Trump volta a dizer que negociar com a China "não é fácil"

A fala aconteceu no primeiro dia de negociação entre os dois países.

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Publicado em 10/06/2025 às 07:39h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 10/06/2025 às 07:39h Atualizado 1 dia atrás por Elanny Vlaxio
A declaração foi feita na última segunda-feira (09) (Imagem: Shutterstock)
A declaração foi feita na última segunda-feira (09) (Imagem: Shutterstock)

🗣️ O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmou que não assinará acordos comerciais com a China se o país não se abrir ao comércio. A declaração foi dada durante um evento sobre novos investimentos em território americano na última segunda-feira (09).

Segundo o republicano, as negociações estão “indo bem com a China, mas eles não são fáceis". Ele continuou: “Nós queremos abrir a China [comercialmente], e se a gente não abrir a China, talvez a gente não faça nada [em relação aos acordos comerciais]”, disse Trump durante evento na Casa Branca.

Já é a segunda vez que o presidente dos Estados Unidos afirma que negociar com o líder da China, Xi Jinping, não é fácil. “Gosto do presidente Xi da China, sempre gostei e sempre gostarei, mas ele é muito duro e extremamente difícil de fazer um acordo!!!!”, escreveu Trump na Truth Social na madrugada da última quarta-feira (04).

Leia também: Trump diz que Xi Jinping concordou em retomar exportações de terras raras para os EUA

As falas aconteceram no primeiro dia de negociações entre os dois países. As conversas terminaram por volta das 20h, horário local e devem voltar às 10h desta terça-feira (10). Os Estados Unidos indicaram estar dispostos a suspender certas restrições sobre exportações de tecnologia, desde que a China ofereça garantias de redução nos limites ao envio de terras raras. Atualmente, a China responde por cerca de 70% da produção global desses materiais.

💬 Além disso, o governo de Trump também sinalizou que pode retirar medidas que atingem softwares de design de chips, produtos químicos, materiais nucleares e peças de motores a jato. No entanto, não inclui os produtos topo de linha da Nvidia (NVDC34), foi o que disse Kevin Hassett, chefe do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca em entrevista à "CNBC".

Vale citar que, há um mês, as delegações dos dois países se reuniram e decidiram reduzir tarifas reciprocas por 90 dias. Para os EUA, as tarifas caíram de 145% para 30%, já para China, foi reduzido de 125% para 10%. Agora, esta é a primeira rodada de negociações desde aquele encontro entre Washington e Pequim.

Relembre o acordo e a guerra tarifária

Em maio, EUA e China fecharam um acordo para reduzir, por 90 dias, as tarifas recíprocas entre os dois países. Pelo acerto, os EUA diminuíram suas tarifas de 145% para 30%, enquanto a China reduziu de 125% para 10%, até o dia 14 de maio.

A disputa começou em fevereiro, quando os Estados Unidos impuseram uma sobretaxa de 10% sobre produtos chineses, além dos 10% já existentes. Em 2 de abril, o presidente Donald Trump anunciou tarifas recíprocas, adicionando uma nova alíquota de 34% sobre produtos da China, o que elevou o total para 54%.

💰 A China respondeu na mesma medida, com uma tarifa de 34% sobre produtos norte-americanos. A Casa Branca, então, elevou novamente as taxas, desta vez em 50 pontos percentuais, chegando a 104%.

Após a China sinalizar uma elevação para 84% nas tarifas contra os EUA, o governo Trump subiu novamente sua tarifa para 145%. “Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato”, escreveu Trump em sua rede social.

Como contra-ataque, a China elevou suas tarifas para 125% e criticou duramente os EUA, afirmando que as tarifas se tornarão “uma piada”: “Mesmo que os EUA continuem a impor tarifas mais altas, isso deixará de fazer sentido econômico e se tornará uma piada na história da economia mundial”.

Em 15 de abril, a Casa Branca declarou que a China enfrenta tarifas de 245% sobre produtos que entram nos EUA, justificando a medida como reação às represálias chinesas. Posteriormente, Trump anunciou que as tarifas seriam “substancialmente” reduzidas, mas que não chegarão a ser eliminadas.