Bancos reiteram compra de Embraer (EMBR3) após exclusão de aviões de tarifa de Trump
Empresa pode recuperar prejuízos recentes e continuar caminho de valorização, projetam bancos de investimentos.
Os investidores da Embraer (EMBR3) podem finalmente respirar fundo depois de semanas de preocupação. O tarifaço de 50% proposto por Donald Trump excluiu a exportação de aviões desta lista.
Com a publicação da decisão nos Estados Unidos, a reação dos investidores foi instantânea, com as ações da fabricante de aeronaves disparando no pregão da última quarta-feira (30). No acumulado do dia, a alta superou a casa dos 10%, e o ativo terminou a sessão acima dos R$ 76, conforme dados da bolsa de valores.
A animação, porém, não se limitou à bolsa de valores, já que diversos analistas e casas de investimentos reviram suas projeções para o ticker. Muitos deles já contavam com uma eventual decisão contrária, já que a tarifaço inviabilizaria algumas categorias de produtos. Além do próprio setor de aeronaves, o Brasil é um dos principais exportadores de outros itens para os EUA, o que impactaria de forma expressiva o bolso do consumidor local.
Para muitos dos analistas, com o recuo por parte do governo de Trump, o ticker da Embraer ganha ainda mais relevância. Antes disso, a companhia já tinha indicação positiva, mas perdeu parte do seu valor de mercado, então muitos analistas acreditam que, além do espaço de recuperação, a empresa tem um longo caminho de valorização pela frente.
Um dos primeiros bancos a reforçar sua recomendação para o ticker da Embraer depois da publicação feita pela Casa Branca foi o JP Morgan, que manteve sua recomendação positiva para o papel. Os analistas disseram que o ticker tem qualidades para atingir novas cotações recordes nos próximos trimestres.
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O mesmo aconteceu com o Itaú BBA, que reiterou seu preço-alvo para os ADRs da companhia, fixando o teto de US$ 62. O banco ainda destacou que a Embraer continua como seu ativo preferido no setor, também chamado de top pick.
Já o Bradesco BBI, destacou a qualidade positiva da notícia e pontuou que sua projeção é que a cotação alcance US$ 68 em NYSE. Por lá, atualmente, o ticker opera na casa de US$ 54, o que representaria um upside de ao menos 25%.
“Acreditamos que, agora que as aeronaves da Embraer estarão sujeitas apenas a tarifas de 10%, a tese está novamente significativamente reduzida. Até o momento, a Embraer apresentou alta de 11%, deixando um potencial de alta de 9% em relação à avaliação pré-tarifa de 50%. Vale lembrar que estimamos que as tarifas de 10%, que estavam ativas desde abril, poderiam impactar o EBIT da Embraer em 2025 em cerca de 7%, ou 13% em 12 meses, principalmente devido aos jatos executivos, cujo impacto será direto sobre a Embraer”, avalia.
De tarifaço a tarifinho
Para além do contexto político que envolve a taxação adicional dos produtos enviados pelo Brasil aos Estados Unidos, a decisão publicada pela Casa Branca foi recebida com comemoração pelo governo brasileiro. O governo de Trump parece não ter desistido de taxar em 10% os produtos brasileiros, mas recuou dos 40% adicionais impostos para todos os produtos.
Na quarta, foi publicado um documento que isenta mais de 700 produtos desta tarifa. Petróleo, gás natural, suco de laranja, castanhas e outras centenas de itens enviados pelo país sul-americano ficaram de fora, o que diminui o eventual prejuízo que as empresas brasileiras teriam no comércio com o gigante americano.
Apesar disso, o café e a carne bovina -que são dois dos produtos mais vendidos pelo Brasil- foram mantidos na nova regra. No caso do grão, quase um terço do que chega por lá é proveniente do Brasil, o que indica uma forte dependência.
De imediato, o setor já pode comemorar de forma mais tranquila, já que a entrada da tarifa em vigor foi prolongada. Além disso, o governo norte-americano garantiu que os produtos que estão no percurso para chegar até os EUA estão fora da taxação adicional.
"A lista de exceções nos sinaliza espaço para caminhos de negociação", afirma Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Temos na história recente das relações comerciais casos de outros países com reversões de escalada de tarifas. Seguiremos colaborando com as autoridades, confiando na diplomacia brasileira, tomando as medidas possíveis juntos aos atores envolvidos e apostando na força econômica e social do café para os EUA”, diz a entidade que representa as empresas.
EMBR3
EMBRAERR$ 86,99
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