Ruídos fiscais derrubam o Ibovespa e levam dólar a R$ 5,75, entenda

Mercado reagiu mal a declaração de Haddad sobre as metas fiscais nesta segunda-feira (24).

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Publicado em 24/03/2025 às 17:45h - Atualizado 6 dias atrás Publicado em 24/03/2025 às 17:45h Atualizado 6 dias atrás por Marina Barbosa
Dólar fechou no maior valor em mais de 10 dias (Imagem: Shutterstock)
Dólar fechou no maior valor em mais de 10 dias (Imagem: Shutterstock)

O Ibovespa fechou em queda e o dólar subiu nesta segunda-feira (24), em meio a ruídos sobre as metas fiscais brasileiras.

📉 O principal índice da B3 caiu 0,77% e perdeu os 132 mil pontos. Fechou aos 131.321 pontos.

💵 Já o dólar avançou 0,61% e terminou o dia negociado a R$ 5,75. É o maior valor desde o último dia 13 de março.

Nesta segunda-feira (24), ruídos sobre as metas fiscais que devem ser perseguidas pelo governo federal pressionaram os ativos brasileiros.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em um evento promovido pelo "Valor Econômico" que o governo estava comprometido em cumprir a meta fiscal, que prevê um déficit zero neste ano e a volta do superávit fiscal em 2026.

Haddad, no entanto, também falou que seria possível ajustar os parâmetros do arcabouço fiscal no momento em que o país tivesse uma dívida pública estável, assim como taxas de juros e inflação comportadas. E essa declaração fez parte do mercado temer mudanças que enfraqueçam o arcabouço fiscal.

🗣️ Nas redes sociais, Haddad disse que estavam tentando distorcer sua fala e reforçou o comprometimento com as metas estabelecidas para este governo Lula (PT).

"Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo", declarou.

O post de Haddad, no entanto, não foi suficiente para reverter o rumo dos negócios. Afinal, analistas também estão na expectativa pela ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que pode trazer indícios sobre o rumo da taxa Selic nesta terça-feira (25).

EUA

Já nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em alta, diante da expectativa de que o presidente Donald Trump recue mais uma vez na guerra comercial.

Trump reforçou a promessa de impor tarifas recíprocas no dia 2 de abril e ainda prometeu taxar os países que compram petróleo e gás da Venezuela. Contudo, também disse que pode conceder isenções a "muitos países".

Veja o fechamento das bolsas americanas nesta segunda-feira (24):

  • Dow Jones: 1,40%;
  • S&P 500: 1,76%;
  • Nasdaq: 2,27%.

Baixas

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) também não ajudaram o Ibovespa.

As ações preferenciais da petroleira fecharam em queda de 0,14% os papeis da mineradora caíram 0,52%, mesmo em um dia de alta dos preços internacionais do petróleo e do minério de ferro.

A maior queda do dia no Ibovespa, no entanto, foi da Embraer (EMBR3). O papel desvalorizou 4,70%, em um movimento de realização de lucros, segundo analistas.

Veja outras baixas do dia:

Altas

Diferente da Petrobras, as petroleiras juniores da B3 conseguiram surfar na alta do petróleo nesta segunda-feira (24).

A Brava (BRAV3), por exemplo, disparou 10,19% e a PetroRecôncavo (RECV3) ganhou 1,35%.

Já a CVC (CVCB3) saltou 7,07% depois de receber o Selo de Excelência em Franchising da ABF (Associação Brasileira de Franchising).

Veja outras altas do dia: