Lula e Biden defendem divulgação de atas eleitorais da Venezuela

Lula ainda reforçou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho.

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Publicado em 30/07/2024 às 19:37h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 30/07/2024 às 19:37h Atualizado 1 mês atrás por Marina Barbosa
Lula falou com Biden por telefone, por cerca de meia hora (Shutterstock)
Lula falou com Biden por telefone, por cerca de meia hora (Shutterstock)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por cerca de meia hora com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta terça-feira (30). A eleição da Venezuela foi um dos principais assuntos do telefonema.

🧾 Segundo o Palácio do Planalto, Lula e Biden concordaram que a publicação das atas eleitorais do pleito ocorrido no último domingo (28) é fundamental para a compreensão da situação na Venezuela.

Em comunicado, a Casa Branca reforçou o pedido pela "divulgação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados" das urnas de votação.

O governo dos Estados Unidos disse ainda que "os dois líderes compartilharam a perspectiva de que o resultado das eleições venezuelanas representa um momento crítico para a democracia no hemisfério e prometeram permanecer em estreita coordenação sobre o assunto".

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O governo brasileiro não falou em "momento crítico para a democracia" no comunicado sobre a conversa. Disse apenas que Lula "reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho".

🗣️ Lula tem acompanhado a situação da Venezuela por meio de Assessor Especial, Celso Amorim, que está em Caracas. Em entrevista à "TV Centro América", o presidente brasileiro disse nesta terça-feira (30) que não vê "nada de anormal" no processo eleitoral venezuelano e reforçou que a divulgação das atas deve resolver o impasse entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, já que mostrará o número exato de votos de cada candidato.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro venceu a eleição presidencial de domingo (28) com 51,2% dos votos. A oposição, no entanto, não reconhece o resultado.

Maduro disse que a Venezuela sofria uma tentativa de golpe; expulsou diplomatas de países que contestaram o resultado eleitoral, como Argentina e Chile; e suspendeu temporariamente voos comerciais com Panamá e República Dominicana.

Diante dessa tensão, o Itamaraty emitiu um alerta de segurança para brasileiros na Venezuela. Antes disso, o Itamaraty havia saudado o "caráter pacífico" das eleições, mas reforçado a necessidade de "verificação imparcial dos resultados" por meio das atas de votação.

Eleições americanas

Na conversa com Biden, Lula também falou sobre as eleições americanas. Segundo o Planalto, o presidente brasileiro cumprimentou Biden pela "magnânima" decisão de deixar a corrida eleitoral e "desejou sucesso para a democracia do país nas eleições presidenciais em novembro".

Biden desistiu de concorrer à reeleição em meio às críticas sobre a sua idade e capacidade mental. Com isso, anunciou apoio a sua vice-presidente, Kamala Harris, na disputa contra Donald Trump. Segundo pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta terça-feira (30), Harris tem uma vantagem de um ponto percentual sobre Trump nas intenções de voto.