Vinci assume controle do Aeroporto Galeão e pode chegar a 85% após leilão da Infraero

Operação marca novo capítulo na disputa entre os grandes hubs aéreos do Brasil e reforça apetite da gestora por ativos estratégicos.

Publicado em 28/08/2025 às 13:06h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 28/08/2025 às 13:06h Atualizado 2 meses atrás por Wesley Santana

Terminal é uma das principais portas de entrada estrangeira para o Brasil (Imagem: Shutterstock)

A Vinci Compass decidiu fazer um aporte importante na concessionária que administra o Aeroporto Internacional Tom Jobim, também conhecido como Galeão, no Rio de Janeiro. Foi decidida pela aquisição de 70% das ações da Changi, o que faz da companhia a nova majoritária do bloco de controle privado do segundo maior terminal de embarque internacional do país.

No formato atual, a a subsidiária da Vinci Partners fica com 35,7%, a Changi com 15,3% e a Infraero com 49% dos direitos do espaço. No entanto, a empresa estatal deve fazer um leilão de sua parte no ano que vem, e a Vinci pode adquirir a totalidade das ações, alcançando 85% do RIOgaleão.

“Começamos a construir essa relação na RIOgaleão há três anos e estamos efetivamente negociando há oito meses”, diz José Guilherme Souza, sócio da Vinci Compass e chefe de infraestrutura, em entrevista ao Valor. “São poucos os ativos que têm representatividade econômica, social e estratégica para o país como o Galeão, comparável a Guarulhos e à Dutra”.

O valor da transação não foi divulgado por nenhuma das duas partes, mas a expectativa é que seja viabilizado por um fundo de investimentos em infraestrutura. Fontes a par do assunto disseram que o montante já havia sido separado com investidores brasileiros e estrangeiros.

Embora tenha bastante potencial, a concessão do aeroporto carioca é uma das mais dificeis entre os grandes aeroportos. Os administradores já tentaram fazer frente ao Aeroporto de Guarulhos, mas a grande demanda internacional ainda chega por este que é o principal terminal do país, se consolidando também como líder na América do Sul.

No meio de uma incursão para tentar atrair mais companhia aéreas estrangeiras, na semana passado, o Galeão anunciou um contrato com a Boliviana de Aviacion, para voos diretos entre o Rio e Santa Cruz de la Sierra, no país vizinho. Serão duas frequências semanais, operadas com aeronaves Boeing 737-800.

A partir de dezembro, o Rio também contará com voos para Toronto e Montreal no Canadá, ambos operados pela Air Canadá, três vezes por semana. Desde 2016, a principal cidade turística do Brasil não conta com voos diretos para o país norte-americano.

O Galeão está localizado na zona norte do Rio, cerca de 20 km de distância do centro da cidade e com difícil acesso para os turistas. Para voos nacionais, a maioria dos viajantes optam pelo Santos Dumont, que conta com fácil acesso via transporte público e privado.