Justiça afasta Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, e pede nova eleição

Esta é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é removido da presidência da CBF por decisão judicial.

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Publicado em 15/05/2025 às 18:06h - Atualizado 10 minutos atrás Publicado em 15/05/2025 às 18:06h Atualizado 10 minutos atrás por Matheus Silva
A nova eleição deverá ser convocada nos próximos meses (Imagem: Shutterstock)
A nova eleição deverá ser convocada nos próximos meses (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou, nesta quarta-feira (15), o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mergulhando novamente a entidade em uma crise institucional.

A decisão, assinada pelo desembargador Gabriel Zefiro, também nomeou o vice-presidente Fernando Sarney como interventor provisório, responsável por conduzir o processo para a realização de novas eleições na entidade máxima do futebol brasileiro.

O afastamento decorre da anulação de um acordo firmado em 24 de janeiro de 2025, que reconhecia a validade da eleição de Ednaldo em 2022.

O documento foi assinado por dirigentes da CBF, incluindo o Coronel Antônio Carlos Nunes, ex-presidente da entidade.

No entanto, a autenticidade da assinatura de Nunes foi colocada em xeque. Um laudo técnico apontou a “impossibilidade de vinculação” da assinatura ao ex-dirigente, enquanto relatos médicos indicam que ele se encontrava em estado de saúde debilitado, enfrentando um câncer grave, sem plena capacidade para expressar vontade de forma consciente.

De acordo com o desembargador, esses elementos indicam forte indício de falsificação ou, no mínimo, de incapacidade mental no momento da assinatura, o que invalida o documento e, por consequência, toda a estabilidade jurídica da eleição de Ednaldo.

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Impacto e repercussão

Além de Ednaldo, toda a diretoria da CBF foi afastada. A entidade agora vive um período de intervenção, com Fernando Sarney no comando provisório.

Ele terá como principal missão organizar o novo pleito, ainda sem data definida. Esta é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é removido da presidência da CBF por decisão judicial.

A primeira ocorreu em dezembro de 2023, mas o dirigente conseguiu retornar ao cargo após decisão liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A CBF, por sua vez, reagiu afirmando que o laudo pericial foi "utilizado de forma sensacionalista" e ressaltou que o Coronel Nunes não compareceu à audiência que poderia esclarecer a autenticidade dos fatos.

O que acontece agora

O futuro da CBF permanece incerto. A nova eleição deverá ser convocada nos próximos meses, em meio a uma disputa política intensa nos bastidores.

Dirigentes, clubes e federações estaduais já se articulam para influenciar o processo sucessório.

Analistas apontam que o episódio pode ter reflexos inclusive no relacionamento da CBF com a FIFA, que historicamente condena intervenções judiciais nas federações nacionais — embora, até o momento, não haja manifestação pública da entidade máxima do futebol mundial.