Copom decide hoje novo patamar da taxa Selic; expectativa é de alta 0,25 p.p.

A última elevação da taxa ocorreu há dois anos, quando a Selic subiu de 13,25% para 13,75%.

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Publicado em 18/09/2024 às 09:36h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 18/09/2024 às 09:36h Atualizado 2 meses atrás por Matheus Rodrigues
No entanto, essa política também pode restringir o crescimento econômico ao reduzir a demanda (Imagem: Shutterstock)
No entanto, essa política também pode restringir o crescimento econômico ao reduzir a demanda (Imagem: Shutterstock)

📈 Nesta quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central enfrenta uma decisão crítica que pode impactar o cenário econômico do Brasil: manter ou elevar a taxa Selic.

Essa reunião acontece em meio a uma série de desafios internos e externos, como a recente valorização do dólar e os efeitos da seca prolongada, que pressionam os preços da energia e alimentos.

A taxa básica de juros, que não é aumentada desde agosto de 2022, pode ser ajustada em um cenário de incertezas e preocupações com a inflação.

Expectativas do mercado

O último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central com base em análises de especialistas do mercado financeiro, indicou uma possível elevação da Selic em 0,25 ponto percentual, fechando 2024 com a taxa em 11,25% ao ano.

Desde o início do ano, o Copom tem adotado uma postura cautelosa, ajustando a Selic de forma gradual para manter o equilíbrio entre controle inflacionário e fomento ao crescimento econômico.

A última elevação da taxa ocorreu há dois anos, quando a Selic subiu de 13,25% para 13,75%.

Desde então, o BC promoveu cortes gradativos que trouxeram a taxa ao nível atual de 10,5%. A decisão desta quarta-feira ocorre em um momento crítico, com os mercados atentos ao comunicado final do colegiado.

Inflação sob Controle ou à Beira do Teto?

Outro fator determinante para a decisão do Copom é a trajetória da inflação. Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,02%, o que trouxe um breve alívio aos consumidores.

No entanto, a deflação foi impulsionada pela redução temporária dos preços de energia, que já têm previsão de aumento com a reintrodução da bandeira tarifária vermelha.

Adicionalmente, o prolongamento da seca nas principais regiões agrícolas do país eleva os custos dos alimentos, pressionando ainda mais a inflação.

No último relatório Focus, a projeção de inflação para 2024 subiu de 4,22% para 4,35%, aproximando-se perigosamente do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional.

Impacto da Selic na Economia

💲 A Selic, principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação, tem um papel crucial na economia. Um aumento da taxa encarece o crédito, desacelerando o consumo e ajudando a manter os preços sob controle.

No entanto, essa política também pode restringir o crescimento econômico ao reduzir a demanda.

Por outro lado, uma manutenção da Selic no patamar atual favoreceria o crescimento ao tornar o crédito mais acessível, incentivando tanto o consumo quanto a produção.

O desafio do Copom, portanto, é encontrar o ponto de equilíbrio entre conter a inflação e estimular a recuperação econômica, especialmente em um contexto global de incertezas.

Perspectivas

Com a previsão de divulgação do próximo Relatório de Inflação no final de setembro, o Banco Central já sinalizou que as condições atuais exigem monitoramento atento dos indicadores econômicos.

A evolução do câmbio, os preços das commodities e o impacto da seca são fatores que seguirão no radar do Copom nos próximos meses.

A decisão desta quarta-feira marcará uma nova etapa na política monetária do país, com potencial para influenciar não apenas o custo de vida, mas também o ritmo da atividade econômica.

📊 Em um cenário de constantes ajustes, o mercado aguarda com expectativa o veredito do Banco Central e seus próximos passos no controle inflacionário.