Ecorodovias (ECOR3) vira ‘queridinha’ do BofA com potencial de alta de 33%

💰 A Ecorodovias (ECOR3) ganhou um impulso importante no radar dos investidores nesta segunda-feira (2).

O Bank of America (BofA) promoveu uma "dupla elevação" na recomendação das ações da companhia, passando de venda diretamente para compra.

Além disso, o banco elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 4,80 para R$ 9, projetando um potencial de valorização de 33,3% sobre a cotação anterior.

No pregão desta segunda-feira, a ação da Ecorodovias avançou 3,11%, fechando a R$ 6,96. No acumulado de 2025, ECOR3 já registra uma alta de 64,15%.

Por que o otimismo com Ecorodovias?

O principal gatilho para a mudança de visão do BofA foi a melhora no perfil de financiamento da empresa.

Embora a Ecorodovias ainda tenha um nível de alavancagem considerado elevado, os analistas entendem que ele é sustentável no cenário atual, especialmente após a empresa reforçar seu caixa com novas dívidas em condições bastante favoráveis — muitas delas via BNDES e títulos de infraestrutura incentivados.

A Ecorodovias detém atualmente concessões que exigirão mais de R$ 49 bilhões em investimentos futuros, totalizando compromissos de aproximadamente R$ 55 bilhões.

Um cenário que, em condições normais de mercado, seria preocupante. No entanto, o BofA destacou que a empresa garantiu cerca de R$ 12 bilhões em novas captações somente no primeiro trimestre de 2025, cobrindo grande parte de suas necessidades de caixa nos próximos anos.

"A redução do risco de refinanciamento nos deixou confortáveis em aumentar o valor da alavancagem", destacaram Rogerio Araujo, João Andrade e Gabriel Frazão, analistas do BofA.

O banco também se mostrou mais confiante quanto aos riscos de estouro no orçamento dos projetos — algo que preocupa bastante em setores de infraestrutura, dados os investimentos pesados e de longo prazo.

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Aumento de capital no radar

Além da melhora no perfil de dívida, o BofA incluiu em seu cenário-base a expectativa de que a Ecorodovias realize um aumento de capital da ordem de R$ 2 bilhões.

A operação, segundo os analistas, seria suficiente para manter o índice de dívida líquida/Ebitda da companhia abaixo de 5x, mesmo com a execução de seu plano de expansão.

Atualmente, a alavancagem da Ecorodovias é de 3,9x — considerada ainda confortável pelos analistas, mas em um nível que justifica atenção conforme novos investimentos forem sendo feitos.

O BofA pondera, contudo, que uma eventual oferta de ações poderia implicar em uma diluição de cerca de 30% para os atuais acionistas.

Mesmo assim, a operação é vista como positiva para o fortalecimento da estrutura de capital da companhia.

E a Motiva (CCR)?

📈 Na mesma revisão setorial, o BofA também elevou o preço-alvo da Motiva (MOTV3) — nova marca da antiga CCR — de R$ 13,30 para R$ 16,50, implicando um potencial de valorização de 22,4%.

Apesar disso, manteve a recomendação neutra para os papéis, avaliando que, embora a Motiva também tenha apresentado avanços na gestão da dívida, o nível de atratividade não é tão expressivo quanto o da Ecorodovias no momento.

As ações da Motiva acumulam alta de 33,3% em 2025, refletindo parte desse movimento de recuperação e reprecificação do setor de concessões rodoviárias.