Ambipar na mira da CVM: Alta de 800% nas ações levanta suspeitas de manipulação

Entre os nomes citados estão Nelson Tanure, Tércio Borlenghi, o Banco Master, e fundos ligados à gestora Trustee DTVM.

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Publicado em 06/12/2025 às 15:01h - Atualizado Agora Publicado em 06/12/2025 às 15:01h Atualizado Agora por Matheus Silva
Todos os envolvidos negam qualquer irregularidade (Imagem: Divulgação/Ambipar)
Todos os envolvidos negam qualquer irregularidade (Imagem: Divulgação/Ambipar)
🚨 A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) está avançando na investigação sobre uma possível manipulação de mercado envolvendo as ações da Ambipar (AMBP3), que chegaram a registrar uma valorização de mais de 800% antes da recuperação judicial da companhia. 
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o processo que começou na Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários já evoluiu e agora está sob responsabilidade da Superintendência de Processos Sancionadores da autarquia, sinalizando a gravidade e a complexidade do caso.
A investigação tem ocorrido sob sigilo, mas já envolveu o depoimento de diversos profissionais de corretoras e gestoras ligados à mesa de operações. Um dos focos da apuração é identificar se houve atuação coordenada para inflar artificialmente os preços dos papéis da empresa.
Entre os nomes citados estão o empresário Nelson Tanure, o executivo Tércio Borlenghi (controlador da Ambipar), o Banco Master, e fundos ligados à gestora Trustee DTVM
Todos os envolvidos negam qualquer irregularidade ou ação conjunta com o intuito de manipular o mercado. O caso ganhou relevância após a criação, em março de 2024, do fundo Phoenix FIP — veículo de investimento ligado a Tanure. 
Esse fundo, gerido pela Trustee (ligada ao Banco Master), participou da compra da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) durante o processo de privatização no governo de Tarcísio de Freitas em São Paulo. 
Para financiar a operação, foram emitidas debêntures com garantias em ações da Emae e da própria Ambipar.
Documentos analisados pela CVM mostram que essas ações da Ambipar pertenciam tanto a Borlenghi quanto ao fundo Esna, também gerido pela Trustee. 
Entre junho e agosto de 2024, essas entidades, ao lado de outros fundos (Kyra FIA e Texas FIA), intensificaram a recompra de ações da companhia — movimento que coincidentemente elevou os preços dos papéis.
Em setembro, o fundo Ilha de Patmos FIM, outro veículo de Tanure, se tornou cotista do Esna, assumindo a posição antes ocupada pelo Banco Master. Em seguida, essa participação foi integralizada no fundo Phoenix, o mesmo que realizou a aquisição da Emae.
Além da apuração principal, a CVM já instaurou um processo sancionador contra Tercio Borlenghi Jr. e outros quatro diretores da Ambipar por terem excedido o limite legal de recompra de ações, ultrapassando os 10% do total em circulação, o que contraria as regras do mercado.
📊 A CVM segue apurando os fatos, e novas revelações podem impactar não apenas a Ambipar, mas também outros agentes envolvidos na operação.

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