STF, Sugar Daddy e mais: Banco Master acumula polêmicas após liquidação

As últimas semanas foram bastante movimentadas para o mundo financeiro. Um dos motivos foi a liquidação do Banco Master decretada pelo Banco Central.

Para além de tudo que envolve os ressarcimentos dos investidores, a instituição financeira está envolta em várias polêmicas.

Uma delas começou com a decretação, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), de sigilo nas investigações do caso. Segundo consta nos autos, não há um motivo claro para que o ministro Dias Toffoli, que atua como relator do processo, tenha tomado a decisão.

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O caso tornou-se ainda mais surpreendente porque, segundo o jornal O Globo, o magistrado viajou em um jatinho particular ao lado de um dos advogados do Master. Toffoli teria ido à final da Libertadores, realizada em Lima (Peru) na semana passada, dias depois de decretar o sigilo.

Toffoli disse que é amigo do advogado Augusto Arruda Botelho, que representa Luiz Antonio Bull, um dos investigados do caso Master, há alguns anos. Também declarou que não conversou sobre o processo durante o voo.

Outra situação que permeia o caso é a de uma suposta doação que o dono do Master, Daniel Vorcaro, teria feito a uma influenciadora digital no valor de R$ 4 milhões. Hoje, aos 29 anos, Karolina Trainotti foi denunciada em 2023 por lavagem de dinheiro de tráfico internacional e agora se autointitula “Sugar Baby”.

Esse é um termo em inglês que se refere a mulheres que recebem dinheiro de homens mais velhos em troca de favores. Em alguns casos, essa relação se dá apenas de forma social, como para acompanhamento em eventos públicos, mas também pode chegar ao âmbito sexual.

O apartamento supostamente dado a Trainotti foi comprado pela Viking Participações, de propriedade de Vorcaro. É um imóvel de 113 metros quadrados, localizado na região da Faria Lima, em São Paulo, uma das zonas mais caras da capital.

CPI do INSS

No mundo político, a família de Vorcaro se vê também pressionada, já que seu cunhado Fabiano Zettel pode ser convocado para a CPI do INSS. Ele teria feito uma doação de R$ 5 milhões para as campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Os deputados Rogério Correia e Alencar Santana (PT) protocolaram um pedido de depoimento do empresário, mesmo ele não sendo alvo da CPI. Os parlamentares querem rastrear a movimentação financeira e eventualmente encontrar pistas de ligação com o escândalo de desvio de aposentadorias por meio da fintech Clava Forte Bank.

"A Controladoria-Geral da União, no âmbito das investigações sobre a farra do INSS, apontou a utilização de igrejas evangélicas por suspeitos de desviar recursos de aposentados e pensionistas como meio para promover lavagem de dinheiro", diz trecho do requerimento de Correia.