Prejuízo da Boeing salta 277% no 3º trimestre de 2024
O resultado é o pior registrado pela empresa desde o quarto trimestre de 2020.
A fabricante de aeronaves Boeing anunciou um prejuízo líquido de US$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre de 2024. Este resultado representa um aumento de 277% em relação ao mesmo período do ano anterior e é o pior registrado pela empresa desde o quarto trimestre de 2020, no início da pandemia de Covid-19.
📊 Apesar de registrar uma leve alta de 1% na receita, chegando a US$ 17,8 bilhões no terceiro trimestre, a Boeing enfrentou desafios. A greve dos funcionários envolvidos na produção do 737 MAX, combinada com atrasos no desenvolvimento dos novos modelos 777X e 767, prejudicou o desempenho financeiro da companhia.
Embora a receita da Boeing tenha registrado um leve crescimento, o prejuízo por ação, de US$ 10,44, superou as estimativas dos analistas. Esse desempenho inferior ao esperado levou o CEO, Kelly Ortberg, a reconhecer a necessidade de uma transformação cultural na empresa para reverter a situação e impulsionar o crescimento futuro.
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🗣️ “Levará tempo para que a Boeing retorne ao seu antigo legado, mas com o foco e a cultura certos, podemos ser uma empresa icônica e líder aeroespacial mais uma vez. […] No futuro, estaremos focados em mudar a cultura, estabilizar os negócios e melhorar a execução do programa”, comentou Ortberg.
Adicionalmente, a Boeing entregou 116 aviões no terceiro trimestre de 2024, superando as 105 unidades entregues no mesmo período do ano anterior. Apesar desse aumento trimestral, o acumulado de janeiro a setembro de 2024 ficou em 291 aeronaves, representando uma redução de 80 unidades em comparação com as 371 entregues nos nove primeiros meses de 2023.
Trabalhadores rejeitaram proposta
Além de divulgar resultados financeiros negativos, a Boeing enfrentou mais um revés nesta semana. Seus trabalhadores rejeitaram a proposta da empresa e decidiram continuar a greve, que já dura seis semanas.
💸 A proposta de aumento salarial de 35% nos próximos quatro anos foi rejeitada por dois terços dos trabalhadores da Boeing, membros da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais.
A recusa da proposta da Boeing pelos trabalhadores marca um novo capítulo de uma disputa que se arrasta há anos. Após rejeitarem uma oferta anterior de 25% de aumento, os funcionários, insatisfeitos com negociações passadas, aprofundam a crise enfrentada pela empresa.
Após a rejeição da proposta, os sindicatos demonstraram disposição para reabrir as negociações com a Boeing. A última negociação significativa entre as partes aconteceu em 2014, quando a empresa usou a produção do 777 como moeda de troca para eliminar benefícios como as pensões tradicionais.
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