Justiça condena Willian Bigode a pagar R$ 4,5 mi por fraude em criptomoedas

O processo envolve a aplicação de R$ 4,58 milhões pelo casal com a promessa de uma rentabilidade de até 5% ao mês.

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Publicado em 21/01/2025 às 08:59h - Atualizado Agora Publicado em 21/01/2025 às 08:59h Atualizado Agora por Matheus Rodrigues
A decisão ainda condena Willian e suas sócias a uma multa de 10% do valor da condenação (Imagem: Shutterstock)
A decisão ainda condena Willian e suas sócias a uma multa de 10% do valor da condenação (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Justiça de São Paulo determinou que Willian Bigode, jogador do Santos, e outros quatro réus indenizem o lateral Mayke, do Palmeiras, e sua esposa em aproximadamente R$ 4,5 milhões.

O caso envolve investimentos frustrados em criptomoedas por meio da WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, empresa do atacante, e da XLand Holding Ltda.

A sentença, proferida pelo juiz Christopher Alexander Roisin, do Tribunal de Justiça de São Paulo, destaca a anulação do contrato entre as partes devido à comprovação de fraude, determinando o ressarcimento apenas do valor investido, acrescido de correção monetária.

No entanto, o pedido de rentabilidade prometida foi negado, conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor.

O processo, que ganhou notoriedade nos últimos meses, envolve a aplicação de R$ 4,58 milhões pelo casal em criptoativos com a expectativa de uma rentabilidade expressiva, entre 2% e 5% ao mês.

A XLand, empresa responsável pela gestão dos valores, falhou em devolver tanto o capital investido quanto os rendimentos, o que levou os investidores à Justiça.

O juiz apontou falta de cautela por parte das vítimas e também das empresas envolvidas, frisando que o contrato apresentava “garantias inverossímeis” de retorno, um elemento frequentemente associado a esquemas de alto risco no mercado financeiro.

A decisão ainda condena Willian e suas sócias a uma multa de 10% do valor da condenação por litigância de má-fé.

Um ponto central no julgamento foi a caracterização da relação entre as partes como uma relação de consumo.

Apesar dos argumentos da defesa de que Mayke e sua esposa seriam “investidores qualificados”, o magistrado entendeu que o casal não possuía conhecimento técnico suficiente para ser enquadrado nessa categoria.

Essa interpretação fundamentou a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, reforçando a proteção dos investidores contra práticas negligentes ou fraudulentas no mercado financeiro.

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Uma lição para todos

O caso reacende debates sobre a importância da transparência e da regulação no mercado de criptoativos.

Embora as criptomoedas tenham ganhado espaço como alternativa de investimento, a ausência de regulamentação clara e a promessa de retornos extraordinários continuam a atrair investidores despreparados para os riscos envolvidos.

Para especialistas, o episódio evidencia a necessidade de maior educação financeira e cautela ao investir em ativos de alto risco.

É fundamental que potenciais investidores investiguem a idoneidade das empresas, conheçam os riscos associados e evitem contratos que prometam retornos irreais.

Próximos passos

💲 Embora a decisão seja passível de recurso, o desfecho inicial marca um capítulo importante no enfrentamento de práticas duvidosas no mercado financeiro.

Caso os réus não cumpram voluntariamente o pagamento, poderão enfrentar penhoras de bens e outras medidas judiciais.

Além disso, o jogador Gustavo Scarpa, que também investiu na XLand, continua com seu processo em andamento, aumentando a atenção ao caso e suas implicações.

A reação irônica de Scarpa nas redes sociais, mencionando frases atribuídas a Willian, como “Agora é orar, Scarpinha” viralizaram entre os internautas.