Conheça a biografia e vida de Dilma Rousseff a ex-presidente do Brasil
Dilma Rousseff: trajetória da ex-presidente do Brasil
A história de Dilma Rousseff se confunde com a trajetória recente da política brasileira. Primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil, Dilma foi uma figura central nos eventos políticos e econômicos que marcaram o país nas últimas décadas.
Sua vida, desde a juventude engajada em movimentos de resistência à ditadura até sua atuação no mais alto cargo da República, é permeada por controvérsias, lutas, conquistas e reveses.
Neste artigo, vamos conhecer de maneira detalhada a biografia de Dilma Rousseff, incluindo sua atuação política, seu papel durante a ditadura militar, seu histórico como presidente, o impeachment e como está sua vida atualmente.
Em resumo, vamos entender a complexidade de sua figura, que foi central no cenário político nacional e internacional.
Quem é Dilma Rousseff?
Dilma Vana Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Filha de Pedro Rousseff, um imigrante búlgaro, e Dilma Jane da Silva, uma professora brasileira.
Dilma cresceu em uma família de classe média, e desde cedo, foi exposta a discussões políticas e à valorização da educação, influências que moldariam sua futura trajetória como economista e política.
Seu pai, Pedro Rousseff, foi um advogado e empresário que fugiu da repressão comunista em seu país de origem, estabelecendo-se no Brasil e proporcionando à família uma vida confortável.
A relação com o pai teve um papel importante na formação de suas visões políticas, pois Pedro era um intelectual com posições críticas ao capitalismo e ao autoritarismo, o que refletiu na criação de Dilma.
Dilma estudou em escolas tradicionais de Belo Horizonte e demonstrou interesse por questões sociais e econômicas ainda jovem. Sua educação privilegiada e o contato com o pensamento progressista de seu pai contribuíram para o desenvolvimento de um espírito crítico.
Durante sua juventude, o Brasil passava por uma fase de intensas transformações políticas, especialmente com a ascensão do regime militar em 1964, o que despertou ainda mais seu engajamento com questões políticas e sociais.
A carreira profissional
Antes de ingressar formalmente na vida política, Dilma Rousseff teve uma carreira profissional relacionada à economia e à gestão pública, áreas que mais tarde a ajudariam a ocupar postos importantes no governo federal e a própria presidência do Brasil.
Formação acadêmica
Dilma Rousseff começou sua vida acadêmica na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde ingressou no curso de Ciências Econômicas.
No entanto, sua carreira acadêmica foi interrompida quando ela se envolveu ativamente em movimentos de resistência à ditadura militar, o que a levou à clandestinidade e à prisão.
Mais tarde, após sua soltura, concluiu o curso de Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Além da formação em Economia, Dilma fez diversos cursos relacionados à administração pública e políticas de desenvolvimento, aprimorando-se como gestora, o que lhe deu destaque nas funções que viria a ocupar posteriormente.
Carreira no setor público
Dilma começou sua trajetória no setor público no Rio Grande do Sul, onde ocupou diversos cargos relacionados à área econômica e de energia.
Na década de 1990, Dilma foi secretária de Energia do Rio Grande do Sul durante os governos de Alceu Collares e Olívio Dutra, onde ganhou notoriedade por sua capacidade técnica e sua habilidade em lidar com questões complexas relacionadas aosetor energético.
Sua atuação como secretária de Energia chamou a atenção de líderes nacionais, e Dilma passou a ser vista como uma gestora promissora, o que a levaria a assumir cargos de maior relevância em nível federal.
Dilma e a Ditadura civil-militar
Dilma Vana Rousseff - Foto: Reprodução.
A fase da juventude de Dilma Rousseff foi profundamente marcada pelo golpe militar de 1964, que instaurou uma ditadura no Brasil e reprimiu violentamente qualquer tipo de oposição.
Dilma, assim como muitos jovens de sua geração, optou por resistir ao regime militar e se envolveu com grupos de esquerda que defendiam a luta armada como forma de combater a ditadura.
O envolvimento com a luta armada
Em 1964, quando o regime militar foi instaurado no Brasil, Dilma Rousseff tinha apenas 16 anos. Naquele momento, o país vivia um período de grande polarização política, e muitos jovens viam a ditadura como um regime ilegítimo e opressor.
Dilma, influenciada por suas convicções de justiça social e liberdade, ingressou em organizações de esquerda que lutavam contra o governo militar.
Dilma se envolveu com a Política Operária (Polop) e posteriormente com a organização Comando de Libertação Nacional (Colina), que defendia a luta armada contra o regime.
Embora nunca tenha participado diretamente de ações armadas, ela foi uma importante militante no planejamento e suporte logístico das ações do grupo.
Prisão política de Dilma Rousseff
Em 1970, Dilma Rousseff foi capturada pelo governo militar e presa sob a acusação de participar de atividades subversivas. Ela foi mantida em cárcere por quase três anos, período em que sofreu torturas físicas e psicológicas.
