrada de oncologia. Na segunda-feira (25), a empresa já havia comunicado a venda do Hospital Marcos Moraes para a Hapvida (HAPV3).
A Oncoclínicas anunciou a venda de 84% de sua participação no UMC, hospital de alta complexidade em Uberlândia (MG).
O valor do ativo foi avaliado em R$ 160 milhões, equivalente a apenas 0,2 vez o EBITDA ajustado estimado para 2025.
Segundo o Goldman Sachs, o montante traz “alívio imediato, ainda que modesto” ao balanço da companhia.
A operação também reduz a exposição da empresa a operadoras de saúde que demandam maior capital de giro e apresentam risco elevado de inadimplência.
Na prática, isso pode melhorar a conversão do EBITDA em fluxo de caixa livre para os acionistas (FCFE) já a partir de 2026.
Impacto no balanço
Apesar do caráter positivo, o Goldman destacou que o maior desafio segue sendo a alavancagem.
Para 2025, a corretora estima que a Oncoclínicas apresentará dívida líquida equivalente a 4,5 vezes o EBITDA ajustado (incluindo passivos de arrendamento), um patamar ainda elevado frente ao setor.
Já o Bradesco BBI calculou que, sem o UMC, o EBITDA ajustado do 2T25 teria sido 21% maior, e a dívida líquida recuaria cerca de 4%.
➡️ Leia mais: Dividendos no radar: ‘Elétrica’ na B3 pode pagar R$ 7 bilhões em 2025, diz BBI
Com isso, a alavancagem cairia para algo em torno de 7 vezes o EBITDA anualizado (ex-IFRS 16) — ainda acima do confortável, mas em processo de ajuste.
Vale lembrar que o hospital havia sido comprado em 2021 por R$ 413 milhões (EV), a R$ 1,9 milhão por leito e com geração anual superior a R$ 40 milhões de EBITDA. Agora, foi negociado a R$ 700 mil por leito, refletindo a deterioração operacional desde a aquisição.
O que dizem os analistas
O Goldman Sachs avaliou a operação como estratégica, reforçando que a venda do Hospital UMC está alinhada ao esforço da Oncoclínicas em reduzir sua alavancagem e focar no core business.
A casa manteve recomendação neutra para a empresa, com preço-alvo de R$ 4,50 em 12 meses, destacando que o desinvestimento, ainda que de impacto financeiro modesto no curto prazo, deve contribuir para uma melhora gradual no balanço.
Já o Bradesco BBI enxergou a transação de forma mais positiva. Para o banco, a alienação elimina a queima de caixa proveniente de ativos não essenciais e permite que a companhia concentre esforços na sua plataforma principal de oncologia, considerada a fonte real de geração de valor.
O BBI também ressaltou que, sem o UMC, o EBITDA ajustado do 2T25 teria sido 21% maior, reforçando o mérito da decisão.
📉 O consenso é de que novas alienações de ativos podem destravar valor, desde que direcionadas à desalavancagem e ao fortalecimento da geração de caixa.
ONCO3
OncoclínicasR$ 2,16
-31,86 %
-47,38 %
0%
-0,87
2,52
Oncoclínicas (ONC3): Josephina III e Centaurus reduzem participações, veja
As entidades ressaltaram que não pretendem alterar o controle ou a administração da Oncoclínicas.
Oncoclínicas (ONCO3) despenca e acionistas exigem destituição do conselho
Após revelar exposição de R$ 430 milhões ao Banco Master, empresa enfrenta pressão por mudanças na gestão.
Mak Capital aumenta participação na Oncoclínicas (ONCO3)
A operação envolveu a emissão de 471.514.866 novas ações ordinárias ao preço de R$ 3,00 cada.
Empresas e fundos revelam exposição bilionária ao Banco Master; veja prejuízo
Oncoclínicas, Emae, Cedae e fundos de pensão estão entre os credores após a liquidação do banco.
Oncoclínicas (ONCO3) confirma aumento de capital de R$ 1,415 bilhão
Após a operação, o capital social da companhia foi atualizado de R$ 3,147 bilhões.
Oncoclínicas (ONCO3): O que aconteceu com os CDBs do Banco Master?
Os papéis da companhia recuavam cerca de 3,38% na tarde desta terça-feira (18).
Prejuízo da Oncoclínicas (ONCO3) atinge R$ 1,88 bilhão no 3T25
O resultado ajustado também ficou negativo, em R$ 97,9 milhões.
Oncoclínicas (ONCO3) alcança R$ 1 bilhão em aumento de capital
O valor foi alcançado antes da conclusão do período de sobras.