Startup dá calote milionário em imóveis da Faria Lima

Empresa diz que está ciente dos casos e que só representam 2% da base

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Publicado em 24/09/2024 às 16:08h - Atualizado Agora Publicado em 24/09/2024 às 16:08h Atualizado Agora por Wesley Santana
Tabas foi comprada pela Blueground (Imagem: Divulgação)
Tabas foi comprada pela Blueground (Imagem: Divulgação)

💰 Dezenas de proprietários de imóveis de regiões nobres de São Paulo, como a Faria Lima, entraram na Justiça para receber aluguéis atrasados da startup Tabas by Blueground. A empresa também estaria devendo os valores de condomínio e parcelas de IPTU dos apartamentos de alto padrão.

A startup funciona como uma intermediária entre donos e locatários, alugando imóveis em regiões nobres de três estados e os oferecendo mobiliados sem necessidade de que o inquilino pague garantia. A reportagem do G1 teve acesso à ação judicial, que destaca que cada espaço alugado tem um valor entre R$ 3 mil e R$ 30 mil por mês.

Atualmente, a empresa oferece mais de 1,3 mil unidades habitacionais e mantém cerca de 21 mil contratos nos locais em que atua. Na falta de pagamento pela startup, os donos dos imóveis estão processando também os inquilinos que alugaram os espaços.

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“Em 2023, tomei um susto porque fui acionada na Justiça pela 1ª vez por causa de atrasos no pagamento dos condomínios. A empresa se desculpou, pagou os honorários e dívidas e tudo ficou certo. Só que, no início de 2024, já havia mais seis meses de atraso e fui acionada pela 2ª vez”, disse uma das inquilinas à reportagem.

Por meio de nota, a Tabas afirmou que está ciente dos casos, que todos estão em discussão judicial e que esses representam apenas 2% da base de clientes. “Cada situação tem uma motivação específica, prevista em contrato, para suspensão dos pagamentos e em todos os casos compartilhados, foram apurados valores devidos pelos proprietários à Tabas em razão de benfeitorias que a empresa fez em seus imóveis”, completou.

A Tabas é uma proptech fundada em 2020, pelo italiano Simone Surdi e o brasileiro Leonardo Morgatto, tendo recebido R$ 80 milhões no começo de 2022 para expandir suas operações pelo país. No final do mesmo ano, foi comprada pela norte-americana Blueground, que atua no mesmo modelo de negócio nos Estados Unidos e na Europa.