Dólar sobe quase 2% e Ibovespa recua, interrompendo sequência de recordes

O dólar disparou para R$ 5,58 e o Ibovespa caiu 0,95%, aos 135.173 pontos.

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Publicado em 22/08/2024 às 17:48h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 22/08/2024 às 17:48h Atualizado 2 meses atrás por Marina Barbosa
Dólar teve maior alta diária do ano (Imagem: Shutterstock)
Dólar teve maior alta diária do ano (Imagem: Shutterstock)

O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (22), interrompendo uma sequência de três recordes consecutivos. Já o dólar subiu quase 2%, chegando a R$ 5,58.

O principal índice da B3 recuou 0,95% e perdeu quase 1,3 mil pontos. Com isso, fechou aos 135.173 pontos. É o menor patamar de fechamento da semana, mas um nível que seria considerado recorde até a semana passada.

💵 Já o dólar disparou 1,98%, para R$ 5,58. Foi a maior alta diária do ano e o valor mais alto desde 7 de agosto.

O movimento interrompe uma sequência de ganhos da bolsa brasileira, que renovou suas máximas históricas nas últimas sessões diante da possibilidade de corte dos juros americanos e da redução do temor de uma recessão nos Estados Unidos.

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A reviravolta ocorre em meio a novos dados da economia americana. Isso porque o PMI (índice de gerentes de compras) caiu para 54,1 em agosto e os pedidos de seguro-desemprego subiram para 232.000 na semana passada. 

📉 Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (22), um dia depois de o governo revisar os números de abertura de vagas de emprego nos 12 meses encerrados em março, mostrando um resultado 818 mil menor do que o anunciado anteriormente.

Além disso, ruídos sobre o rumo dos juros brasileiros pesaram sob o Ibovespa. Isso porque, depois de dias dizendo que os juros poderiam subir se necessário, o diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, negou que o BC esteja "encurralado". Ou seja, sem opções para a sua próxima reunião.

A realização de lucros, após tantos recordes seguidos, também explica a queda do Ibovespa. "Os volumes vinham se reduzindo nos últimos dias, o que também indicaria uma perda de força do movimento", comentou o economista e sócio da Nomos, Alexsandro Nishimura.

EUA

As bolsas americanas também fecharam em queda, diante dos novos dados econômicos e da expectativa por novas diretrizes sobre a política monetária. O presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, discursa na sexta-feira (23) no congresso de Jackson Hole.

Veja o fechamento:

  • Dow Jones: -0,56%;
  • S&P 500: -0,89%;
  • Nasdaq: -1,67%.

Baixas

O desempenho dos bancos também pesou sob o Ibovespa nesta quinta-feira (22). O Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, recuou 2,27%, no dia seguinte à data de corte dos proventos do segundo trimestre. E o Itaú (ITUB4) caiu 0,92% depois que o UBS BB cortou a recomendação para o papel, de compra para neutra.

As siderúrgicas também fecharam em queda, diante da queda dos preços internacionais do minério de ferro. A Usiminas (USIM5), por exemplo, caiu 3,46% e a CSN (CSNA3), -1,62%. A exceção foi da Vale (VALE3), que fechou com alta de 0,14% depois de muitas oscilações.

Destaque ainda para a Vibra (VBBR3), que perdeu 3,45%, com o mercado temendo que a aquisição da Comerc atrapalhe o fluxo de dividendos da companhia.

Veja outras baixas do dia:

Altas

Em dia de perdas generalizadas, a maior alta do Ibovespa foi da Embraer (EMBR3), que avançou 2,15%.

Destaque ainda para a Petrobras (PETR4), que ganhou 0,28% na esteira da alta dos preços do petróleo, interrompendo uma sequência de três quedas consecutivas.

Já a Casas Bahia (BHIA3) subiu 0,65%, mesmo depois de sua sede ser alvo de mandado de busca e apreensão.

Veja outras altas do dia: