Vale S.A. - História, privatização e mais da mineradora
Conheça a história da Vale S.A., desde a fundação, privatização e expansão atual da mineradora brasileira
A Vale S.A. é um dos pilares da economia brasileira. A companhia tem a sua trajetória marcada por grandes transformações, desde sua origem como estatal até sua privatização e expansão global.
Com atuação em diversos segmentos da mineração e uma presença significativa em mercados internacionais, a Vale desempenha um papel estratégico não apenas no Brasil, mas também em diversas economias ao redor do mundo.
Neste artigo vamos explorar a história, os principais marcos e a importância da Vale no cenário global e econômico atual.
O que é a Vale S.A.
A Vale S.A. é uma das maiores mineradoras do mundo. Com sede no Brasil, a empresa foi fundada em 1942 sob o nome de Companhia Vale do Rio Doce, e teve suas operações iniciadas como uma estatal brasileira.
Com o tempo, a Vale se consolidou como uma das maiores exportadoras de minério de ferro e níquel, além de atuar em outras áreas, como a produção de cobre, carvão, manganês, ferroligas, potássio e fosfatos.
Em 1997, ela foi privatizada, passando por transformações significativas em sua estrutura e estratégia de atuação global.
O principal produto da Vale é o minério de ferro, matéria-prima essencial para a produção de aço. A empresa também se destaca no segmento de níquel, fundamental para a fabricação de baterias de veículos elétricos e outros dispositivos tecnológicos.
Esses produtos posicionam a Vale como uma participante estratégica na transição energética global, com um papel importante na cadeia de valor da sustentabilidade.
Além do setor mineral, a Vale tem histórico de atuação em outros ramos, como energia e logística. Dito isso, é muito importante destacar que a empresa possui uma ampla rede de ferrovias, portos e terminais marítimos, o que lhe confere um diferencial competitivo ao garantir o transporte eficiente de seus produtos para mercados globais.
A infraestrutura logística da empresa é especialmente relevante para países como a China, principal destino do minério de ferro brasileiro, e outros mercados asiáticos.
A Vale S.A.também tem um compromisso crescente com práticas de sustentabilidade e governança ambiental, social e corporativa (ESG). Nos últimos anos, a empresa investiu em tecnologias para reduzir suas emissões de carbono e mitigar impactos ambientais.
Iniciativas como o uso de bioenergia, a restauração de áreas degradadas e o apoio a comunidades locais são exemplos de sua atuação.
No entanto, a empresa também enfrenta desafios significativos relacionados a desastres ambientais, como os rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho, fatos que impactaram sua reputaçãoe demandaram esforços para reparação e compensação.
No cenário global, a Vale é uma referência no setor de mineração, competindo com gigantes como BHP e Rio Tinto. A combinação de recursos abundantes, tecnologia avançada e logística integrada fortalece sua posição como líder do mercado.
No entanto, os esforços da empresa para equilibrar crescimento econômicocom responsabilidade social e ambientalcontinuam a ser itens fundamentais para seu sucesso a longo prazo.
História de como surgiu a Vale do Rio Doce
Ahistória da Vale S.A. começa com a criação da Companhia Vale do Rio Doce, em 1º de junho de 1942, como uma empresa estatal brasileira.
Sua fundação foi motivada pela necessidade de explorar o vasto potencial mineral do Brasil, especialmente o minério de ferro presente na região de Itabira, em Minas Gerais.
À época, o país vivia sob o governo de Getúlio Vargas, em um contexto de Segunda Guerra Mundial, o que contribuiu para a importância estratégica de consolidar a exploração e exportação de recursos naturais para o esforço de reconstrução global.
A ideia de criar a Companhia Vale do Rio Doce remonta à década de 1930, quando engenheiros e geólogos começaram a estudar as jazidas minerais de Minas Gerais, especialmente a região conhecida como Quadrilátero Ferrífero.
Com a Segunda Guerra Mundial, o minério de ferro se tornou um recurso ainda mais valorizado no mercado internacional. A criação da Vale foi impulsionada também pela assinatura do Acordo de Washington, em 1940, que garantiu ao Brasil acesso a financiamentos e tecnologia em troca de fornecimento de minério aos aliados.
Inicialmente, a Vale do Rio Doce focava em atividades voltadas para a exportação de minério de ferro bruto, transportado principalmente pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, uma das maiores obras logísticas da época.
A proximidade do Porto de Tubarão, no Espírito Santo, foi um fator determinante para o sucesso da operação. A empresa começou a expandir rapidamente, tornando-se uma das principais fornecedoras globais do setor.
A década de 1950 marcou o início de uma fase de modernização e diversificação. Durante esse período, a Vale começou a investir em infraestrutura e ampliar sua base de atuação para outros minerais, como manganês. Também expandiu suas operações para outros estados brasileiros, consolidando-se como uma força econômica estratégica para o país.
A introdução de novas tecnologias e a construção de infraestrutura própria, como ferrovias e portos, fortaleceram sua competitividade no mercado internacional.
O nome “Vale do Rio Doce” é uma homenagem à bacia hidrográfica do Rio Doce, que atravessa parte de Minas Gerais e Espírito Santo, regiões onde a empresa iniciou suas operações.
A escolha do nome reflete a conexão histórica entre a exploração mineral e a geografia brasileira, especialmente no que diz respeito aos recursos naturais disponíveis.
Ao longo das décadas, a Vale do Rio Doce deixou de ser apenas uma mineradora para se transformar em um pilar do desenvolvimento econômico brasileiro. Seu crescimento foi acompanhado por desafios relacionados à gestão ambiental e social, temas que se tornariam centrais em sua trajetória futura.
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O crescimento e consolidação da companhia
O crescimento e a consolidação da Vale do Rio Doce começaram de forma significativa logo após sua fundação, impulsionados por uma estratégia robusta de expansão e diversificação.
A empresa rapidamente assumiu um papel de destaque na economia brasileira, sendo uma das principais responsáveis pela exploração e exportação de minério de ferro, especialmente para os mercados internacionais.
Além disso, com o tempo, a Vale ampliou suas operações e se tornou uma das maiores mineradoras do mundo.
Nas décadas de 1950 e 1960, a Vale iniciou um processo de modernização e aumento de capacidade produtiva. A construção de infraestrutura logística própria, como ferrovias e portos, foi um dos grandes diferenciais para a empresa.
A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e o Porto de Tubarão, no Espírito Santo, permitiram que a Vale transportasse grandes volumes de minério com eficiência e a custos competitivos.
Esse modelo integrado de mineração e logística foi fundamental para que a companhia se consolidasse como líder no mercado global de minério de ferro.
A estratégia de diversificação começou a tomar forma nas décadas seguintes. A Vale expandiu sua atuação para outros minerais, como manganês, níquel e carvão, além de entrar no setor de energia.
No Brasil, a empresa aumentou sua presença em diferentes estados e explorou novas jazidas minerais. No mercado internacional, o fortalecimento das relações comerciais com países como Japão, Alemanha e, posteriormente, com a China, foi essencial para o seu crescimento.
A década de 1970 foi marcada por investimentos significativos em novas tecnologias e infraestrutura. Durante esse período, a Vale enfrentou desafios relacionados à volatilidade do mercado de commodities, mas conseguiu manter sua posição de destaque graças à eficiência operacional e à capacidade de adaptar-se a cenários adversos.
A privatização da companhia em 1997 foi um marco decisivo em sua história de consolidação. Após anos como uma estatal, a Vale passou a operar sob controle privado, o que trouxe mudanças profundas em sua governança, estratégia e cultura organizacional.
A transição permitiu maior flexibilidade para atuar no mercado global, além de aumentar a capacidade de atrair investimentos e adotar práticas de gestão mais modernas.
Nos anos 2000, a Vale acelerou sua expansão internacional por meio de aquisições estratégicas, como a compra da canadense Inco, uma das maiores produtoras de níquel do mundo. Essa aquisição reforçou a presença da Vale em mercados globais e ampliou sua diversificação de produtos.
A empresa também consolidou sua posição como uma dasprincipais fornecedoras de minério de ferro para a China, mercado que se tornou o maior consumidor desse insumo devido à rápida industrialização e urbanização do país.
O modelo integrado de negócios, aliado a uma visão de longo prazo, permitiu que a Vale alcançasse uma posição de liderança no setor de mineração.
Apesar de enfrentar desafios como a alta competitividade e questões ambientais, a companhia continua sendo uma referência global, mantendo um papel estratégico na economia brasileira e no mercado internacional.
A privatização da vale
A privatização da Companhia Vale do Rio Doce, ocorrida em 1997, marcou um dos eventos mais importantes e controversos na história econômica do Brasil.
Este processo fez parte de um amplo programa de desestatização promovido pelo governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, cujo objetivo era reduzir a participação estatal na economia, atrair investimentos privados e modernizar setores estratégicos do país.
Até a privatização, a Vale era uma estatal lucrativa, reconhecida como um dos pilares do setor de mineração no Brasil. No entanto, críticos apontavam limitações impostas pela gestão pública, como burocracia, falta de flexibilidade para competir no mercado global e restrições a investimentos de grande porte.
A venda da Vale foi justificada pelo governo como uma oportunidade de potencializar sua competitividade e garantir novos aportes financeiros para a expansão de suas operações.
O processo foi conduzido por meio de um leilão público realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, no qual o controle acionário da Vale foi adquirido pelo consórcio Brasil de Minas.
Esse consórcio era formado por um grupo de investidores nacionais e internacionais, incluindo fundos de pensão de empresas estatais e grandes grupos privados.
A operação rendeu aproximadamente R$ 3,3 bilhões aos cofres públicos, valor que, à época, foi amplamente debatido devido a alegações de que estaria subestimado em relação ao real potencial da companhia.
Após a privatização, a Vale passou por umatransformação profunda em sua gestão e estratégias. Sob controle privado, a empresa adotou práticas de governança corporativa mais modernas, com foco em eficiência operacional, expansão internacional e diversificação de produtos.
Essa reestruturação permitiu que a Vale se tornasse uma das maiores mineradoras do mundo, com forte presença em mercados globais e ampliação significativa de sua base de negócios.
Apesar dos resultados positivos em termos de crescimento, a privatização da Vale foi e continua sendo um tema polêmico. Críticos do processo alegam que a companhia foi vendida a um preço muito abaixo de seu valor real, prejudicando os interesses nacionais.
Além disso, levantaram preocupações sobre os impactos sociais e ambientais que poderiam surgir de uma gestão orientada exclusivamente para o lucro. Por outro lado, defensores da privatização argumentam que a operação foi crucial para modernizar a Vale, aumentar sua competitividade e atrair investimentos essenciais para seu crescimento.
Sem dúvida alguma, a crescente necessidade de equilibrar metas de rentabilidade com responsabilidades sociais e ambientais tornou-se uma questão central na nova era da Vale.
A empresainvestiu em sustentabilidade e na relação com comunidades locais, mas enfrentou críticas e escândalos, como os desastres ambientais que ocorreram nos anos seguintes.
Hoje, a privatização da Vale é vista como um divisor de águas em sua história. Sob controle privado, a companhia alcançou níveis extraordinários de crescimento e inovação, consolidando-se como uma das líderes globais no setor de mineração.
No entanto, a discussão sobre os custos e benefícios desse processo permanece viva, especialmente no que diz respeito ao impacto de sua gestão no Brasil e no exterior.
Presidentes da história da vale
Ao longo de sua trajetória, a Vale foi liderada por presidentes que desempenharam papéis cruciais na transformação da companhia.
Desde sua fundação como estatal em 1942 até sua consolidação como gigante global no setor de mineração após a privatização em 1997, a gestão da empresa foi marcada por diferentes estilos de liderança, cada um refletindo os desafios e as oportunidades de sua época.
Período estatal (1942-1997)
No período estatal, os presidentes da Vale tinham como principal objetivo estruturar a empresa, ampliar sua capacidade produtiva e atender às demandas estratégicas do governo brasileiro. Nesse contexto, alguns nomes se destacaram:
Eliezer Batista (1961-1964 e 1979-1986):
Uma das figuras mais marcantes da história da Vale, Eliezer Batista foi responsável por consolidar a empresa no mercado internacional.
Ele implementou uma visão estratégica voltada para a globalização, expandindo as exportações de minério de ferro para mercados como Japão e Europa.
Sob sua liderança, a Vale investiu em infraestrutura, como ferrovias e portos, e lançou projetos pioneiros que ampliaram sua capacidade produtiva.
José Olavo de Carvalho Brito (1957-1961):
Durante sua gestão, a Vale começou a se destacar no mercado interno e iniciou os primeiros esforços para ampliar sua presença internacional.
Carlos Geraldo Langoni (1992-1995):
Conhecido por seu perfil técnico, Langoni enfrentou desafios econômicos e políticos que marcaram o início do debate sobre a privatização da Vale.
Esses líderes foram essenciais para estabelecer as bases operacionais, logísticas e estratégicas que preparariam a empresa para o processo de privatização.
Período pós-privatização
Após a privatização, os presidentes da Vale enfrentaram o desafio de transformar a empresa em uma das maiores mineradoras globais, com foco em eficiência, inovação e competitividade.
Roger Agnelli (2001-2011):
Considerado um dos principais responsáveis pelo crescimento exponencial da Vale, Agnelli liderou a expansão internacional da empresa e sua diversificação para outros minerais, como níquel e carvão.
Ele também consolidou a posição da Vale como uma das principais fornecedoras de minério de ferro para a China.
Apesar de sua gestão bem-sucedida em termos financeiros, enfrentou críticas relacionadas ao impacto ambiental e social das operações da empresa.
Murilo Ferreira (2011-2017):
Durante seu mandato, Ferreira lidou com os efeitos de um cenário global desafiador para commodities, além do desastre de Mariana em 2015.
Ele buscou fortalecer a governança corporativa e reforçar os compromissos da Vale com sustentabilidade e segurança.
Fabio Schvartsman (2017-2019):
Sua gestão foi marcada pelo desastre de Brumadinho, em 2019, um dos eventos mais trágicos da história da empresa.
O rompimento da barragem trouxe profundas consequências para a reputação da Vale, e Schvartsman deixou o cargo em meio às investigações.
Eduardo Bartolomeo (2019-presente):
Bartolomeo assumiu a presidência com o desafio de reconstruir a credibilidade da Vale.
Desde então, ele tem focado na reparação dos danos causados pelos desastres ambientais, no fortalecimento da segurança operacional e na transição para práticas mais sustentáveis, alinhadas aos princípios ESG (ambiental, social e governança).
Quais são os segmentos de atuação da Vale?
Mineração é o principal segmento de atuação da Vale. - Foto: Vale S.A.
A Vale S.A. é uma das maiores empresas de mineração e logística do mundo, com atuação diversificada em segmentos que vão muito além do minério de ferro.
A companhia possui operações globais que abrangem desde a extração de minerais essenciais para a indústria até atividades relacionadas à energia e logística.
Sua ampla gama de negócios reflete a estratégia de diversificação que a empresa vem implementando ao longo de sua história.
1.Mineração
Minério de ferro:O minério de ferro é o carro-chefe da Vale, representando a maior parte de sua receita. A empresa é uma das maiores produtoras e exportadoras globais deste mineral, essencial para a produção de aço.
Suas operações no Brasil, especialmente nos estados de Minas Gerais e Pará, incluem algumas das maiores minas a céu aberto do mundo, como Carajás, conhecida por sua alta qualidade e eficiência na extração.
Pelotas de minério de ferro:Além da extração, a Vale também é líder na produção de pelotas de minério de ferro, utilizadas como matéria-prima na siderurgia.
Essas pelotas são processadas em usinas próprias e exportadas para siderúrgicas em mercados como Europa e Ásia.
Níquel:A Vale é uma das maiores produtoras globais de níquel, um metal essencial para baterias de veículos elétricos, aço inoxidável e outras aplicações industriais.
Com operações significativas no Canadá, Indonésia e Nova Caledônia, o níquel representa um segmento estratégico para a empresa, especialmente devido à crescente demanda por tecnologias sustentáveis.
Outros minerais:Além do minério de ferro e níquel, a Vale atua na exploração de:
Cobre: Usado em sistemas elétricos e construção civil.
Carvão: Empregado principalmente em usinas termoelétricas e na produção de aço.
Cobalto: Um subproduto da produção de níquel, também utilizado em baterias e tecnologias renováveis.
Manganês: Essencial para ligas metálicas e utilizado na produção de aço.
2.Logística
A logísticaé um diferencial estratégico da Vale, que possui uma infraestrutura robusta para o transporte de seus produtos.
Ferrovias: A empresa opera importantes ferrovias no Brasil, como a Estrada de Ferro Carajás (EFC) e a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). Essas ferrovias transportam minério de ferro e outros produtos para portos e mercados internos.
