China critica venda de dois portos do Canal do Panamá

Governo asiático fala em traição de empresa sediada em Hong Kong.

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Publicado em 14/03/2025 às 15:25h - Atualizado 8 minutos atrás Publicado em 14/03/2025 às 15:25h Atualizado 8 minutos atrás por Wesley Santana
Canal está localizado na América Central (Imagem: Shutterstock)
Canal está localizado na América Central (Imagem: Shutterstock)

O governo chinês usou o jornal estatal Ta Kung Pao para tecer críticas à proposta de venda de dois portos localizados nos extremos do Canal do Panamá para a BlackRock (BLAK34). A transição foi classificada como uma traição ao povo asiático, destacando a proximidade da empresa com o governo dos Estados Unidos.

🗣️ “É uma busca de lucro, ignorando os interesses nacionais e a justiça nacional, e traindo todos os chineses”, diz texto publicado.

A publicação surge como uma resposta ao anúncio da BlackRock de adquirir a empresa chinesa CK Hutchison, com sede em Hong Kong, que tem o controle sobre alguns dos portos mais importantes no Canal do Panamá. A operação, segundo interlocutores, estaria avaliada em US$ 19 bilhões.

A gestora de investimentos BlackRock é uma das maiores do mundo, com operações em diversos países e mais de US$ 11 bilhões sob gestão. A empresa é conhecida por deter ações volumosas de empresas como Apple (AAPL34), Walmart (WALM34) e Pfizer (PFIZ34).

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O fato é que, do lado do governo norte-americano, essa operação representa muito mais que um mero M&A que se vê todos os dias no mundo dos negócios. Em meio às reclamações de Trump sobre a China ter o controle desta espinha dorsal do comércio mundial, a aquisição pode fazer os EUA saírem na frente na guerra comercial contra a China, uma das mais beneficiadas pelo uso do Canal, em razão da conexão Ásia-América.

O Canal do Panamá é uma das principais vias marítimas do comércio global, por onde passam 6% das mercadorias que cruzam os oceanos Pacífico e Atlântico. Deste total, 21% são de mercadorias oriundas da China. Portanto, é um canal estratégico para o país.

"Depois que o Canal do Panamá for 'americanizado' e 'politizado', os Estados Unidos definitivamente o usarão para fins políticos e promoverão sua própria agenda política”, diz o artigo.

”Uma vez que os Estados Unidos implementem medidas como restrição seletiva de fluxo e "sobretaxa política" adicional, os custos logísticos e a estabilidade da cadeia de suprimentos das empresas chinesas estarão em grande risco”, complementa.

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