Ações da Americanas (AMER3) decolam até 54% no último pregão de 2024

Queda dos juros futuros de curto prazo e fim do período de lock-up influenciam negociações dos investidores sobre a varejista

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Publicado em 30/12/2024 às 17:25h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 30/12/2024 às 17:25h Atualizado 2 dias atrás por Lucas Simões
Desde a mínima no ano no início de novembro, AMER3 chega a saltar quase 160% (Imagem: Shutterstock)
Desde a mínima no ano no início de novembro, AMER3 chega a saltar quase 160% (Imagem: Shutterstock)

🚀 Fora do Ibovespa (índice que traz a média de desempenho das ações brasileiras mais negociadas da B3), a Americanas (AMER3) viu os seus papéis se valorizarem até +54% na cotação máxima do dia a R$ 7,94 cada, ante o último valor de fechamento a R$ 5,15 cada, marcando o último pregão do 2024 nesta segunda-feira (30). Por volta das 17h, as ações perdiam mais fôlego e eram cotadas a R$ 6,74 cada, mais ainda subiam mais de 30%.

Considerando o menor valor já registrado pelas ações da varejista no ano, ao redor de R$ 3,07 cada no início de novembro, neste curto espaço de tempo, seus acionistas puderam apreciar quase +160% em ganhos de capital.

Embora a Americanas ainda acumule quase 97% de desvalorização em seu valor de mercado no decorrer de 2024, atualmente em US$ 1,36 bilhão, conforme dados do Investidor10, fato é que ao menos dois fatores têm destravado ganhos substanciais para AMER3 no curto prazo.

O primeiro fator é mais macroeconômico, ligado ao recuo dos juros futuros no curto prazo. Mais especificamente, a taxa média dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) com vencimento para junho de 2025 chegou a cair quase 1% neste último pregão do ano, na mínima de 14,15% ante o último fechamento de 14,25%.

Tal movimento começa a revelar que o mercado pode considerar uma taxa Selic um pouco menos elevada para 2025, mesmo que parte do mercado já reverbere uma taxa básica de juros de pelo menos 15% ao ano.

Prova disso é que outras ações bastante sensíveis aos juros altos no Brasil e inseridas no Ibovespa também demonstravam algum alívio no último pregão do ano, como Azul (AZUL4) subindo mais de +4% e LWSA (LWSA3) despontando quase +2,5%.

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Fim do lock-up da AMER3

Já o segundo fator que pode estar beneficiando o desempenho da Americanas nesta sessão é de caráter micro e específico, no caso, o fim do período de lock-up sobre cerca de 6,67% das ações provenientes do aumento de capital da varejista para negociação na bolsa de valores, cujo prazo se encerra neste dia 30 de dezembro.

A liberação das ações e bônus da Americanas para os credores, como parte de seu plano de recuperação judicial, que os receberam pela B3 foi totalmente automatizada. A partir desta data, os papéis estão visíveis nas contas desses investidores na Central Depositária.

Por outro lado, os credores que receberam suas ações e bônus na Itaú Corretora deviam preencher um formulário OTA (Ordem de Transferência de Ações) até as 18h do dia 30 de dezembro para transferi-los para a B3 (B3SA3) e poder negociá-los. Uma vez preenchida corretamente a OTA dentro do prazo, não será necessário repetir o processo para futuras liberações.

Na prática, tal mecanismo (o lock-up) impede a volatilidade excessiva e a flipagem das ações de uma companhia nos primeiros dias de negociação da ação.

AMER3

AMERICANAS S.A
Cotação

R$ 6,20

Variação (12M)

-93,11 % Logo AMERICANAS S.A

Margem Líquida

76,26 %

DY

0%

P/L

0.11

P/VP

0.22