As marcas da tortura, segundo ela mesma afirmou posteriormente, jamais foram esquecidas e moldaram muito de sua visão sobre direitos humanos e democracia.
Durante o tempo em que esteve presa, Dilma foi submetida a intensas sessões de interrogatório sob tortura. Essa experiência a transformou em uma figura resiliente, que, após ser libertada, continuou sua militância política.
Carreira política
A trajetória de Dilma Rousseff na política institucional começou em cargos técnicos no governo, mas rapidamente evoluiu para posições de destaque no governo federal, até culminar na presidência da República.
Entrada no PT e Ministérios
Após o fim da ditadura militar e com a redemocratização do Brasil, Dilma Rousseff ingressou no Partido dos Trabalhadores (PT), partido fundado por lideranças sindicais, intelectuais e militantes de esquerda que tinham como objetivo representar as camadas populares e trabalhadores do Brasil. A filiação de Dilma ao PT marcou o início de sua ascensão na política nacional.
Em 2003, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência do Brasil, Dilma foi nomeada Ministra de Minas e Energia. Durante seu mandato no ministério, ela conduziu a formulação e execução de importantes políticas energéticas, como o programa Luz para Todos, que expandiu o acesso à eletricidade para áreas rurais e isoladas do país.
Dilma também foi responsável pela reestruturação do setor energético, garantindo a segurança do fornecimento de energia no Brasil, o que era uma preocupação latente devido ao risco de apagões que o país enfrentava no início dos anos 2000.
A Casa Civil e a ascensão à Presidência
Em 2005, Dilma Rousseff foi nomeada Ministra-Chefe da Casa Civil, substituindo José Dirceu. A Casa Civil é uma das pastas mais importantes do governo federal, responsável pela articulação política entre o Executivo e o Legislativo, bem como pela coordenação das políticas públicas do governo.
O desempenho de Dilma à frente dessa pasta foi fundamental para sua indicação como candidata à presidência pelo PT em 2010.
Dilma foi escolhida como candidata de Lula para sucedê-lo no cargo. Durante a campanha, Lula atuou fortemente como seu principal cabo eleitoral, o que garantiu a vitória de Dilma nas eleições de 2010.
Mandato de Dilma Rousseff
Em 2011, Dilma Rousseff assumiu a presidência do Brasil, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo.
O seu governo foi marcado por uma série de políticas de continuidade em relação ao governo Lula, mas também por desafios econômicos e políticos que culminariam em seu impeachment.
Primeiro mandato (2011-2014)
O primeiro mandato de Dilma foi caracterizado pela continuidade de programas sociais que marcaram o governo Lula, como o Bolsa Família, que visava a redução da pobreza e da desigualdade no Brasil.
Além disso, Dilma focou em grandes projetos de infraestrutura, com destaque para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
No entanto, o crescimento econômico que marcou o governo Lula começou a desacelerar no governo Dilma, em grande parte devido à crise econômica internacional e à queda nos preços das commodities, que impactaram diretamente a economia brasileira.
Diante disso, as dificuldades econômicas começaram a gerar críticas à sua gestão e a minar sua popularidade.
Segundo mandato (2015-2016) e impeachment
Dilma Rousseff foi reeleita em 2014 em uma das eleições mais polarizadas da história do Brasil, derrotando o candidato Aécio Neves (PSDB) por uma margem apertada de votos.
No entanto, o início de seu segundo mandato foi marcado por uma crise econômica severa, com aumento da inflação, desemprego e desaceleração do crescimento.
Em 2015, o governo Dilma anunciou medidas de ajuste fiscal para conter o aumento dos gastos públicos, o que gerou descontentamento em diversos setores da sociedade, inclusive em sua base de apoio.
Além disso, escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras e investigações da Operação Lava Jato passaram a manchar sua imagem e aumentar a pressão política contra seu governo.
Esses fatores culminaram em 2016 com o processo de impeachment, sob a acusação de "pedaladas fiscais" – manobras contábeis que teriam sido usadas para maquiar o déficit fiscal do governo. Dilma sempre negou as acusações, alegando que o processo foi um golpe político.
Em agosto de 2016, Dilma Rousseff foi oficialmente afastada do cargo de presidente, após o Senado aprovar seu impeachment. Seu vice, Michel Temer, assumiu a presidência.
Como está Dilma hoje?
Como está Dilma hoje? - Foto: Ricardo Stuckert
Após o impeachment, Dilma Rousseff se manteve ativa politicamente, criticando o processo que a retirou da presidência e participando de debates sobre política nacional e internacional.
Ela também participou de diversas palestras e conferências ao redor do mundo, defendendo a democracia e os direitos humanos.
Em 2018, Dilma concorreu a uma vaga no Senado por Minas Gerais, mas não foi eleita. Desde então, sua atuação política tem sido mais discreta, embora ela continue a se manifestar sobre temas centrais da política brasileira.
As reformas e políticas sociais no governo Dilma Rousseff
Durante seus dois mandatos, Dilma Rousseff manteve a continuidade de várias políticas sociais iniciadas no governo Lula e, ao mesmo tempo, implementou novos programas e reformas voltados à redução da pobreza e promoção da igualdade social.
