Quais empresas da B3 podem ser prejudicadas com anúncio de Trump?

A Gerdau, por ter operações nos Estados Unidos, pode ser menos afetada por essa decisão.

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Publicado em 10/02/2025 às 11:09h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 10/02/2025 às 11:09h Atualizado 2 dias atrás por Elanny Vlaxio
As empresas operavam no verde às 11h54 (horário de Brasília) (Imagem: Shutterstock)
As empresas operavam no verde às 11h54 (horário de Brasília) (Imagem: Shutterstock)

💸 Donald Trump (Partido Republicano), presidente dos Estados Unidos, informou neste fim de semana que cobrará uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. O anúncio oficial está previsto para esta segunda-feira (10) e pode mexer com algumas empresas listadas na B3, como a Vale (VALE3), a Usiminas (USIM5), Gerdau (GGBR4) e a CSN (CSNA3)

"O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os Estados Unidos, e essa barreira comercial pode prejudicar diretamente empresas como CSN, Usiminas e Vale, que dependem do mercado americano para escoar parte de sua produção", afirmou Rodolpho Damasco, sócio e head do Private Offshore da Nomos Investimento.

Segundo ele, a Gerdau é a empresa que pode ser menos prejudicada com a decisão. "A Gerdau, por ter operações nos EUA, pode sofrer menos, já que pode atender à demanda local sem depender das exportações. No entanto, para as empresas que não possuem essa estrutura, a necessidade de buscar novos mercados e lidar com um possível excesso de oferta interna pode pressionar margens e impactar a geração de empregos no setor", explicou. 

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💰  Na mesma linha, analistas do BTG Pactual (BPAC11) acreditam que a taxação pode ser benéfica para a empresa, já que, com as importações mais caras, a companhia pode ganhar competitividade nos Estados Unidos. Eles sinalizam, no entanto, que o cenário ainda não é totalmente favorável, visto que, a capacidade da indústria siderúrgica norte-americana ronda os 73%. 

Na outra ponta, o analista da Nomos Investimentos ressaltou ainda um "efeito cadeia na economia", já que, as exportações podem cair e gerar tensões comerciais globais.

"Além disso, há um efeito em cadeia na economia. Se as exportações caírem, a produção pode desacelerar, afetando fornecedores, transportadoras e outros segmentos ligados à siderurgia e à mineração. Também há o risco de que essa medida gere tensões comerciais globais e represálias de outros países, dificultando ainda mais o cenário para o Brasil", acrescentou. 

🗣️  Ele finalizou dizendo que o ideal é que o Brasil reaja rapidamente e continue investindo em competividade e diversificação de mercados.

"O governo brasileiro precisa agir rapidamente, como fez no passado, buscando um novo acordo que minimize os impactos dessas tarifas. É essencial que a indústria nacional continue investindo em competitividade e diversificação de mercados para reduzir sua dependência dos Estados Unidos e evitar ser refém de medidas protecionistas que podem mudar a qualquer momento."

Veja também como operam as ações das siderúrgicas citadas:

  • Vale (VALE3): +0,42% a R$ 55,08;
  • Usiminas (USIM5: +1,43% a R$ 5,68;
  • Gerdau (GGBR4): +4,67% a R$ 17,49;
  • CSN (CSNA3): + 0,45% a R$ 8,98.