Trump ameaça retomar controle do Canal do Panamá por ‘taxas excessivas’
Território foi transferido para Panamá em 1999 depois de acordos internacionais
No último sábado (21), o Donald Trump ameaçou retomar para os Estados Unidos o controle do Canal do Panamá. A fala vem depois do presidente eleito reclamar das taxas cobradas pelo Panamá para a transferência de navios entre os oceanos pacíficos e atlântico.
🗣️ "As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente considerando a extraordinária generosidade que os EUA têm demonstrado ao Panamá”, disse, em um evento no Arizona.
Com 82 km de extensão, o Canal do Panamá foi construído pelos EUA ainda nos anos 1970 para viabilizar o comércio entre a Ásia e as Américas, tomando para eles também a administração do território. No entanto, na década de 1990, depois da assinatura de acordos internacionais, foi transferido para o país onde está situado.
O Canal permite que, por ano, mais de 14 mil navios passem de um lado a outro, o que faz dele responsável por 2,5% do comércio marítimo mundial. Além das cargas, também favorece a passagem de cruzeiros turísticos transatlântico.
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“Não foi dado para o benefício de outros, mas meramente como um símbolo de cooperação conosco e com o Panamá. Se os princípios, tanto morais quanto legais, deste gesto magnânimo de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá seja devolvido a nós, integralmente, e sem questionamentos", continuou.
Trump reage a uma escalada da influência da China na região, com o aumento do comércio do país asiático com os latinos. Dois portos da região hoje também são administrados por empresas chinesas.
Resposta panamenha
💻 O presidente do Panamá reagiu às falas de Trump, reafirmando a soberania do país caribenho e comentando sobre as taxas citadas pelo próximo presidente norte-americano.
"Cada metro quadrado do Canal do Panamá e da área ao redor pertence ao Panamá e continuará pertencendo a ele", disse José Raúl Mulino em vídeo publicado nas redes sociais. “O Canal do Panamá pertence aos panamenhos”, completou.
Outros políticos do país também reagiram, criticaram os EUA e pediram que o governo local proteja a soberania nacional. “A diplomacia exige firmeza diante de declarações lamentáveis", escreveu Grace Hernandez, deputada da oposição.
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