Federal Reserve pode esperar mais em 2025 antes de mexer nos juros nos EUA, diz Powell

Presidente do banco central americano sinaliza que as tarifas comerciais possam trazer um dilema entre o controle da inflação e o crescimento econômico

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Publicado em 16/04/2025 às 16:05h - Atualizado 13 horas atrás Publicado em 16/04/2025 às 16:05h Atualizado 13 horas atrás por Lucas Simões
Enquanto Powell discursava em evento, as ações americanas tocavam cotações mínimas no dia (Imagem: Reprodução/The Economic Club of Chicago)
Enquanto Powell discursava em evento, as ações americanas tocavam cotações mínimas no dia (Imagem: Reprodução/The Economic Club of Chicago)

📢 O presidente do Federal Reserve Jerome Powell (órgão americano equivalente ao nosso Banco Central) sinalizou ao mercado nesta quarta-feira (16) que poderá esperar por mais tempo em 2025 antes de ajustar a taxa básica de juros nos Estados Unidos, levando o mercado de ações por lá tocar as mínimas de preços no dia.

Durante sua participação no Clube Econômico de Chicago, Powell também alertou que o Federal Reserve pode estar diante de um dilema entre controlar a inflação americana na meta de até 2% ao ano ou apoiar o crescimento da maior economia do planeta.

“Podemos nos encontrar em um cenário desafiador em que nossas metas de duplo mandato estejam em tensão”, disse o banqueiro em alusão às incertezas econômicas desencadeadas pelas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos EUA Donald Trump no início de abril, além das retaliações dos países afetados, em especial a China.

A própria Casa Branca divulgou recentemente que os produtos chineses importados pelos americanos enfrentam taxação de 245%, como forma de responder às investidas de Pequim contra as políticas protecionistas de Trump, que tenta reconstruir o cinturão de emprego industrial no país em detrimento de produtos importados a preços mais competitivos aos consumidores americanos.

“Se isso ocorrer, consideraremos o quão distante a economia está de cada meta e os horizontes de tempo potencialmente diferentes ao longo dos quais se prevê que essas respectivas lacunas se fechem”, citou Powell, já que sua missão engloba tanto garantir preços estáveis nos EUA quanto manter o quadro de pleno emprego.

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Mercado de ações nos EUA em queda livre

Por outro lado, a escalada da guerra comercial atrapalha o trabalho de redução dos juros nos EUA, um dos gatilhos para que as ações listadas em bolsa de valores voltem a recuperar valor, uma vez que economistas interpretam as tarifas comerciais como um imposto sobre importações, embora sua correlação com a inflação tenha sido irregular ao longo da história.

Powell também chegou a sinalizar que o Federal Reserva não intervirá na economia americana se o mercado de ações despencar, tanto que os mais famosos índices acionários dos EUA chegaram a cair forte no momento, caso do Nasdaq-100, que tombava quase −4%, reunindo as maiores empresas de tecnologia americanas. No destaque individual, as ações da Nvidia (NVDA) derretiam mais de −10%.

📊 Até o momento, as apostas de traders na Bolsa de Mercadorias de Chicago mostram que o mercado espera o próximo corte de juros pelo Federal Reserve somente em junho, aplicando mais três ou quatro reduções até o final de 2025.

Segundo dados da ferramenta FedWatch, do CME Group, consultados nesta quarta-feira, cerca de 34,6% do mercado espera que a taxa básica de juros dos EUA encerre 2025 na banda que oscila entre 3,25% ao ano e 3% ao ano. 

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