Inflação sobe 0,18% em novembro e fica dentro da meta no acumulado em 12 meses

O resultado acelerou em relação a outubro, mas ficou abaixo do esperado pelo mercado.

Author
Publicado em 10/12/2025 às 09:48h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 10/12/2025 às 09:48h Atualizado 3 minutos atrás por Marina Barbosa
É a primeira vez desde setembro de 2024 que o IPCA fica dentro da meta (Imagem: Shutterstock)
É a primeira vez desde setembro de 2024 que o IPCA fica dentro da meta (Imagem: Shutterstock)

A inflação oficial brasileira subiu 0,18% em novembro, pressionado pelos preços das passagens aéreas e por reajustes da energia elétrica.

📊 O resultado marca uma aceleração em relação a outubro, quando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subiu apenas 0,09%.

Ainda assim, é o menor para um mês de novembro desde 2018 e ficou abaixo do esperado pelo mercado, que projetava uma alta de 0,20% do indicador.

Com a alta de 0,18% de novembro, a inflação oficial brasileira acumula uma alta de 3,92% no ano. 

no acumulado em 12 meses, a inflação subiu 4,46%, abaixo dos 4,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

É a primeira vez desde setembro de 2024 que a inflação acumulada em 12 meses fica dentro do intervalo da meta perseguida pelo BC (Banco Central), que é de 3% ao ano, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.

E a Selic?

🏦 Apesar do recente recuo da inflação, o mercado espera que a Selic será mantida em 15% ao ano na reunião desta quarta-feira (10) do Copom (Comitê de Política Monetária). 

Isso porque o presidente do BC, Gabriel Galípolo, já disse que persegue o centro da meta e as expectativas de inflação também seguem acima dos 3%, segundo o Boletim Focus.

Galípolo ainda vem dizendo que o processo de convergência da inflação à meta está sendo "lento" e que o mercado de trabalho permanece aquecido, o que demanda uma postura conservadora do BC.

Ainda há uma preocupação com a inflação dos serviços, que, de fato, acelerou de 0,41% para 0,60% em novembro, pressionda pelas passagens aéreas e pela hospedagem.

Por isso, cortes de juros só são esperados para 2026. A dúvida do mercado é se o ciclo de ajuste terá início em janeiro ou março do próximo ano.

O que pesou na inflação?

✈️ De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação de novembro foi pressionada sobretudo pelos preços das passagens aéreas, que subiram 11,9%.

A energia elétrica também voltou a pesar no índice, mesmo com a manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1. Isso porque houve reajuste dos preços em locais como São Paulo, Brasília e Goiânia.

Por outro lado, quase todos os combustíveis cederam no mês. A gasolina, por exemplo, caiu 0,42% e o gás veicular recuou 0,51%. A exceção foi do etanol, que teve uma alta de 0,39% no mês.

🍅 O grupo de alimentação e bebidas também ajudou a conter a alta da inflação, pois apresentou uma variação negativa de 0,01%.

O recuo foi puxado pela alimentação no domicílio, que recuou 0,20%, favorecido por preços menores de itens como tomate (-10,38%), leite longa vida (-4,98%) e arroz (-2,86%).

Veja como os grupos da inflação se comportaram em novembro:

  • Despesas pessoais: 0,77%;
  • Habitação: 0,52%;
  • Vestuário: 0,49%;
  • Transportes: 0,22%;
  • Educação: 0,01%;
  • Alimentação e bebidas: -0,01%;
  • Saúde e cuidados pessoais: -0,04%;
  • Comunicação: -0,20%;
  • Artigos de residência: -1,00%.

INPC

Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu 0,03% em novembro e passou a acumular uma alta de 4,18% em 12 meses.

O índice mede a inflação das famílias que recebem de 1 a 5 salários mínimos no mês e é usado no cálculo do reajuste do salário mínimo.

Considerando a variação de 4,18% do INPC em 12 meses e atual regra de reajuste do salário mínimo, o governo deve elevar o valor do salário mínimo dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.621 em 2026.