Itaú (ITUB4) prevê IPCA em 5% em 2025 e aposta em dólar mais “barato”

A revisão reflete a expectativa por cortes de juros mais cedo nos Estados Unidos, o que enfraquece a moeda americana.

Author
Publicado em 19/09/2025 às 16:24h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 19/09/2025 às 16:24h Atualizado 11 horas atrás por Matheus Silva
A principal razão para o ajuste é a expectativa de alívio nos preços de alimentos (Imagem: Shutterstock)
A principal razão para o ajuste é a expectativa de alívio nos preços de alimentos (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Itaú (ITUB4) revisou suas projeções macroeconômicas nesta sexta-feira (19), e reduziu a estimativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025, de 5,1% para 5,0%.

A principal razão para o ajuste é a expectativa de alívio nos preços de alimentos, em grande parte favorecida pela valorização do real frente ao dólar.

Segundo o banco, a apreciação cambial deve impactar diretamente o custo de itens alimentícios importados e insumos agrícolas, além de abrir espaço para possíveis cortes nos preços da gasolina nas refinarias.

“A apreciação da moeda influencia especialmente os preços de alimentos e aumenta a chance de cortes nos preços da gasolina de refinaria”, destacou a equipe econômica.

Dólar mais barato e cenário internacional

O Itaú também reduziu sua projeção para a taxa de câmbio ao fim de 2025: de R$ 5,50 para R$ 5,35.

A revisão reflete o ambiente global de expectativa por cortes de juros mais cedo nos Estados Unidos, o que enfraquece a moeda americana frente a outras divisas.

“Com a perspectiva de flexibilização monetária pelo Federal Reserve, a tendência é de que o dólar perca força globalmente, o que sustenta uma visão de real mais valorizado no curto prazo”, afirma o relatório.

➡️ Leia mais: Banco do Brasil (BBAS3) assume o ‘trono’ da B3: Petrobras e Vale perdem espaço

Inflação: riscos e projeções para 2026

Apesar do alívio, o banco pondera que ainda existem riscos no radar para a inflação em 2025.

Entre os pontos de atenção, está a possibilidade de acionamento de bandeiras tarifárias mais caras no setor elétrico, caso o regime de chuvas seja insuficiente para recompor os reservatórios.

Para 2026, o Itaú manteve a estimativa de IPCA em 4,4%, avaliando o balanço de riscos como “simétrico”, sem viés claro para cima ou para baixo.

Na frente fiscal, o Itaú manteve a projeção de déficit primário em 0,6% do PIB para 2025, mas revisou para pior o cenário de 2026, estimando déficit de 1% do PIB. 

O relatório aponta como principal fragilidade a forte dependência do governo em receitas extraordinárias, o que gera dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas no médio prazo.

Selic deve seguir em 15%

No campo da política monetária, o banco reforçou sua projeção de Selic em 15% ao fim de 2025, com início de cortes apenas em 2026.

No entanto, reconheceu que o risco de um corte antecipado aumentou, caso a valorização do real persista ou se houver desaceleração econômica mais intensa do que o esperado.

➡️ Leia mais: Saiba o que ainda falta para o BB (BBAS3) voltar a pagar dividendos gordos

Atividade econômica

O Itaú manteve a projeção de crescimento de 2,2% para o PIB de 2025, ainda que com viés de baixa.

📈 O aperto do crédito, o patamar elevado dos juros e os efeitos defasados da política monetária sobre o consumo seguem como fatores limitantes para a expansão da economia brasileira no próximo ano.

ITUB4

Banco Itaú
Cotação

R$ 38,91

Variação (12M)

25,03 % Logo Banco Itaú

Margem Líquida

11,60 %

DY

7.21%

P/L

9,79

P/VP

2,01