Ibovespa dispara com trégua tarifária de Trump e fecha em alta de 3,12%
Após uma manhã tensa, o Ibovespa virou fortemente para o campo positivo e encerrou o dia com alta expressiva de 3,12%, alcançando 127.795 pontos.

🚨 A sessão desta quarta-feira (9) foi marcada por uma reviravolta que pegou muitos investidores de surpresa.
Após uma manhã tensa nos mercados globais, o Ibovespa virou fortemente para o campo positivo e encerrou o dia com alta expressiva de 3,12%, alcançando 127.795 pontos.
O alívio veio após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que declarou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas globais — medida que teve repercussão imediata nos ativos de risco.
Enquanto isso, o dólar comercial, que chegou a operar em alta durante a manhã, inverteu o movimento e fechou em queda de 2,54%, sendo cotado a R$ 5,845.
Nos juros futuros, o movimento foi mais contido, com os DIs terminando o dia mistos, após uma abertura de maior pressão.
A tensão começou cedo, com a China anunciando um novo aumento nas tarifas sobre produtos norte-americanos, elevando-as para 84%, em resposta à escalada tarifária anterior iniciada por Washington.
A União Europeia também se preparava para retaliar medidas comerciais dos EUA. Até a metade da tarde, os índices acionários operavam no vermelho — cenário que mudaria completamente pouco depois.
Trump anuncia trégua parcial e mercados reagem
Por volta das 14h30 (horário de Brasília), Trump publicou em sua conta no Truth Social uma declaração que virou a maré dos mercados: “Autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante este período, de 10%, também com efeito imediato.”
Na mesma mensagem, ele confirmou o aumento das tarifas aplicadas à China para 125%, reforçando que a medida tem efeito imediato.
O movimento foi interpretado como um gesto de alívio parcial ao restante do mundo, mas com intensificação da pressão sobre Pequim.
A resposta foi imediata: as bolsas norte-americanas dispararam. O S&P 500 subiu mais de 7%, o Nasdaq avançou quase 9% e o Dow Jones fechou em alta de 6%.
A performance foi uma das melhores desde março de 2020, início da pandemia. No Brasil, o Ibovespa acompanhou a onda de otimismo.
➡️ Leia mais: Trump eleva para 125% tarifas contra a China e pausa cobrança a outros países por 90 dias
Ações em destaque no Ibovespa
Com a mudança repentina de humor no mercado, ações de peso lideraram os ganhos. A Vale (VALE3) subiu 5,39%, impulsionada também pela recuperação dos preços internacionais do minério.
A Petrobras (PETR4), que chegou a cair quase 2% pela manhã, virou para fechar com alta de 4,06%, acompanhando a valorização do petróleo.
O setor bancário também teve um desempenho positivo: Bradesco (BBDC4) avançou 3,74%, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) registrou leve ganho de 0,43%.
O destaque do dia, no entanto, veio do varejo: Magazine Luiza (MGLU3) saltou impressionantes 11,28%, enquanto Lojas Renner (LREN3) subiu 6,42%. O maior avanço do dia ficou com GPA (PCAR3), que disparou 18,89%.
Efeitos no cenário macroeconômico
Além do impacto da trégua tarifária, investidores digeriram outros dados relevantes. Nos Estados Unidos, a ata da última reunião do Federal Reserve apontou preocupação com inflação persistente e riscos para o crescimento econômico.
No Brasil, o volume de vendas do varejo em fevereiro mostrou crescimento dentro das expectativas, mas com sinais de desaceleração.
Ainda assim, o foco do dia foi mesmo a geopolítica. A declaração de Trump virou o jogo — ao menos no curto prazo — e animou os mercados ao sinalizar que o conflito comercial pode ser administrado com mais flexibilidade.
Apesar disso, o embate tarifário entre EUA e China está longe de terminar, como destacou Anderson Silva, sócio da GT Capital: “A guerra de tarifas teve um começo, mas está longe do fim. A China não deve recuar tão facilmente, e a retaliação pode se intensificar.”
O que esperar a seguir
📊 A quinta-feira já reserva novos desafios. Antes da abertura dos mercados, será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) de março nos EUA, um dos indicadores mais aguardados da semana.
O dado pode influenciar diretamente as apostas sobre a trajetória dos juros norte-americanos.
Por ora, o investidor deve manter a atenção redobrada. Em tempos de alta volatilidade, qualquer anúncio — seja ele de Washington, Pequim ou Brasília — tem poder para reconfigurar o humor dos mercados em questão de minutos.

21 ações que pagarão mais dividendos em 2025, segundo BTG Pactual
Veja a lista de companhias brasileiras que podem garantir uma boa renda passiva

FIIs ressuscitam ganhos, enquanto Bitcoin (BTC) é abatido em fevereiro; veja ranking
Saiba quais classes de investimentos são destaques positivos no mês e quais deram dor de cabeça aos investidores

Luiz Barsi da Faria Lima: Como gestor do Fundo Verde dribla Trump em 2025 com renda fixa?
Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, já acumula valorização superior a 26.000% desde 1997 e revela estratégia de investimentos em meio à guerra comercial

Barsi da Faria Lima faz o alerta: Selic em 2025 subirá a 'patamares esquecidos'
Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, já acumula valorização superior a 26.000% desde 1997 e revela estratégia de investimentos para este ano

WEG (WEGE3) pode bater ROIC de 38% em 2025; saiba se analistas investem
Indicadores fundamentalistas favoráveis e cenário de dólar acima dos R$ 6 dão indícios para a ação que já disparou +45% em 20224

Renda fixa isenta de IR: FS Bio recompra CRAs pagando IPCA+ 11% ao ano
Crise no crédito de empresas do agronegócio faz taxas dispararem e preços dos títulos caírem na marcação a mercado

Renda fixa isenta de IR está entre as captações favoritas das empresas em 2024
Emissão de debêntures e mercado secundário de renda fixa batem recordes entre janeiro e setembro, diz Anbima

Agora é a renda fixa que fará B3 (B3SA3) pagar mais dividendos
Genial Investimentos aponta avenidas de crescimento e preço-alvo da dona da bolsa de valores brasileira