Galípolo prevê inflação dentro da meta só em 2026 e reforça Selic em 15% ao ano
O presidente do BC disse que inflação voltará ao intervalo da meta apenas no 1º trimestre de 2026 e manterá Selic em 15% por tempo prolongado.

🚨 O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (10), em carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que a autoridade monetária está comprometida com a meta contínua de inflação de 3% e que continuará adotando medidas para garantir a convergência da inflação dentro do intervalo de tolerância até o fim do primeiro trimestre de 2026.
O documento atende à exigência prevista na nova sistemática de metas contínuas, que obriga o BC a se manifestar publicamente quando a inflação supera o teto da meta por seis meses consecutivos, como ocorreu até junho deste ano.
Segundo o IBGE, a inflação acumulada em doze meses até junho foi de 5,35%, superando o teto do intervalo de tolerância da meta — que é de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo do centro de 3%.
Isso significa que o limite máximo aceitável seria 4,5%, o que foi ultrapassado em todos os meses de 2025 até agora.
“Durante o período de desenquadramento, o Banco Central investirá no reforço da comunicação sobre as razões do descumprimento da meta, sobre as medidas adotadas e sobre a evolução do cenário de convergência da inflação”, afirmou Galípolo no texto.
Selic elevada para controlar expectativas
Para conter a alta de preços e sinalizar firmeza ao mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 15% ao ano em junho — o maior nível em duas décadas.
O BC indicou ainda que essa taxa será mantida por um período “bastante prolongado” até que a inflação volte ao centro da meta.
De acordo com o presidente da autarquia, essa condução da política monetária está alinhada à estratégia de ancoragem das expectativas de inflação para o último trimestre de 2026, considerado o horizonte relevante para os efeitos da atual política de juros.
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Galípolo aponta causas da pressão inflacionária
No documento enviado ao governo, Galípolo listou os principais fatores que têm mantido a inflação acima do intervalo de tolerância:
- Inércia inflacionária herdada do período anterior;
- Desancoragem das expectativas do mercado, persistentes desde meados de 2024;
- Baixa ociosidade da economia, com desempenho da atividade acima do esperado;
- Inflação importada, pressionada pela desvalorização cambial;
- Efeitos de bandeiras tarifárias na conta de energia elétrica.
“Os efeitos defasados da alta do câmbio ao longo de 2024 ainda tiveram forte impacto na inflação medida no segundo trimestre de 2025, como pode ser observado com a inflação de bens industriais e alimentos industrializados pressionada”, explicou Galípolo.
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Política monetária seguirá firme
Desde setembro de 2024, o Banco Central deu início a um novo ciclo de aperto monetário, elevando os juros em 4,5 pontos percentuais até agora.
A intenção é manter a Selic em patamar contracionista enquanto for necessário para reverter a trajetória da inflação.
📈 O presidente do BC reforçou que o compromisso com a estabilidade de preços está mantido e que a comunicação institucional será intensificada como ferramenta adicional para restaurar a confiança do mercado e da sociedade.

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