Regras contra crime organizado no Brasil miram bancos e fintechs

Banco Central impõe, a partir do dia 1º de dezembro de 2025, cerco contra as chamadas contas-bolsão.

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Publicado em 04/11/2025 às 17:02h - Atualizado Agora Publicado em 04/11/2025 às 17:02h Atualizado Agora por Lucas Simões
Facções no Brasil faturam mais do que empresas na B3 e BC mira financiamento (Imagem: Shutterstock)
Facções no Brasil faturam mais do que empresas na B3 e BC mira financiamento (Imagem: Shutterstock)
Após a megaoperação no Rio de Janeiro no final de outubro revelar que a facção Comando Vermelho fatura mais do que empresas listadas na bolsa de valores brasileira, o Banco Central (BC) nesta semana resolveu fechar o cerco contra as fontes de financiamento ao crime organizado no Brasil, mirando principalmente bancos e fintechs.
No caso, a autoridade monetária alterou as regras sobre encerramento de contas de depósitos e de contas de pagamento, adicionando novas hipóteses para o encerramento compulsório pelas instituições autorizadas.
"As instituições deverão encerrar as contas de clientes nas quais se verifiquem a sua utilização com o objetivo de realizar atividades caracterizadas como serviços financeiros ou de pagamentos, no âmbito do Sistema Financeiro Nacional ou do Sistema de Pagamentos Brasileiro, sem respaldo legal e em desacordo com a regulamentação vigente", destaca a nota do BC.
Nesse combate, as contas fraudulentas usadas pelo crime organizado, as chamadas contas-bolsão, foram abertas pelas fintechs em bancos tradicionais. Justamente aqui a estratégia é usar instituições financeiras menores para redução de custos, ou mesmo por questões operacionais, pois fintechs de pagamento não podem guardar recursos dos clientes como se fossem depósitos bancários.
Apesar de grandes nomes do setor financeiro, como Nubank (ROXO34) e Inter (INBR32) terem atuação legal no Brasil, os criminosos utilizam as brechas neste sistema para criar contas em nome de terceiros, dificultando a sua identificação, sobretudo em fintechs bem menos conhecidas do mercado.
Dessa forma, a partir do próximo mês, tanto bancos tradicionais quanto fintechs deverão averiguar irregularidades nas informações prestadas pelo titular, consideradas de natureza grave; e prestação de serviços por parte do cliente titular que configurem serviços financeiros ou de pagamentos sem a devida previsão legal ou não aderentes à regulamentação vigente.
Consequentemente, as contas irregulares e contas-bolsão utilizadas por fraudadores deverão ser encerradas após aviso aos clientes. Tais medidas podem ajudar a reduzir a movimentação monetária expressiva de R$ 146 bilhões realizada só pelo Comando Vermelho, segundo dados de 2022, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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