Ibovespa voa aos 164 mil pontos com aposta em cortes na Selic e Vale (VALE3)

A mineradora voltou a ser destaque pelo 5º pregão consecutivo, se consolidando como a ação mais negociada do dia.

Publicado em 04/12/2025 às 18:37h - Atualizado Agora Publicado em 04/12/2025 às 18:37h Atualizado Agora por Matheus Silva

Já o dólar à vista recuou levemente, fechando a R$ 5,31 (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Ibovespa (IBOV) estendeu sua sequência de ganhos e alcançou, nesta quinta-feira (4), a terceira sessão consecutiva de recorde histórico, encerrando o dia com alta de 1,68%, aos 164.468,14 pontos, novo pico nominal de fechamento.

Durante o pregão, o índice superou os 164 mil pontos pela primeira vez, alcançando também a maior cotação intradiária da história.

O desempenho é sustentado pela combinação de otimismo com o ciclo de cortes da Selic, melhora no ambiente externo e expectativas positivas em torno de grandes empresas listadas na B3 (B3SA3). No acumulado do ano, o Ibovespa já avança mais de 36%.

Enquanto isso, o dólar à vista recuou levemente, fechando a R$ 5,3104, com queda de 0,05%, acompanhando o fluxo positivo para mercados emergentes e o clima de cautela com o Fed (Federal Reserve) nos Estados Unidos.

PIB e política monetária no radar

O foco dos investidores no Brasil esteve voltado para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgado nesta manhã pelo IBGE.

A economia brasileira cresceu apenas 0,1% na comparação trimestral, abaixo da projeção mediana do mercado de 0,2%. Esse foi o desempenho mais fraco desde a retração de 0,1% registrada no fim de 2024.

Segundo o Itaú BBA, o resultado reforça o cenário de desaceleração gradual da atividade, o que aumenta a probabilidade de um início mais antecipado no ciclo de cortes da Selic.

Apesar disso, março ainda é apontado como o mês mais provável para a primeira redução da taxa básica.

➡️ Leia mais: Ibovespa pode chegar a 230 mil pontos com mudança de governo, prevê banco

Congresso aprova LDO com folga

No campo político, o Congresso aprovou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, mantendo a meta fiscal de superávit primário de 0,25% do PIB e abrindo margem para um volume expressivo de emendas parlamentares em ano eleitoral.

O texto também prevê uma exceção de R$ 10 bilhões ao teto de gastos das estatais, abrindo caminho para um eventual aporte do Tesouro nos Correios, caso seja aprovado um plano de reestruturação para a companhia.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, qualquer injeção de recursos deverá respeitar as regras atuais do arcabouço fiscal.

Destaques do Ibovespa

Na ponta positiva do índice, Totvs (TOTS3) liderou os ganhos com alta de 7%, em movimento de correção positiva e fluxo comprador após sessões de estabilidade.

A Vale (VALE3) voltou a ser destaque pelo quinto pregão consecutivo, subindo mais de 3% e se consolidando como a ação mais negociada do dia.

Os investidores seguem otimistas com as projeções atualizadas da mineradora, que estima produção entre 335 e 345 milhões de toneladas de minério de ferro em 2026 e mantém a meta de 360 milhões de toneladas em 2030.

Já a Petrobras (PETR4) avançou quase 1%, acompanhando a valorização do petróleo tipo Brent, que subiu 0,94%, cotado a US$ 63,26 o barril.

Além do movimento externo, a ação foi impulsionada por relatório do BTG Pactual, que apontou potencial de valorização com a compressão do risco-Brasil e aumento da produção no pré-sal, especialmente em Búzios.

Na ponta negativa, Braskem (BRKM5) caiu mais de 2% após negar informações sobre suposta venda de participação. A empresa esclareceu que não conduz negociações de venda e solicitou explicações aos acionistas controladores.

A Novonor, maior acionista da petroquímica, confirmou que negocia com a IG4 Solutions, mas que não há documento vinculante assinado até o momento.

➡️ Leia mais: Fim do home office? Bradesco segue passos do Nubank e convoca retorno

Mercados globais à espera do Fed

No exterior, os mercados mantiveram o compasso de espera antes da decisão de juros do Federal Reserve, marcada para a próxima semana (9 e 10 de dezembro).

A ferramenta FedWatch, do CME Group, indicava 87% de chance de corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano. A expectativa de manutenção da taxa subiu levemente para 13%.

📊 Confira o fechamento dos principais índices:

Dow Jones: -0,07%, aos 47.851,34 pontos
S&P 500: +0,11%, aos 6.857,12 pontos
Nasdaq: +0,22%, aos 23.505,13 pontos

Na Europa, o índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,45%, aos 578,84 pontos, impulsionado por ações dos setores industrial e automobilístico.

Na Ásia, o Nikkei (Japão) subiu 2,33%, aos 51.028,42 pontos, enquanto o Hang Seng (Hong Kong) avançou 0,68%, aos 25.935,90 pontos.

Cotação

R$ 71,99

Variação (12M)

32,93 %

Margem Líquida

14,15 %

6.45%

P/L

10,79

P/VP

1,49

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