Um dos programas mais emblemáticos de seu governo foi o Mais Médicos, lançado em 2013, em resposta à crescente demanda por profissionais de saúde, especialmente em regiões remotas e vulneráveis do Brasil.
O Mais Médicos trouxe milhares de médicos estrangeiros para trabalhar em áreas onde a oferta de profissionais brasileiros era insuficiente. A maioria dos médicos contratados era de Cuba, através de um acordo com o governo cubano.
O programa foi amplamente elogiado pela melhora no acesso à saúde básica, mas também enfrentou críticas de setores conservadores e da classe médica, que questionavam a qualificação dos profissionais estrangeiros.
Outro destaque foi o Minha Casa, Minha Vida, um programa habitacional destinado a fornecer moradia a famílias de baixa renda. O projeto começou no governo Lula, mas foi ampliado no governo Dilma, com a construção de milhões de unidades habitacionais destinadas à população de baixa renda.
O programa teve um impacto significativo na redução do déficit habitacional no Brasil, embora tenha enfrentado desafios relacionados à qualidade das construções e à distribuição geográfica das unidades.
Na área da educação, o governo Dilma Rousseff manteve o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudos para estudantes de baixa renda em universidades privadas, e expandiu o FIES, programa de financiamento estudantil.
Além disso, o governo investiu no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com o objetivo de oferecer cursos de educação técnica e profissional a jovens e trabalhadores.
Os desafios econômicos e a recessão durante o Governo Dilma
A gestão econômica de Dilma Rousseff foi marcada, inicialmente, por uma tentativa de continuidade das políticas de crescimento do governo Lula. No entanto, o cenário global mudou rapidamente.
A crise econômica internacional que se seguiu ao colapso de 2008 ainda afetava várias economias, especialmente os mercados emergentes, e o Brasil não foi exceção.
A desaceleração econômica se intensificou a partir de 2013, com a queda dos preços das commodities – produtos essenciais para as exportações brasileiras, como soja, petróleo e minério de ferro. Isso reduziu as receitas externas e provocou desequilíbrios na balança comercial.
Além disso, o Brasil enfrentava problemas internos, como a inflação crescente, que chegou a ultrapassar o teto da meta estabelecida pelo governo, e um aumento do déficit fiscal.
No esforço de contornar esses problemas, o governo adotou medidas de austeridade, que incluíam cortes de gastos públicos e o aumento de impostos. No entanto, essas políticas foram vistas por muitos como um golpe contra os setores mais vulneráveis da população, que dependiam dos programas sociais.
A recessão, que se aprofundou a partir de 2014, trouxe consequências severas: o Produto Interno Bruto (PIB) registrou quedas consecutivas, o desemprego aumentou e o descontentamento popular cresceu.
Dilma enfrentou protestos de rua em 2013, inicialmente motivados por questões de transporte público e serviços públicos em geral, mas que se ampliaram para uma insatisfação generalizada com a corrupção e a situação econômica.
A imagem de Dilma no feminismo e a questão de gênero na política brasileira
O fato de Dilma Rousseff ter sido a primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil foi um marco histórico que trouxe à tona discussões sobre o papel das mulheres na política e na sociedade brasileira.
Dilma enfrentou uma série de desafios não apenas relacionados à sua gestão política, mas também devido ao machismo estrutural presente na sociedade e na política do Brasil.
Ao longo de seus mandatos, Dilma foi alvo de ataques pessoais que muitas vezes refletiam uma visão misógina. Ela foi frequentemente criticada por sua postura "dura" e "inflexível", características que, em homens políticos, são muitas vezes interpretadas como sinais de liderança, mas que em Dilma foram usadas para deslegitimá-la.
Por outro lado, Dilma Rousseff também se tornou um símbolo de resistência para muitas mulheres no Brasil, especialmente dentro do movimento feminista.
Sua eleição e mandato abriram portas para a maior participação feminina na política, estimulando debates sobre a sub-representação das mulheres nos espaços de poder e a necessidade de políticas públicas que promovam a igualdade de gênero.
Mesmo após o impeachment, Dilma continuou a ser uma voz ativa em defesa dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero. Ela participou de conferências e fóruns internacionais, onde continuou defendendo a igualdade, a democracia e a justiça social.
Conclusão
A trajetória de Dilma Rousseff reflete as profundas transformações pelas quais o Brasil passou nas últimas décadas. De jovem militante contra a ditadura militar a presidente da República, Dilma teve uma vida marcada por lutas, desafios e conquistas.
Sua ascensão ao cargo mais alto do país e sua queda por meio do impeachment permanecem como eventos centrais na história recente do Brasil.
Apesar das controvérsias que cercam sua trajetória, não há dúvida de que Dilma Rousseff é uma das figuras mais influentes e importantes da política brasileira contemporânea, e sua história continua a ser analisada e debatida por estudiosos e políticos de diferentes vertentes.
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