Oi (OIBR3) corre risco de falência? Entenda a decisão judicial que ligou o alerta
Justiça afastou a diretoria e determinou a transição dos serviços públicos prestados pela Oi.

A Oi (OIBR3) tem um prazo de 30 dias para chegar a um acordo com seus credores. Caso contrário, pode ter sua falência decretada pela Justiça do Rio de Janeiro.
⚖️ O prazo foi dado nessa terça-feira (30) pela juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, como uma "derradeira oportunidade de restabelecimento" da companhia.
Na decisão, a juíza explica que a Oi ainda tem cerca de R$ 1,5 bilhão em dívidas, mas contava com apenas R$ 21 milhões em caixa no momento.
Ou seja, a companhia não tem dinheiro suficiente para fazer frente a suas obrigações já a partir deste mês de outubro. Por isso, já pode acabar o mês com um fluxo de caixa negativo de R$ 178 milhões.
Cobranças suspensas
📅 Diante da "gravíssima situação de déficit financeiro do grupo", a juíza suspendeu a cobrança das dívidas da empresa por um prazo de 30 dias.
O prazo é inferior ao solicitado pela Oi, que buscava uma suspensão de 60 dias e prometia usar esse período para tentar compor os débitos e alienar sucata de cobre aéreo.
Além disso, a juíza decidiu que algumas medidas típicas de um processo de falência já seriam tomadas nesse período de 30 dias.
E avisou que, depois desse prazo, será decidido se o processo de recuperação judicial da Oi continua ou se a empresa será liquidada. Ou seja, encerrada.
"A hipótese é, sim, de antecipar, em parte, os efeitos da liquidação, visando a necessária transição da prestação dos serviços essenciais que incumbem à recuperanda, ao mesmo tempo em que se lhe permite negociar com seus credores. Para, somente após o decurso do prazo, que ora fixo em 30 (trinta) dias, se resolva acerca da liquidação integral, ou continuação do processo recuperacional", afirma a decisão.
Transição de serviços essenciais
📞 Uma das medidas de liquidação antecipadas pela justiça foi a transição dos serviços públicos prestados pela Oi.
A juíza Simone Gastesi Chevrand explicou que a Oi "é responsável pela prestação de inúmeros serviços essenciais à população brasileira".
Afinal, é a única operadora de telefonia de algumas regiões do país; presta serviços de telefonia fixa, com manutenção de orelhões; e responde pela maior parte dos sinais que atendem o sistema de controle de tráfego aéreo do Brasil, o CINDACTA (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo).
Por isso, a juíza decidiu dar início ao processo de transição desses serviços, de forma a "assegurar suas continuidades, em respeito à segurança pública nacional" mesmo diante da "assumida impossibilidade de honrar compromissos financeiros trazida pela Recuperanda".
Diretoria afastada
👨💼 Além disso, a juíza decidiu afastar todo o comando da Oi e das suas subsidiárias, Serede e Tahto, da diretoria ao Conselho de Administração.
De acordo com a decisão, o afastamento se deve à não apresentação de um plano de transição pela diretoria, mas também pelo esvaziamento patrimonial, fornecimento de informações equivocadas e contratação de profissionais com custos elevadíssimos.
Os advogados contratados para dar entrada no processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, por exemplo, custaram R$ 100 milhões à empresa, segundo a juíza, um valor que considerou "incompatível com a situação recuperacional".
A consultoria Íntegra, que foi contratada pela Oi para assessorar o processo de recuperação e indicou o seu atual CEO, também foi afastada.
Com isso, o comando da Oi passou para as mãos do administrador judicial Bruno Rezende. Já as subsidiárias da Oi passam a ser geridas pela advogada Tatiana Binato.
O que diz a Oi?
🗣️ Em fato relevante, a Oi indicou que vai recorrer das medidas, ao dizer que "está avaliando as medidas cabíveis em face da referida decisão".
A companhia ainda garantiu que "continuará prestando diligentemente os serviços contratados, mantendo sua atuação no mercado e buscando desenvolver o portfólio de suas unidades operacional".

OIBR3
Oi0.39
-92,64 %
-808,94 %
0%
0.07
0.01

Oi (OIBR3): Vem aí mais um grupamento de ações?
Companhia convocou assembleia para deliberar sobre a proposta em 29 de setembro.

Oi (OIBR3) volta ao vermelho, com prejuízo de R$ 835 mi no 2T25
Resultado foi influenciado pela venda das unidades de fibra óptica e televisão por assinatura.

Empresa listada na B3 propõe agrupar ações na proporção 25 para 1
A companhia enfrenta processo de recuperação judicial e tem ações sendo negociadas abaixo de R$ 1.

Oi (OIBR3) reduz participação na V.tal para 27,26%
A empresa, dias atrás, informou também que adiou a data de divulgação dos resultados do 2T25.

Subsidiárias da Oi (OIBR3) ganham prazo de 30 dias para reorganização, veja
A iniciativa tem como objetivo manter o funcionamento das operações e permitir a reestruturação econômico-financeira das companhias.

Oi (OIBR3) quer "trocar" de recuperação judicial nos EUA, entenda
Companhia pediu o encerramento do Chapter 15, mas já avalia entrar no Chapter 11.

Oi (OIBR3) pede adiamento da recuperação judicial para conseguir pagar dívidas
A proposta será levada à votação da Assembleia Geral de Credores e, em seguida, à homologação judicial.

Empresa listada na B3 terá grupamento de ações ainda em 2025
Com ações ordinárias abaixo de R$ 1,00 cada, a Oi (OIBR3) precisa se sacudir.