Banco Central mantém Selic em 15% ao ano, maior nível desde 2006
A última vez que a Selic esteve acima desse nível foi em 2006, quando chegou a 15,25% ao ano, durante o 1º mandato do presidente Lula.
🚨 O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (05) manter taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 15% ao ano.
Essa é a terceira reunião consecutiva em que o colegiado opta por manter os juros estáveis, indicando cautela diante do cenário econômico atual.
A decisão reforça o tom conservador da autoridade monetária, que agora monitora sinais para avaliar o momento ideal de iniciar o ciclo de queda da taxa básica de juros. A manutenção ocorre em um contexto de atividade econômica aquecida e inflação ainda resistente, apesar de moderada.
Esse é o maior patamar em quase 20 anos – em julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Selic estava em 15,25% ao ano.
Retrospectiva do ciclo de alta
O atual ciclo de aperto monetário teve início em setembro de 2024, quando a Selic foi elevada de 10,50% para 10,75% ao ano, como resposta ao aumento das pressões inflacionárias e à aceleração da economia.
Desde então, o Copom seguiu um ritmo firme de elevações:
- Novembro/2024: 11,25%
- Dezembro/2024: 12,25%
- Janeiro/2025: 13,25%
- Março/2025: 14,25%
- Maio/2025: 14,75%
- Junho/2025: 15%, patamar atual
O Banco Central vem sinalizando que, embora o ciclo de alta tenha chegado ao fim, o corte de juros dependerá da consolidação de um ambiente macroeconômico mais favorável, tanto no Brasil quanto no exterior, com destaque para a política monetária dos Estados Unidos e os riscos fiscais domésticos.
➡️ Leia mais: Maior da história? Shutdown nos EUA chega ao 35º dia e coloca aeroportos em risco
Comunicado reforça cautela
No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom destacou que a manutenção da Selic “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.
O comitê também reforçou o tom de vigilância e prudência, indicando que o atual patamar de juros deve ser preservado “por um período suficientemente prolongado”, mas que não hesitará em retomar o ciclo de alta caso as expectativas de inflação se deteriorem.
“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária”, afirmou o BC.
Brasil mantém 2ª maior taxa de juro real do mundo
Mesmo com a inflação em queda e alguma recuperação da confiança do consumidor, o Brasil segue entre os países com maior custo real de capital.
Com juro real de 9,74% ao ano, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking global elaborado pela MoneYou e Levante Intelligence, atrás apenas da Turquia, que lidera com 17,8%.
A posição brasileira no ranking se mantém inalterada há cinco meses, e já não seria alterada mesmo que o Copom optasse por ajustar a Selic nesta reunião.
Segundo o economista-chefe Jason Vieira, que coordena o estudo, o principal fator que impede uma redução da taxa são as incertezas fiscais e políticas domésticas, que elevam o prêmio de risco do país, mesmo com sinais de desaceleração econômica e valorização cambial.
O ranking segue com Rússia (9,10%) e Argentina (5,16%), logo após Brasil e Turquia.
➡️ Leia mais: Quais empresas listadas na B3 levaram o Ibovespa ao recorde dos 153 mil pontos?
Panorama internacional
O levantamento da MoneYou considera as 40 maiores economias do mundo e mostra que a maior parte dos países mantiveram suas taxas de juros. Entre as 165 economias analisadas,
- 77,6% mantiveram os juros
- 18,8% cortaram
- Apenas 3,6% elevaram
📈 No grupo das 40 principais economias, nenhum país aumentou os juros recentemente.
2025 é o ano do ouro caro e do dólar barato; saiba o pódio dos investimentos
Metal precioso se valoriza quase +30% no ano, ao passo que o dólar tem a maior queda anual desde 2016.
FIIs ressuscitam ganhos, enquanto Bitcoin (BTC) é abatido em fevereiro; veja ranking
Saiba quais classes de investimentos são destaques positivos no mês e quais deram dor de cabeça aos investidores
Bitcoin (BTC) entrega 12% ao mês, enquanto Ibovespa tem pior saldo em 2025; veja como foi julho
Investimentos em renda variável no Brasil (ações e FIIs) têm mês difícil, ao passo que criptos e exterior brilham.
Selic a 15% ao ano: Quanto rende o seu dinheiro em CDB, LCA, LCI, Tesouro Selic?
Embora ainda haja dúvidas se os juros podem permanecer em 14,75% ao ano, o Investidor10 apresenta as projeções para a renda fixa
Luiz Barsi da Faria Lima: Como gestor do Fundo Verde dribla Trump em 2025 com renda fixa?
Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, já acumula valorização superior a 26.000% desde 1997 e revela estratégia de investimentos em meio à guerra comercial
Não foi o Bitcoin (BTC)? Saiba qual classe de investimento mais subiu em janeiro
Maior criptomoeda do mundo se valorizou quase +2% no mês que se encerra, mas soma ganhos de +184% nos últimos 12 meses
Barsi da Faria Lima faz o alerta: Selic em 2025 subirá a 'patamares esquecidos'
Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, já acumula valorização superior a 26.000% desde 1997 e revela estratégia de investimentos para este ano
WEG (WEGE3) pode bater ROIC de 38% em 2025; saiba se analistas investem
Indicadores fundamentalistas favoráveis e cenário de dólar acima dos R$ 6 dão indícios para a ação que já disparou +45% em 20224