Copom reduz taxa Selic para 11,75% ao ano
Além de reduzir os juros pela 4ª reunião consecutiva, o Copom anteviu novos cortes de 0,5 p.p. em 2024
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) cortou a taxa básica de juros da economia brasileira de 12,25% para 11,75% ao ano nesta quarta-feira (13), na última reunião de 2023.
📉 O corte de 0,5 ponto percentual era esperado pelo mercado e representa a quarta redução consecutiva da taxa Selic. Depois de manter a Selic em 13,75% por quase um ano, o Copom já havia cortado os juros para 13,25% em agosto, 12,75% em setembro e 12,25% em novembro deste ano.
Leia também: Copom pretende manter ritmo de corte da Selic no início de 2024
💵 Com essa decisão, a Selic voltou ao mesmo patamar de maio de 2022. O Copom disse que vê o corte dos juros como "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025".
"Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", acrescentou.
Inflação dento da meta
O Copom ajusta a taxa básica de juros com o intuito de controlar a inflação. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,25% em 2023, com um intervalo de tolerância de 1,75% a 4,75%. Já para 2024 e 2025, a meta é de 3%, também com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
🎯 O Copom projeta uma alta de 4,6% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2023. Além disso, antevê uma inflação de 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. As expectativas do Copom estão dentro do limite de tolerância da meta de inflação, diferente do que aconteceu nos últimos dois anos. A inflação superou o teto da meta em 2022 e 2021.
Novos cortes de 0,5 p.p. em 2024
Diante dessa perspectiva, o Copom antevê novos cortes da taxa básica de juros em 2024. No comunicado desta quarta-feira (13), o Comitê indicou ainda que o ritmo de redução da Selic deve se manter em 0,5 ponto percentual.
✂️ "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", afirma o comunicado.
Além disso, o Copom enfatizou que será necessário manter uma política monetária contracionista "até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas".
Por isso, ressaltou que a extensão do ciclo de corte da Selic "dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".
🗣️ "A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", declarou.
Diante das discussões sobre o déficit fiscal e o endividamento público, o Comitê também voltou a destacar a "importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária".
Riscos
Para o Copom, a evolução da inflação e da atividade econômica seguem como o esperado no Brasil. Já o "ambiente externo segue volátil e mostra-se menos adverso", sobretudo por causa da expectativa de corte de juros nos Estados Unidos.
Ainda assim, o Comitê afirmou que "a conjuntura, em particular devido ao cenário internacional, segue incerta e exige cautela na condução da política monetária".
O Copom ressaltou, então, que ainda existem riscos para a inflação. Entre os riscos de alta do IPCA, o Copom destacou:
- uma maior persistência das pressões inflacionárias globais;
- uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.
Já os riscos de baixa da inflação apontados pelo Copom são:
- uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada;
- os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
Agora, o Copom volta a se reunir apenas em 2024. A primeira reunião do próximo ano estará marcada para os dias 30 e 31 de janeiro.
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