Aumento do IOF: Veja como medida afeta suas compras, viagens e investimentos
Medida deve encarecer compras e viagens internacionais e ainda pode pressionar as contas das seguradoras e varejistas listadas na B3.

O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) não vai mais atingir as suas aplicações em fundos de investimento no exterior. Contudo, ainda pode mexer bastante com as suas finanças.
💲 A medida, anunciada na quinta-feira (22) pelo governo federal como uma forma de elevar a arrecadação, deve encarecer as compras realizadas no exterior, a compra de moeda estrangeira em espécie e também os investimentos em previdência privada.
Além disso, afetar a contratação de crédito pelas empresas, o que pode afetar os resultados de companhias como alguma das varejistas listadas na B3.
Entenda nesta matéria os impactos do aumento do IOF, que já entrou em vigor nessa sexta-feira (23).
Investimentos no exterior
O governo federal chegou a anunciar o aumento do IOF voltado às aplicações em fundos de investimento no exterior, de 0% para 3,5%.
Contudo, voltou atrás em poucas horas, diante da repercussão negativa do mercado. Com isso, esse investimento continuará isentoda cobrança de imposto.
Já as remessas enviadas ao exterior com o objetivo de investimentos continuarão sujeitas ao pagamento de uma alíquota de 1,1% de IOF.
Remessas ao exterior
Os outros tipos de remessa, por sua vez, não escaparam da alta do IOF. Neste caso, o imposto subiu de 1,1% para 3,5%.
💵 O aumento afeta as transferências para contas internacionais, que costumam ser usadas em viagens internacionais.
Empresas como Wise, Nomad e Avenue, que permitem ao usuário converter reais para moedas estrangeiras, por exemplo, confirmaram que a cobrança do imposto subiu nessa sexta-feira (23) em razão da decisão do governo.
Compra de moeda estrangeira
A compra de moeda estrangeira em espécie também não estará livre do aumento. Isso porque o IOF também subiu de 1,1% para 3,5% neste caso. Por isso, as viagens internacionais devem mesmo ficar mais caras.
Cartão internacional
As compras pagas com cartões de crédito, débito e pré-pago internacional também passaram a ser taxadas em 3,5% a partir dessa sexta-feira (23).
💳 Antes, o IOF cobrado nessa situação era de 3,38%. E havia uma expectativa de que essa alíquota fosse reduzida gradativamente nos próximos anos, até ser zerada em 2028.
O aumento deve encarecer os gastos realizados em viagens internacionais e também as compras pagas com cartões internacionais em plataformas de e-commerce como Shein, Shopee e AliExpress.
Previdência privada
Os investimentos em previdência privada também podem ser impactados pelo aumento do IOF.
Neste caso, o governo manteve a alíquota zero para aportes mensais de até R$ 50 mil. Contudo, elevou a alíquota para 5% nas aplicações de maior valor.
De acordo com o Executivo, a medida busca corrigir distorções, evitando que os planos de previdência sejam usados como uma forma de investimento de baixa tributação pelo público de "altíssima renda".
🏦 O Goldman Sachs acreditam, por sua vez, que o aumento também pode afetar as receitas de três instituições financeiras listadas na B3: BB Seguridade (BBSE3), Bradesco (BBDC4) e Caixa Seguridade (CXSE3).
Crédito
O Executivo ainda elevou o IOF dos empréstimos externos de curto prazo, de 0% para 3,5%.
Já em operações não especificadas, o IOF subiu de 0,38% para 3,5% na saída de recursos.
Empresas
Na seara do crédito, contudo, o maior impacto ficou com as empresas.
📈O crédito à pessoa jurídica estava sujeito à cobrança de no máximo 1,88% de IOF ao ano. Contudo, agora essa taxa pode chegar a 3,95%.
No caso das empresas cadastradas no Simples Nacional, a alíquota máxima subirá de 0,88% para 1,95% ao ano em operações de até R$ 30 mil.
Já as cooperativas de crédito, que estavam isentas da cobrança, passarão a pagar a alíquota das empresas em geral caso mantenham operações superiores a R$ 100 milhões ao ano.
Na avaliação de analistas, o encarecimento do crédito é prejudicial para as empresas, sobretudo neste momento de juros elevados.
Contudo, também há uma expectativa de que, com isso, o Copom (Comitê de Política Monetária) não volte a elevar a Selic, mantendo a taxa básica de juros nos atuais 14,75% ao ano.
Leia também: Com IOF mais alto, XP vê Selic parada em 14,75% e inflação em 5,7% em 2025
Varejistas
Operações de financiamento e antecipação de pagamentos a fornecedores, conhecidas como risco sacado, também entrarão na mira do IOF a partir de 1º de junho.
⚠️ Na avaliação do JP Morgan, a medida pode afetar as contas das varejistas, já que o uso dessa modalidade de crédito é frequente no setor.
Dentre as empresas listadas na B3, Magazine Luiza (MGLU3), Assaí (ASAI3) e Natura (NTCO3) podem ser as mais atingidas, segundo os analistas do banco.
Hypera (HYPE3) e Vivara (VIVA3) também poderiam ser afetadas do ponto de vista de capital de giro, caso as varejistas absorvam esse aumento de custo ao invés de passar para seus fornecedores, avalia o JP Morgan.
Arrecadação
O IOF é um imposto cobrado pela União sobre as operações financeiras. Por isso, o aumento do tributo deve ajudar o governo a arrecadar mais e, assim, cumprir a meta fiscal deste ano.
Pelos cálculos do Ministério da Fazenda, o incremento de receitas deve ser da ordem de R$ 18,5 bilhões neste ano de 2025.

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