Clearsale (CLSA3) dispara 11% depois de acordo com Serasa Experian

Empresa foi comprada por R$ 2 bilhões

Publicado em 04/10/2024 às 12:46h - Atualizado 5 meses atrás Publicado em 04/10/2024 às 12:46h Atualizado 5 meses atrás por Wesley Santana

Clearsale fez IPO em 2021 (Imagem: Shutterstock)

💰 Os investidores receberam com bastante euforia a notícia da compra da Clearsale (CLSA3) pela Serasa Experian. As empresas chegaram a um acordo de R$ 2 bilhões pelo negócio, um dos maiores M&A do país nos últimos anos.

Às 12h, as ações da Clearsale avançavam mais de 11% no pregão, segundo dados da bolsa de valores. Os papeis eram negociados próximos de R$ 9,50.

O acordo entre as duas companhias só intensificou um movimento de alta que os papeis registravam em 2024. Desde o começo do ano, o preço de cada ação saltou de R$ 3 para mais de R$ 9, ainda conforme informações da B3.

Apesar de entregar essa performance aos investidores, a Clearsale deve deixar a bolsa de valores assim que o acordo for concluído. A empresa realizou a abertura de capital em 2021, então tem suas ações listadas há pouco mais de três anos.

Aos atuais acionistas, a Serasa deu três opções: pagamento à vista de R$ 10,56 por ação (um prêmio superior a 20%), receber equivalente a R$ 10,56 por ação em BDRs da Experian; ou depósito de 95% em dinheiro e 5% em BDR da Experian. Os acionistas controladores da Clearsale já optaram por receber os recursos em dinheiro à vista.

“A combinação das expertises das duas empresas ampliará a capacidade de inovação das soluções ofertadas ao mercado”, pontuou o CEO da ClearSale, Eduardo Mônaco.

A Clearsale é uma empresa fundada em 2001 que se especializou na prevenção de fraudes em transações online. A companhia tem um foco muito especial na área de comércio digital, por isso chamou a atenção da espanhola Serasa Experian.

“Nossas soluções estarão mais fortalecidas para proteger consumidores de tentativas de fraude, garantindo que suas identidades e dados pessoais estejam seguros”, afirmou Valdemir Bertolo, CEO da Serasa Experian. “Em um mundo cada vez mais digital e movido por inteligência artificial, onde grande parte das operações acontece no ambiente online, o investimento em tecnologia e na melhoria de ferramentas de prevenção à fraude é essencial”, acrescentou.

A fusão ainda depende de aprovação dos órgãos reguladores brasileiros, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Movimento no mercado

A compra de empresas de cibersegurança tem sido algo frequente no mercado financeiro. Recentemente, a emissora de cartões Mastercard (MSDC34) pagou mais de US$ 2,6 milhões pela Recorded Future, startup também especializada em segurança digital para e-commerce.

“[A aquisição] contribui para a forma como oferecemos maior tranquilidade antes, durante e depois da transação de pagamento. Juntos, inovaremos mais rapidamente, criaremos modelos mais inteligentes e anteciparemos ameaças emergentes antes que os ataques cibernéticos possam ocorrer em pagamentos e além", disse Craig Vosburg, diretor de serviços da Mastercard.