Dólar emplaca 12ª queda seguida, maior sequência de perdas do Plano Real

Ibovespa, no entanto, também fechou em queda.

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Publicado em 04/02/2025 às 18:14h - Atualizado 17 dias atrás Publicado em 04/02/2025 às 18:14h Atualizado 17 dias atrás por Marina Barbosa
Dólar fechou abaixo de R$ 5,80 pela primeira vez no ano (Imagem: Shutterstock)
Dólar fechou abaixo de R$ 5,80 pela primeira vez no ano (Imagem: Shutterstock)

O dólar manteve-se em queda terça-feira (4). Com isso, fechou abaixo dos R$ 5,80 pela primeira vez neste ano e ainda emplacou a 12ª redução consecutiva ante o real. É a maior sequência de quedas desde a criação do Plano Real, em 1994.

💵 A moeda americana recuou 0,76% e terminou o dia negociada por R$ 5,77, no menor valor de fechamento desde 19 de novembro de 2024. 

O recuo ocorre em meio ao recado do Copom (Comitê de Política Monetária) de que a taxa Selic continuará em alta e ao início da guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Em ata publicada nesta terça-feira (4), o Copom reforçou a previsão de um novo aumento de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, o que deve levar a Selic para 14,25% em março.

Depois disso, o rumo dos juros vai depender do ritmo da inflação. O Copom, no entanto, espera que a inflação siga pressionada nos próximos meses, podendo até voltar a descumprir a meta em junho deste ano.

💲 Para analistas, o comitê adotou um tom duro na ata da última reunião e pode continuar atuando de forma agressiva para tentar controlar a inflação. O Itaú BBA, por exemplo, já vê a Selic chegando a 15,75% neste ano.

Além disso, o mercado monitora o possível início de uma nova guerra comercial entre Estados Unidos e China. Como prometido por Donald Trump na campanha eleitoral, o governo americano impôs tarifas de 10% sobre os produtos chineses. A China, no entanto, respondeu com taxas de até 15% e uma queixa na OMC (Organização Mundial de Comércio) contra os Estados Unidos.

A expectativa agora é de que os presidentes dos Estados Unidos e da China, Donald Trump e Xi Jinping, conversem sobre o assunto. Afinal, Trump aceitou adiar as tarifas sobre os produtos canadenses e mexicanos após telefonemas com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum. Desta vez, no entanto, o republicano disse que não tem pressa em negociar com a China.

Bolsas

📉 O Ibovespa, por sua vez, também fechou em queda diante da tensão comercial entre China e Estados Unidos, os maiores parceiros comerciais do Brasil. 

O principal índice da B3 recuou 0,65%, aos 125.147 pontos. Foi o terceiro baque consecutivo.

Já nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em alta, puxadas pelas empresas de tecnologia. Veja:

  • Dow Jones: 0,30%;
  • S&P 500: 0,72%;
  • Nasdaq: 1,35%.

Baixas

Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) também não ajudaram o Ibovespa nesta terça-feira (13).

As ações preferenciais da Petrobras fecharam em queda de 0,99%, após a estatal registrar um recuo de 10,5% na produção de óleo no quarto trimestre de 2024. Já os papeis da Vale recuaram 0,35%.

O Santander Brasil (SANB11), que inaugura a temporada de balanços dos bancões nesta quarta-feira (5), também fechou em queda. O baque foi de 1,28%.

Veja outras baixas do dia:

Altas

A Weg (WEGE3), por sua vez, teve uma leve alta de 0,30%. Afinal, foi apontada pelo BTG Pactual como uma das empresas da B3 que poderia mitigar os efeitos de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Já a Braskem (BRKM5) saltou 3,89%, diante da avaliação da Fitch de que os resultados da petroquímica não devem ser afetados pelo aumento das provisões relativas aos incidentes causados pela extração de sal-gema em Maceió (AL).

Veja outras altas do dia: