Ibovespa cai 1,09% e amarga terceira queda seguida; saldo do mês ainda é positivo

Entre os fatores locais que pressionaram o mercado, está o PIB do primeiro trimestre de 2025, que apresentou crescimento de 1,4%.

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Publicado em 30/05/2025 às 17:56h - Atualizado 5 minutos atrás Publicado em 30/05/2025 às 17:56h Atualizado 5 minutos atrás por Matheus Silva
No câmbio, o dólar à vista subiu 0,93%, encerrando o dia cotado a R$ 5,7195 (Imagem: Shutterstock)
No câmbio, o dólar à vista subiu 0,93%, encerrando o dia cotado a R$ 5,7195 (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Ibovespa não resistiu às pressões internas e externas e encerrou esta sexta-feira (30) em queda de 1,09%, aos 137.026,62 pontos, acumulando um recuo de 0,58% na semana. Apesar das perdas recentes, o principal índice da B3 (B3SA3) fechou maio com saldo positivo de 1,45%.

No câmbio, o dólar à vista subiu 0,93%, encerrando o dia cotado a R$ 5,7195. Na semana, a moeda norte-americana avançou 1,28%, enquanto no acumulado do mês a alta foi de 0,76%, refletindo o aumento da aversão ao risco dos investidores. 

Entre os fatores locais que pressionaram o mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre apresentou crescimento de 1,4%, puxado principalmente pelo agronegócio — com destaque para soja e milho. O resultado veio ligeiramente abaixo das expectativas dos analistas. 

A piora na percepção fiscal também contribuiu para a cautela. A pesquisa Latam Pulse da Atlas/Bloomberg mostrou aumento na desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que subiu para 53,7% em maio, ante 50,1% no mês anterior, o que adicionou mais incerteza ao ambiente político e econômico. 

Além disso, a discussão sobre a alteração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) segue gerando incerteza. O governo busca alternativas para compensar a perda de arrecadação após recuar de partes do aumento inicialmente anunciado. As críticas no Congresso se intensificaram, com parlamentares alertando para o risco de estagnação no avanço da reforma tributária e outras pautas econômicas.

Outro dado relevante divulgado foi o superávit primário do governo central em abril, que somou R$ 17,782 bilhões, acima do esperado. No entanto, o resultado não foi suficiente para aliviar as preocupações fiscais diante dos elevados gastos e da dificuldade em controlar o endividamento público.

Altas e baixas: destaques da sessão

Entre os destaques positivos do dia, as ações da Azzas 2154 (AZZA3) subiram cerca de 4% após o Itaú BBA elevar o preço-alvo dos papéis de R$ 47 para R$ 53, citando a recuperação da confiança dos investidores nos resultados trimestrais da companhia.

Na ponta negativa, Braskem (BRKM5) liderou as perdas após movimentos de realização de lucros. A ação havia disparado recentemente devido à proposta de aquisição feita por Nelson Tanure pela participação da Novonor na companhia.

Entre os blue chips, Petrobras (PETR4) acompanhou a queda do petróleo, com o barril da commodity acumulando a segunda semana consecutiva de perdas.

Vale (VALE3) cedeu mais de 2% seguindo o recuo do minério de ferro na China, com o contrato de referência caindo para US$ 97,69 a tonelada na Bolsa de Dalian.

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Exterior: tensões comerciais e dados econômicos

Nos Estados Unidos, os índices acionários tiveram desempenho misto. O Dow Jones subiu 0,19%, enquanto o S&P 500 recuou 0,06% e o Nasdaq caiu 0,48%.

As atenções se voltaram novamente às relações comerciais entre EUA e China, após o presidente Donald Trump acusar Pequim de violar acordos comerciais e ameaçar retaliações mais duras. A escalada de tensões trouxe instabilidade aos mercados.

Entre os indicadores econômicos, o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE), medida preferida do Federal Reserve para inflação, registrou alta anual de 2,1% em abril, ligeiramente abaixo da projeção de 2,2%.

Apesar da cautela no curto prazo, os índices norte-americanos encerraram maio com fortes ganhos: o S&P 500 subiu mais de 5%, o Nasdaq avançou 9,5% — melhor mês desde novembro de 2023 — e o Dow Jones acumulou alta de 3%.

Fechamento dos principais índices de Nova York

  • Dow Jones: +0,19%, aos 42.293,90 pontos
  • S&P 500: -0,06%, aos 5.907,65 pontos
  • Nasdaq: -0,48%, aos 19.082,90 pontos