BlackRock reduz posição em Raízen (RAIZ4), mas ação dispara 20% no mês

Desde as mínimas do ano, registradas em 20 de maio, os papéis da companhia acumulam uma alta de cerca de 20%.

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Publicado em 04/06/2025 às 22:02h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 04/06/2025 às 22:02h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Silva
A gestora passou a deter pouco mais de 52 milhões de ações da companhia (Imagem: Shutterstock)
A gestora passou a deter pouco mais de 52 milhões de ações da companhia (Imagem: Shutterstock)

🚨 A maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, reduziu sua participação acionária na Raízen (RAIZ4) para 3,83%, conforme documento enviado ao mercado nesta terça-feira (3).

A gestora passou a deter pouco mais de 52 milhões de ações da companhia, mantendo sua posição como investidora financeira, sem intenção de influenciar o controle ou a administração da empresa.

Apesar da redução da participação, a ação da Raízen ganha força. Desde as mínimas do ano, registradas em 20 de maio, os papéis da companhia acumulam uma alta de cerca de 20%.

Catalisadores para a recuperação das ações

O principal impulso recente veio da notícia de que a Raízen teria fechado um novo acordo para repassar um grupo de projetos solares ao Pátria Investimentos, conforme reportado pelo portal NeoFeed.

Essa movimentação ocorre pouco mais de um ano após a empresa vender 31 usinas solares para a Élis Energia, controlada pelo mesmo Pátria, em operação avaliada em R$ 700 milhões.

Segundo o BTG Pactual (BPAC11), a venda de ativos não-core está alinhada com a estratégia da nova diretoria da companhia, que busca focar na redução do endividamento.

O objetivo é acelerar o desapego de ativos que demandam capital intensivo e baixo retorno.

“A decisão de vender usinas de geração solar é consistente com a necessidade de desalavancar o balanço. E a escolha por vender ativos de menor desempenho pode liberar caixa e melhorar o perfil financeiro da empresa”, avalia o BTG.

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Desafios recentes e reestruturação em andamento

No quarto trimestre da safra 2024/2025 (4T25), a Raízen enfrentou um cenário operacional desafiador.

A companhia registrou aumento de R$ 5,2 bilhões na dívida bruta, impulsionado por um consumo de capital de giro da ordem de R$ 7,1 bilhões.

Parte desse consumo veio da substituição de adiantamentos a clientes e do aumento das operações de forfait (desconto de recebíveis).

O Bank of America vê com bons olhos o movimento de venda de ativos, como usinas de cana-de-açúcar e projetos solares.

Para o banco, a venda de ativos pouco eficientes, como a usina de Leme — citada como uma das de pior desempenho da carteira da Raízen —, é positiva para preservar o caixa da empresa.

“O senso de urgência da nova administração está se concretizando. Vender ativos menos lucrativos evita que continuem drenando o caixa e prepara a Raízen para ganhos de eficiência a partir de 2027”, escreveram os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris em relatório recente.

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O que esperar para a Raízen?

Os analistas ainda esperam um ano difícil em termos de consumo de caixa, mas projetam melhora a partir do ano fiscal de 2027. O capex (investimentos) deve ser reduzido, e a empresa trabalha para otimizar seu portfólio, focando em ativos mais rentáveis e estratégicos.

Com as vendas de ativos e uma estratégia mais agressiva de desalavancagem, a expectativa é que a empresa melhore gradualmente sua geração de caixa, algo que pode contribuir para uma recuperação mais consistente das ações.

📈 A Raízen, que vinha pressionada no mercado, agora parece estar encontrando um novo fôlego, mesmo diante da venda das ações da BlackRock.

RAIZ4

Raízen
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