Bancos zeram IOF, mas taxa 'escondida' ainda encarece compras no exterior

Nesta última segunda-feira (25), o BTG Pactual anunciou a isenção do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para compras internacionais feitas com cartão de crédito. Desta forma, os clientes do banco deixarão de arcar com a taxa de 3,5% sobre as contas feitas fora do Brasil.

O IOF é um imposto que incide sobre qualquer operação realizada no exterior e que foi alvo de mudanças por parte do governo federal há poucos meses. A taxa passou a ter uma alíquota fixa, diferente de anteriormente quando variava entre 1,1% e 3,38% -chegando a 5,38% em anos anteriores.

"A isenção do IOF é mais uma facilidade que criamos para aprimorar a experiência de quem viaja, trazendo mais tranquilidade e transparência na fatura", afirmou Marcelo Flora, sócio e líder da plataforma digital do BTG Pactual, em comunicado à imprensa.

Segundo o banco de investimentos, todas as categorias de cartão de crédito serão elegíveis a essa isenção, tanto no débito quanto no crédito. Além disso, também incluiu os saques realizados fora do território nacional.

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O BTG disse que a promoção foi aberta no dia 22 de agosto, mas não tem prazo para ser encerrada. No entanto, destaca que reserva o direito de finalizar com a vantagem em qualquer momento, seguindo critérios internos.

“A campanha poderá, ainda, ser suspensa ou descontinuada, a qualquer tempo e sem necessidade de aviso prévio, em decorrência de alteração na legislação ou regulamentação aplicável, especialmente no que diz respeito à tributação incidente sobre operações internacionais. Nesta hipótese, a comunicação aos clientes será realizada posteriormente, logo após a suspensão ou descontinuação da campanha”, diz o regulamento.

O banco alerta, ainda, que compras parceladas, uso de limite da conta ou clientes com inadimplência estarão vetados do programa.

De olho no spread bancário

A decisão do BTG acontece depois que outros diversos bancos anunciaram a isenção do IOF para seus correntistas. A lista conta com Nubank, XP, Porto Bank e até o Mercado Pago, sendo que alguns deles já encerraram o período promocional.

Essa é uma estratégia para adquirir novos consumidores, especialmente os que viajam com frequência. Dados os custos serem convertidos para o dólar, o ticket médio deste grupo é bastante superior ao de outros correntistas.

É importante considerar, porém, que, embora o IOF esteja zerado, as instituições cobram uma taxa pela utilização de seu cartão no exterior, o chamado spread bancário. Em alguns casos, essa alíquota chega a ser o dobro do IOF cobrado pelo governo, o que pode encarecer ainda mais a compra estrangeira.

No caso do BTG, a última tabela de tarifas atualizada pela instituição mostra que o spread para compras internacionais no crédito é de 6% sobre o valor total da conta. No caso dos saques internacionais, essa taxa ainda sofre acréscimo de R$ 20.

A alíquota de spread pode ser conferida na tabela de tarifas de cada banco, documento onde estão descritas todas as taxas praticadas. A seguir, você acompanha o spread registrado pelas dez maiores instituições do país.

• Itaú | Spread: 5,8%
• Nubank | Spread: 0% (promoção)
• BTG Pactual | Spread: 6%
• Bradesco | Spread: 5,3%
• Santander | Spread: 6%
• Banco do Brasil | Spread: 4%
• Caixa Economica Federal | Spread: 4%
• Sicredi | Spread: 1%
• Inter | Spread: 4,99%
• XP | Spread: 2,25%