Luiz Barsi da Faria Lima: Como gestor do Fundo Verde dribla Trump em 2025 com renda fixa?

Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, já acumula valorização superior a 26.000% desde 1997 e revela estratégia de investimentos em meio à guerra comercial

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Publicado em 08/04/2025 às 19:51h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 08/04/2025 às 19:51h Atualizado 3 dias atrás por Lucas Simões
Investimentos em renda fixa ajudam gestor Luis Stuhlberger e equipe do Fundo Verde a entregarem lucros aos cotistas (Imagem: Reprodução/Verde Asset)
Investimentos em renda fixa ajudam gestor Luis Stuhlberger e equipe do Fundo Verde a entregarem lucros aos cotistas (Imagem: Reprodução/Verde Asset)

🤑 Luis Stuhlberger, o maior gestor de fundos de investimentos do Brasil, apelidado de Luiz Barsi da Faria Lima, abriu o jogo de como ele e sua equipe tocam o famoso Fundo Verde a partir de abril de 2025, diante da guerra comercial destravada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Em carta mensal do fundo de investimentos, o gestor revelou que sua estratégia para buscar superar os ganhos entregues pelo CDI concentra esforços em investimentos ligados à renda fixa brasileira.

"No Brasil aumentamos posições compradas em juro real além de manter pequena alocação em inflação implícita", escreve o gestor e sua equipe referente a alocação do fundo de investimento do tipo multimercado Verde FIC FIM.

Traduzindo esse economês, isso que dizer que o Luiz Barsi da Faria Lima, em alusão ao maior investidor pessoa física da bolsa de valores brasileira, segue encontrando boas oportunidades de investimentos no país, só que no território da renda fixa, em especial títulos indexados à inflação, ou seja, o IPCA+, que garante a correção do poder de compra do dinheiro emprestado ao governo ou empresas, além de uma taxa de juro real.

Já a referência da pequena alocação em inflação implícita pode sugerir que Luis Stuhlberger e sua equipe podem estar alocados também em títulos prefixados, caso considerem que a inflação futura do Brasil será menor que a inflação implícita calculada mediante a subtração do retorno de um título prefixado ante um título indexado ao IPCA+.

➡️ Leia mais: O que são fundos de investimentos?

Ideias do Luiz Barsi da Faria Lima em renda fixa

Mas, não está claro se o Fundo Verde aposta na estratégia de carregar tais títulos prefixados até o vencimento para aproveitar taxas de retorno de quase 15% ao ano no Tesouro Direto, ou acima de 17% ao ano no caso de investimentos em renda fixa isenta de imposto de renda (por exemplo: CRAs, CRIs e debêntures).

Outra possibilidade de buscar valorização seria aproveitar oportunidades delucro com marcação a mercado, uma vez que o recuo dos juros compostos seja pela alta demanda dos investidores ou por um ciclo de queda da taxa Selic mais consistente pode destravar para cima o preço unitário dos títulos de renda fixa, e com maior intensidade a depender da extensão do prazo de vencimento.

🏆 Aqui no Investidor10, já noticiamos que existem opções no próprio Tesouro Direto que chegam a pagar quase 2% ao mês no resultado agregado em 2025, além de opções mais arrojadas isentas de imposto de renda e que não têm a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que chegam a oferecer IPCA+ 9% ao ano ou taxas fixas acima de 17% ao ano.

Até mesmo nos EUA, o Fundo Verde voltou a investir em renda fixa indexada à inflação. Uma alternativa de fácil acesso e diversificada ao investidor brasileiro para isso é através do iShares TIPS Bond ETF (TIP), cujas cotas chegam a se valorizar quase +3% em 2025, sem considerar o reinvestimento dos dividendos mensais. Mas é preciso que o interessado queira investir parte do seu patrimônio no exterior.

➡️ Leia mais: Debêntures pagando quase IPCA+ 9% ao ano em renda fixa isenta entram na mira de analistas

Fundo Verde se esquiva de Trump

Já em relação aos investimentos em renda variável (como ações brasileiras e stocks americanas), o Barsi da Faria Lima segue bastante reticente, considerando o cenário deflagrado pelas políticas protecionistas da administração Trump, que busca reindustrializar o país em detrimento de produtos importados.

"A tarifa efetiva que os Estados Unidos aplicam em suas importações começou o ano em torno de 2.5%, e após essa última rodada, alcançou em torno de 27%, o maior nível desde a Grande Depressão dos anos 1930", comenta Stuhlberger, em carta mensal.

🚨 Para a equipe do Fundo Verde, o momento atual é um bom paralelo histórico, o Smoot-Hawley Tariff Act de 1930 nasceu como uma política para proteger a economia americana dos desafios de uma recessão, e dado o ciclo de retaliação, acabou contribuindo para piorar de maneira significativa o ciclo econômico.

"Nos parece que os impactos do “Dia da Liberação” (Liberation Day) de Trump se arriscam a ficar na história da mesma maneira que seu similar de um século atrás", destaca a carta.

Por ora, a estratégia do Luiz Barsi da Faria Lima segue zerada em bolsa brasileira, além de apostar levemente na queda das ações americanas por meio de opções (mecanismo sofisticado no mercado futuro que traz a possibilidade de ganhos em uma estratégia baseada da crença da queda de preços de um ativo financeiro).

🔎 Em moedas, o Fundo Verde montou posições que apostam na queda do yuan (a moeda oficial da China), do euro e do dólar americano. Stuhlberger mantém alocação em Bitcoin (BTC) aos cotistas, além de pequena posição comprada em petróleo, assim como os livros de crédito high yield local e global.

Luis Stuhlberger é fundador e CEO da Verde Asset Management, figura famosa nos redutos da Faria Lima, afinal desde 1997 seu fundo de investimento carro-chefe já rendeu mais de +26.000%, alocando o dinheiro dos cotistas em diferentes moedas, commodities, ações e títulos de renda fixa.

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