IRB (IRBR3) estreia no mercado e lança 1ª Letra de Risco de Seguro do Brasil
A emissão movimentou R$ 33,7 milhões e promete aproximar de vez o mercado de seguros e o mercado de capitais.

💲 O mercado financeiro brasileiro ganhou um novo instrumento de investimento: a Letra de Risco de Seguro (LRS).
A inovação veio pelas mãos do IRB Brasil RE (IRBR3), que lançou a primeira emissão desse tipo no país, movimentando R$ 33,7 milhões em uma operação que promete aproximar de vez o mercado de seguros e o mercado de capitais.
A operação foi conduzida pela Andrina SSPE, subsidiária integral do IRB, e estruturada em parceria com o Itaú BBA, em um movimento que o CEO do IRB, Marcos Falcão, classificou como um "marco inédito para a transferência de riscos no Brasil".
“A emissão das letras de seguro permite que os riscos do mercado segurador sejam absorvidos pelo mercado de capitais”, destacou Falcão.
O que é a Letra de Risco de Seguro (LRS)?
Apesar do nome técnico, a mecânica das LRS é simples: trata-se de um título que permite que riscos, inclusive de eventos catastróficos, sejam transferidos das seguradoras para o mercado financeiro.
Em vez de carregar todo o risco no balanço, a seguradora capta recursos com investidores interessados em diversificar seus portfólios com ativos descorrelacionados de fatores macroeconômicos tradicionais, como taxa de juros e câmbio. Veja como funciona:
- A SSPE (sociedade de propósito específico) criada pelo IRB assume parte dos riscos dos seguros;
- Para captar recursos que lastreiam esses riscos, emite LRS;
- Investidores compram essas letras, recebendo um rendimento atrelado ao CDI + 2,5%, com pagamento integral no vencimento;
- Caso o risco segurado se materialize, o pagamento pode ser afetado — como ocorre com os tradicionais cat-bonds (títulos de catástrofe) em mercados desenvolvidos.
No caso específico dessa primeira operação, os riscos securitizados são relacionados a seguros garantia de 14 grandes empresas atendidas pelo IRB.
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Por que a LRS é considerada uma inovação?
A Letra de Risco de Seguro é vista como uma espécie de "cat-bond à brasileira", proporcionando benefícios tanto para seguradoras quanto para investidores:
- Seguradoras: liberam capital regulatório, o que permite aumentar a capacidade de emissão de novas apólices e otimizar seu balanço;
- Investidores: ganham acesso a um título de renda fixa de alta rentabilidade, descorrelacionado das tradicionais variáveis macroeconômicas.
Segundo Fausto Morais, superintendente de produtos estruturados do Itaú BBA, há uma forte demanda reprimida por esse tipo de ativo:
“Ativos descorrelacionados com juros ou câmbio são altamente desejados pelos fundos de investimento, especialmente em tempos de volatilidade”, explicou Morais.
A emissão da LRS do IRB também inaugura uma nova dinâmica no mercado de capitais brasileiro, estimulando o desenvolvimento de instrumentos mais sofisticados e que ampliam as opções de alocação para investidores institucionais.
Expectativas para o mercado de LRS no Brasil
Embora o volume da emissão inicial — R$ 33,7 milhões — seja considerado pequeno, o objetivo foi testar o apetite dos investidores e abrir caminho para futuras emissões em maior escala.
Cesar Cavalcante, presidente da Andrina SSPE, afirmou que a escolha por começar com um produto ligado ao seguro garantia foi estratégica, dado o crescente interesse por esse tipo de proteção no Brasil:
“A LRS é muito utilizada no exterior. Temos uma grande oportunidade de fortalecer nosso mercado de seguros e integrar o Brasil às práticas internacionais”, disse Cavalcante.
O surgimento desse novo instrumento de investimento ocorre em um momento estratégico, com o mercado de seguros brasileiro em expansão e a busca dos investidores por produtos de renda fixa que ofereçam proteção contra a volatilidade tradicional.
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Contexto regulatório
Vale lembrar que a legislação que permite a emissão de títulos de dívida por seguradoras foi sancionada apenas em 2022.
Desde então, o mercado aguardava a efetivação de operações desse tipo — o que finalmente aconteceu com a emissão do IRB, pavimentando o caminho para outras resseguradoras e seguradoras seguirem o mesmo modelo.
A B3, que dará suporte à negociação desses ativos, destacou a importância da operação.
💰 “O início das emissões de LRS traz uma nova oportunidade para captação de recursos pelas seguradoras e uma nova opção para a diversificação de portfólio dos investidores”, afirmou Leonardo Betanho, superintendente de produtos de Balcão da B3.

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