Quanto custaria um iPhone se ele fosse fabricado nos EUA?

Analistas dizem que preço pode subir até três vezes mais com mudanças

Author
Publicado em 13/04/2025 às 17:15h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 13/04/2025 às 17:15h Atualizado 1 dia atrás por Wesley Santana
iPhone é o principal produto da Apple (Imagem: Shutterstock)
iPhone é o principal produto da Apple (Imagem: Shutterstock)

Um dos modelos de smartphones mais usados no mundo é o iPhone, fabricado pela Apple, uma empresa dos Estados Unidos. Apesar disso, a montagem do aparelho é feita por fábricas da companhia em outros países, como China e Índia.

📱 A decisão da Apple de produzir seus equipamentos fora dos EUA tem alguns motivos, sendo os principais deles o custo das peças e da mão de obra. Com isso, a empresa consegue vender sua última versão por US$ 799.

Se um iPhone 16 hoje fosse produzido localmente nos EUA, o valor de entrada deste modelo seria de US$ 3.500. O cálculo foi feito por analistas do setor de tecnologia para a rede norte-americana CNN.

Segundo eles, o preço seria esse porque o país não conta com um ecossistema complexo de produção como alguns países da Ásia, no qual a China se destaca. Além disso, uma decisão de mudar a produção de forma imediata para os EUA, custaria a Apple o equivalente a US$ 30 bilhões.

🚢 Leia mais: Em novo recuo, Trump isenta eletrônicos de tarifas extras

"Você construiria uma cadeia de suprimentos nos EUA com uma fábrica na Virgínia Ocidental e em Nova Jersey. Eles serão iPhones de US$ 3.500", afirmou Dan Ives, chefe global de pesquisa de tecnologia da empresa de serviços financeiros Wedbush Securities.

"É por isso que acho que você vê o que aconteceu com as ações, porque nenhuma empresa está mais envolvida nessa frente e no centro dessa tempestade de categoria cinco do que Cupertino e a Apple", acrescentou ele. "É um Armagedom econômico, mas especialmente para a indústria de tecnologia”.

Enquanto os EUA se especializaram no design de produtos e desenvolvimento de sistemas, os países asiáticos foram no sentido contrário, pegando para si a montagem destes equipamentos de tecnologia. Essa fórmula deu muito certo, tanto que contribuiu para que as empresas de tecnologia dos EUA chegassem ao status das maiores do mundo, a exemplo da Apple.

No caso específico do iPhone, os processadores são produzidos em Taiwan, as telas na Coreia do Sul e outros componentes internos da China. Esse último país recebe todos os itens e procede com a montagem final do celular, que depois é transportado para outros mercados da Apple.

Com o tarifaço de Trump, que chega a 104% para a China, a Apple já trabalha para encontrar alternativas para a produção de seus smartphones. Uma das principais opções é a Índia, país que foi impactado com tarifa de 26%, e o Brasil, que ficou com o mínimo de 10%.

No entanto, a empresa teme que a mudança da base de produção não seja suficiente para suprir uma eventual lacuna da China. Já se a empresa repassar o custo das tarifas aos consumidores, o preço do iPhone pode saltar até 43%, conforme um levantamento feito pela Agência Reuters.