Portos e terminais: A Vale opera grandes terminais portuários, como o Porto de Tubarão e o Porto de Itaqui, que facilitam a exportação de minerais para o mundo inteiro.
Navegação: A empresa utiliza sua frota de navios gigantes, os Valemax, para transportar minério de ferro em grandes volumes, reduzindo custos e emissões de carbono.
3.Energia
A Vale também investe no setor de energia para garantir a sustentabilidade de suas operações:
Hidroeletricidade: A empresa possui e opera pequenas centrais hidrelétricas que fornecem parte da energia necessária para suas operações no Brasil.
Energia renovável: Recentemente, a Vale tem ampliado seus esforços em fontes renováveis, incluindo energia solar e eólica, alinhando-se às práticas ESG (ambiental, social e governança).
A diversificação de segmentos permite à Vale mitigar riscos associados à volatilidade do mercado de commodities, além de atender às crescentes demandas globais por minerais estratégicos e soluções logísticas.
A empresa mantém um papel fundamental na economia brasileira e global, destacando-se por sua capacidade de inovar e adaptar-se às transformações do mercado.
Como é o quadro societário atual da Vale?
O quadro societário da Vale S.A.reflete sua evolução ao longo das décadas, desde uma estatal brasileira até se tornar uma das maiores empresas privadas de mineração do mundo.
Após a privatização em 1997, a estrutura acionária da Vale foi transformada para atrair investidores nacionais e internacionais, estabelecendo uma composição diversificada de acionistas que inclui fundos de pensão, instituições financeiras e investidores individuais.
A Vale é uma empresa de capital aberto, listada nas bolsas de valores B3 (Brasil), NYSE (Estados Unidos) e na Bolsa de Madrid.
Sua estrutura societária é baseada em uma composição de ações ordinárias (com direito a voto) e ações preferenciais (sem direito a voto, mas com prioridade na distribuição de dividendos).
Atualmente, o quadro societário da Vale é distribuído da seguinte forma:
Investidores institucionais:
Grande parte do capital da Vale está nas mãos de investidores institucionais, incluindo fundos de investimento globais.
Fundos de pensão:
Os fundos de pensão brasileiros, como a Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), possuem uma posição importante no capital social da Vale.
Investidores individuais e minoritários:
A Vale possui um grande número de acionistas minoritários, tanto no Brasil quanto no exterior. Esses investidores participam principalmente através de ações negociadas nas bolsas.
BNDESPar:
A BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), historicamente teve uma participação expressiva na Vale, mas nos últimos anos vem reduzindo sua exposição por meio de vendas de ações.
Outros grupos:
Empresas e conglomerados nacionais e internacionais também possuem fatias menores na composição acionária da Vale, diversificando ainda mais sua base de investidores.
Ações da Vale (VALE3) na Bolsa de Valores (B3)
As ações da Vale, identificadas pelo códigoVALE3 na B3 (bolsa de valores brasileira), são um dos ativos mais negociados e relevantes do mercado de capitais do país.
Representando a segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado, as ações da Vale atraem tanto os investidores nacionais quanto os estrangeiros, sendo vista como uma oportunidade estratégica nosetor de mineração e metais.
Características das ações VALE3
Classificação e liquidez:As ações da Vale são ordinárias, o que significa que concedem aos seus detentores direito a voto nas assembleias da empresa.
Contudo, devido ao tamanho da companhia e à diversificação de acionistas, os investidores individuais raramente possuem peso significativo nas decisões corporativas.
Alta liquidez: VALE3 é uma das ações mais negociadas na B3, compondo o índice Ibovespa, o principal indicador do desempenho das ações negociadas na bolsa brasileira.
Dividendos:A Vale é conhecida por distribuir dividendos consistentes, especialmente em períodos de alta nos preços do minério de ferro.
Sua política de remuneração ao acionista inclui dividendos e juros sobre capital próprio, atraindo investidores interessados em rendimentos recorrentes.
Valorização e oscilações:O preço da VALE3 é influenciado por diversos fatores, como:
- Cotações do minério de ferro: Como principal produto da empresa, sua demanda global afeta diretamente o desempenho das ações.
- Políticas econômicas:Mudanças em regulamentações ambientais, fiscais ou no comércio internacional também impactam o preço do ativo.
- Fatores internacionais:A forte exposição da Vale ao mercado chinês, maior consumidor de minério de ferro do mundo, torna as ações sensíveis a variações na economia desse país.
Principais indicadores fundamentalistas da Vale
Os indicadores fundamentalistas são ferramentas essenciais para avaliar a saúde financeira e o potencial de valorização das ações da Vale.
Na prática, eles ajudam investidores a compreenderem a performance da companhia em relação ao mercado e seus pares no setor.
Confira alguns dos principais indicadores que você precisa avaliar antes de investir na Companhia:
Lucro por Ação (LPA):Representa o lucro líquido dividido pelo número de ações emitidas. Um LPA elevado indica que a empresa está gerando lucro substancial em relação à sua base acionária, o que é atraente para investidores de longo prazo.
P/L (Preço/Lucro):O índice preço/lucro compara o preço atual das ações com o lucro por ação. Para a Vale, um P/L baixo geralmente indica que as ações estão subvalorizadas, enquanto um P/L elevado pode refletir otimismo do mercado sobre o futuro da companhia.
Dividend Yield (DY):Mede o retorno do investimento em dividendos em relação ao preço da ação. A Vale frequentemente apresenta um Dividend Yield atraente, tornando-se uma opção robusta para quem busca rendimentos passivos.
ROE (Retorno sobre o Patrimônio):Indica a eficiência da Vale em gerar lucro com o capital próprio dos acionistas. O ROE da empresa é tradicionalmente alto, reflexo de sua forte rentabilidade no setor de mineração.
Endividamento (Dívida Líquida/EBITDA):Avalia a capacidade da Vale de honrar suas obrigações financeiras com base em sua geração de caixa operacional. Um índice saudável demonstra a sustentabilidade financeira da companhia mesmo em períodos de baixa nas commodities.
Margem EBITDA:Reflete a eficiência operacional da Vale. Uma margem alta sugere controle de custos e operações otimizadas, essencial para o setor de mineração, caracterizado por altos custos fixos.
Ações internacionais da Vale
Além de sua forte presença no mercado brasileiro, a Vale também é destaque em bolsas de valores internacionais.
As ações da companhia são amplamente negociadas no mercado global, refletindo sua relevância como uma das maiores mineradoras do mundo.
Essa estratégia de internacionalização permite à empresa acessar investidores de diversas partes do planeta, aumentando sua liquidez e solidificando sua posição como líder no setor de mineração e metais.
Negociação internacional
American Depositary Receipts (ADRs): No mercado norte-americano, as ações da Vale são negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) sob o código VALE por meio de ADRs (American Depositary Receipts).
Os ADRs são certificados emitidos por bancos americanos que representam ações de empresas estrangeiras, facilitando o investimento de investidores americanos em empresas de outros países.
Bolsa de Madrid: A Vale também possui suas ações listadas na Bolsa de Madrid, uma das principais bolsas de valores da Europa.
Essa listagem reflete o interesse do mercado europeu em empresas do setor de mineração e amplia o acesso da Vale a uma base diversificada de investidores internacionais.
A internacionalização das ações da Vale fortalece a sua posição no mercado global, oferecendo aos investidores a oportunidade de participar do crescimento da empresa em mercados estratégicos.
Essa abordagem diversificada é fundamental para aumentar a visibilidade da companhia, sua liquidez e capacidade de enfrentar os desafios de um setor competitivo e globalizado.
Conclusão
AVale S.A.é uma das maiores e mais importantes empresas do mundo, com uma trajetória marcada por desafios, inovações e um crescimento exponencial ao longo das décadas.
Fundada em 1942 como estatal para explorar as riquezas minerais do Brasil, a companhia passou por transformações significativas, incluindo sua privatização em 1997, que a consolidou como um player global no setor de mineração e metais.
Seus segmentos de atuação são vastos e estratégicos, abrangendo desde a mineração de ferro e níquel até investimentos em energia e logística, o que a torna essencial não apenas para a economia brasileira, mas também para mercados internacionais.
Esse posicionamento global é reforçado por sua presença em bolsas internacionais, como a NYSE e a bolsa de Madrid, além de sua relevância na B3, onde está entre os ativos mais negociados.
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