Julgamento de Bolsonaro no STF: Veja como foi o depoimento do ex-presidente
Bolsonaro se defende perante o ministro Alexandre de Moraes em inquérito sobre tentativa de golpe de Estado.

⚖️ O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu início nesta terça-feira (10), por volta das 14h30, ao seu depoimento perante a primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
Bolsonaro iniciou o seu depoimento à Suprema Corte negando ter qualquer tipo de envolvimento com suposta trama que buscasse impedir a posse do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Eu joguei dentro das 4 linhas o tempo todo. Muitas vezes falava palavrão, me revoltava, mas, no meu entender, fiz o que tinha de ser feito", disse o ex-presidente, além de explicar o porquê de tecer críticas contra o sistema eleitoral brasileiro.
“Ficou realmente uma preocupação grande da nossa parte. Não vou sugerir nada a quem quer que seja aqui, mas acredito que, dado o que vem acontecendo de reclamações por ocasião das eleições, para o bem da democracia, seria bom que algo fosse aperfeiçoado para que não pudesse haver qualquer dúvida sobre o sistema eleitoral”, declarou o ex-presidente.
Nesse momento, Bolsonaro aproveitou para defender o uso do voto impresso, alegando que o sistema eleitoral brasileiro requer melhorias, citando entre as quais a troca das urnas eletrônicas pela adoção do voto impresso.
Questionado pelo ministro Moraes sobre a implementação de bloqueios pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), especialmente no Nordeste, durante o dia do 2º turno das Eleições 2022, região onde eleitores são mais favoráveis ao candidato petista, Bolsonaro declarou não ter conhecimento da suposta operação de blitzes nas estradas, que estariam restringindo a locomoção dos eleitores.
Bolsonaro convida Moraes para ser seu vice em 2026
😅 Em momento de descontração no meio do julgamento, Bolsonaro chegou a convidar o ministro Alexandre de Moraes para formar chapa nas Eleições 2026, brincando que ele seria o seu vice. "Eu declino", respondeu Moraes ao som de risadas entre os presentes.
Já de volta ao clima de mais formalidade, Bolsonaro negou participação em reunião ministerial para discutir minuta de golpe, como apontou o ministro da Suprema Corte, que também emendou as acusações feitas pelo delator no inquérito, o tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou que Bolsonaro "enxugou" a minuta para o golpe de Estado.
“Discutimos a possibilidade de um Estado de Sítio, mas não seguiu. Não foi dado início a nada. O primeiro passo seria a convocação dos Conselhos: ninguém foi convocado”, disse o ex-presidente. “As ilações sobre o que poderia estar ocorrendo corriam soltas, lamento por isso, mas não tinha controle.”
Bolsonaro retrucou as acusações que atribuem a ele, ao afirmar que golpe de estado é uma coisa abominável, já que, segundo ele, o golpe até seria fácil começar, mas que o dia seguinte ao golpe é simplesmente imprevisível e danoso para todo mundo.
👾 A deputada federal Carla Zambelli (PL), que deixou o Brasil com destino à Itália, após condenação a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema judiciário, foi mencionada pelo ministro Moraes, que perguntou a Bolsonaro se o mesmo havia recebido o hacker enviado pela parlamentar. Em sua fala, o ex-presidente confirmou ter recepcionado o hacker, mas alegou que não confiou no profissional de tecnologia, tendo o encaminhado ao Ministério da Defesa.
Antes de passar o bastão, Moraes perguntou qual era a relação de Bolsonaro com os acampamentos montados em frente aos quartéis do Exército, sendo o principal deles em Brasília.
“Eu nunca fui a acampamento”, disse Bolsonaro ao explicar que a aglomeração de pessoas foi totalmente espontânea logo após o resultado do segundo turno das eleições, refutando quaisquer possibilidades de que aquela atividade estaria sendo incentivada pelo ex-presidente.
Linha cronológica dos depoimentos
🗓️ Como relator do caso, o ministro Moraes determinou que os depoimentos fossem realizados presencialmente na sala de audiências da 1ª Turma do STF. A exceção compreende apenas o ex-ministro Walter Braga Netto, que tem oitiva por videoconferência.
Os primeiros interrogados nesta terça-feira foram o general Augusto Heleno, o ex-ministro Anderson Torres e o almirante Almir Garnier Santos.
Cada um adotou estratégias diferentes para se defender das acusações. O primeiro réu negou que nunca questionou a eficácia das urnas eletrônicas, enquanto o segundo depoente disse que não colocou tropas à disposição de um golpe de Estado.
Vale lembrar que os interrogatórios no STF que apuram a tentativa de golpe de Estado começaram nesta segunda-feira (9), com o então ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. O delator afirmou que Bolsonaro leu e fez alterações na minuta do golpe.
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Veja quem são os envolvidos na tentativa de golpe de Estado:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

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